Quarta-feira, 04 de fevereiro de 2015
EVANGELHO DE Mc 6, 1-6
Quando Jesus começou ensinar nas sinagogas libertando o povo de
suas escravidões, o povo, cansado do velho ensinamento, gostou do novo, dado
com poder e autoridade. Alguns Doutores da Lei chegaram dizer que Jesus fazia
milagres pelo poder do demônio.
Nas sinagogas daquele tempo, qualquer pessoa adulta poderia ler e
interpretar a Palavra de Deus, mas geralmente eram os “Doutores da Lei e Fariseus”
que tinham essa missão. Eles tinham estudado as escrituras, por isso eram
considerados os autênticos interpretes da vontade de Deus manifestada nos
textos sagrados. O povo era obrigado a ouvir e a pedir explicação do que era
certo ou errado, eles é que tinham resposta para tudo.
Naquela época, falava-se muito da chegada do Messias. Quando o
Messias viesse ninguém saberia de onde Ele veio. (Jo 7, 27)
Jesus foi para sua terra natal, Nazaré. Lá Ele viveu até os 30 anos
como uma pessoa comum, com seus pais, José e Maria, e parentes. Aprendeu o
ofício de carpinteiro, serviço de seu pai adotivo, José.
Entrou na sinagoga de
Nazaré, num sábado, e começou ensinar com grande sabedoria. Seus ouvintes
admiravam seus ensinamentos, mas nem por isso acreditavam em Jesus porque O conheciam
e a sua família, sabiam que Jesus não
fizera nenhum estudo especial para ter tanto conhecimento. Jesus, durante 30
anos, levara uma vida humilde e simples de um homem comum como todos os outros.
Em Nazaré, sua terra,
ocorreu diferente dos outros lugares. Perguntavam: “De onde ele recebeu tudo isto?” Como conseguiu tanta sabedoria? “Não é
ele carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão?
E suas irmãs não vivem aqui em nosso meio?” Com essas indagações,
rejeitavam a ideia de que Jesus seria o Messias, pois o conheciam. Quando se
queria desprezar alguém, bastava substituir o nome do pai pelo da mãe. Por
isso, a expressão “filho de Maria” (a não ser que José já tivesse morrido), era
altamente depreciativa.
Na linguagem usada
naquele tempo eram também chamados “irmãos” os primos e os parentes, tanto
próximos como afastados. Hoje em dia também usamos essa linguagem. Falamos que
somos todos irmãos. Não somos irmãos de sangue, mas somos filhos de um mesmo
Pai, Deus, professamos a mesma Fé, o mesmo Batismo, somos santificados pelo
mesmo Espírito, em Cristo Jesus.
Os nazarenos
desprezaram o poder e a sabedoria de Jesus porque viam Jesus como filho do
carpinteiro, de origem humilde e simples, do qual não poderia surgir tanto
poder e tantas luzes. Ao invés de aceitá-Lo, O desprezam e rejeitam.
Daí a resposta de
Jesus aos seus conterrâneos: “Um profeta
não é desprezado senão na sua terra, entre os seus parentes, na própria
família”. É sempre assim: somos mais reconhecidos fora da nossa família,
fora da nossa terra, do que na nossa própria família e terra.
Jesus não quis fazer
curas e milagres em sua cidade porque não desejava impor prodígios aos que se
mostravam incrédulos. Em outros lugares, os ensinamentos libertadores de Jesus
despertavam a fé e o entusiasmo das pessoas sinceras, já nos nazarenos, a
indiferença.
Hoje, dá-se o mesmo: Não há milagre que convença aquele que não
quer acreditar! Deus não força os homens a aceitar suas graças e quer deles
ao menos uma cooperação, que é a vontade de recebê-las.
Como é difícil
evangelizar os da família, eles não querem ouvir, pedem até para parar, ou
zombam de nós. Os estranhos chegam a pedir para nós falarmos de Cristo para
eles.
Dizem os estudiosos
que Jesus levou seus discípulos a Nazaré para ensiná-los a não desanimarem
diante das contrariedades na pregação. Mostra com o exemplo de seus
conterrâneos que a Palavra do Evangelho pode encontrar resistência e repulsa
até naqueles que deveriam ser os mais prontos e dispostos a acolhê-la.
Os discípulos
aprendem uma importante lição daqueles que esperamos encontrar apoio,
participação e solidariedade, pode acontecer que encontremos obstáculos, mas
apesar de tudo o ANÚNCIO DO REINO DEVE ACONTECER!
Podemos concluir como
é difícil encarnar o Evangelho na realidade do povo. Se encontrarmos
resistência, não esqueçamos de que Jesus já fez essa experiência muito antes de
nós e não desanimou. Ao contrário, continuou firme, certo de que estava cumprindo
a missão que o Pai lhe confiou.
Irmãos, desempenharemos nossa missão de discípulos missionários ou
ficaremos paralisados como os conterrâneos de Jesus?
Senhor, fortalecei-nos no caminho da
evangelização, que os obstáculos que surgirem não nos impeçam de continuarmos
nossa missão. Amém!
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