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domingo, 1 de junho de 2014

Eu vos digo: não jureis de modo algum - Padre Antonio Queiroz

SÁBADO - 14 de Junho de 2014 - Evangelho - Mt 5,33-37

Padre Antonio Queiroz
Eu vos digo: não jureis de modo algum.
Neste Evangelho, Jesus nos pede para dizer sempre a verdade, e para honrarmos a palavra dada, de modo a nunca precisar jurar para provar o que falamos.
Fazer juramento é invocar a Deus como testemunha do que afirmamos. É invocar a veracidade divina como garantia da nossa própria veracidade.
O segundo mandamento nos proíbe o juramento falso. Mas Jesus vai mais longe: “Não jureis de modo algum”. Isso por respeito ao nome de Deus.
“Seja o vosso ‘sim’: ‘sim’, e o vosso ‘não’: ‘não’. Tudo o que for além disso vem do Maligno.” As palavras de Jesus eram sempre verdadeiras, e ele cumpria os compromissos assumidos. Cabe a nós fazermos o mesmo, pois Jesus é o nosso “caminho, verdade e vida.”
“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8,32). Um pouquinho na frente, Jesus fala: “O diabo não se manteve na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala o que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8,44).
“A luz veio ao mundo, mas os homens preferiram as trevas, porque suas obras eram más... Já aquele que age conforme a verdade, se aproxima da luz” (Jo 3,19-21). De fato, a sociedade, mergulhada no pecado, não consegue conviver com a verdade.
“Dizem os ímpios, em seus falsos raciocínios: ‘Armemos ciladas contra o justo, porque sua presença nos incomoda. Sua vida tornou-se uma censura para nós, e só o vê-lo já nos é insuportável. Sua vida é muito diferente da nossa, e somos comparados por ele à moeda falsa (Sb 2,1.12-19).
Durante o processo de condenação de Jesus, a certa altura Pilatos lhe perguntou: “Você é rei?” Jesus respondeu: “Sim, sou rei. Eu nasci para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está com a verdade ouve a minha voz”. Então, Pilatos perguntou: “Que é a verdade?” (Jo 18,37-38). Ele perguntou, mas logo mudou de assunto, sem esperar a resposta de Jesus, porque Pilatos também tinha medo da verdade. Naquele tempo, muitos pensavam que a verdade é relativa; o que é verdade para um, pode não ser para outro. Por exemplo, a respeito de religião, cada um tem a “sua verdade”. Mas isso é falso. A verdade é uma só. Ela tem uma força incrível, e se impõe por si mesma. A verdade vence. Apesar disso, continuamos mentindo. Mente-se nos negócios, no trabalho, até dentro de casa.
Jesus chamou os fariseus de “sepulcros caiados”. Isso significa que eles eram mentirosos, porque o sepulcro caiado dá uma aparência bonita por fora, mas por dentro é só podridão e mau cheiro. Chamou-os também de “raça de víboras”. A serpente venenosa engana a presa, a fim de abocanhá-la.
“O Espírito da verdade vos conduzirá à verdade plena” (Jo 16,13).
A droga é a mentira mais disfarçada que existe. Mentira química. Ela produz um efeito bom na hora, mas é falso; logo aparece o seu efeito verdadeiro, que é bem contrário, é veneno que mata, mata à prestação. Se existe um lugar onde a verdade não tem vez é o mundo das drogas.
Existe aquele provérbio: Mentira tem perna curta. E Jesus falou: “Não há nada escondido que não seja revelado”. Quem vai dizer a última palavra é a verdade, pois Deus, que é a Verdade, governa o mundo.
Havia, certa vez, uma casa que tinha um quarto chamado quarto dos espelhos. As suas paredes eram todas revestidas de espelhos, do piso até o teto. As crianças gostavam de levar cães para esse quarto. Alguns abanavam o rabo e até brincavam com o colega do outro lado. Mas a maioria, ao ver cães dos quatro lados, ficavam bravos. Os “colegas” também ficavam, pronto. O animal acabava batendo o focinho nos espelhos.
Quem vive na verdade não tem medo de olhar de frente para si mesmo. Essas pessoas gostam do silêncio e da contemplação, porque assim podem interiorizar-se. A alma transparente manifesta-se em um olhar tranqüilo, um rosto sereno e um sorriso aberto, irradiando paz e felicidade.
Maria Santíssima era totalmente sim. Peçamos a ela que nos ajude a amar a verdade e sempre honrar a nossa palavra dada. Maria do sim, rogai por nós!
Eu vos digo: não jureis de modo algum.
 

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