4 Janeiro
2019
Lectio
Primeira leitura: 1 João 3, 7-10
7Filhinhos meus, que ninguém vos engane. Quem
pratica a justiça é justo, sendo como Ele, que é justo. 8*Quem comete o pecado
é do diabo, porque o diabo peca desde a origem. Para isto se manifestou o Filho
de Deus: para destruir as obras do diabo. 9*Todo aquele que nasceu de Deus não
comete pecado, porque um germe divino permanece nele; e não pode pecar, porque
nasceu de Deus. 10*Nisto é que se distinguem os filhos de Deus e os filhos do
diabo: todo aquele que não pratica a justiça não é de Deus, nem aquele que não
ama o seu irmão.
O que distingue um cristão é a conduta recta e
justa, afirma João contra os gnósticos (cf. V. 7). Praticar a justiça é aceitar
a vontade de Deus. Pelo contrário, «quem comete o pecado é do diabo» (v. 8).
Quem peca está contra o mundo de Deus, não pode ser filho de Deus. É filho do
diabo. Cristo venceu o mal e instaurou os tempos da salvação. Os seus
discípulos são chamados a lutar contra o pecado e a praticar a justiça. João
distingue duas formas de ser filho: a filiação divina e a filiação humana. Quem
se abre à acção do Espírito, torna-se filho de Deus; quem se fecha ao Espírito
e rejeita a Deus entrega-se ao diabo: «Todo aquele que nasceu de Deus não
comete pecado, porque um germe divino permanece nele» (v. 9); «Quem comete o
pecado é do diabo» (v. 8).
O filho de Deus deixa crescer nele e dar
frutos a semente da Palavra. Por isso não pode pecar. Deu espaço a Deus e
permanece em Cristo que actua na sua vida. Há pois que permanecer abertos ao
Espírito e em atitude de permanente conversão.
Evangelho: João 1, 35-42
35*No dia seguinte, João encontrava-se de novo
ali com dois dos seus discípulos. 36*Então, pondo o olhar em Jesus, que
passava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus!» 37Ouvindo- o falar desta maneira, os
dois discípulos seguiram Jesus. 38Jesus voltou-se e, notando que eles o
seguiam, perguntou-lhes: «Que pretendeis?» Eles disseram-lhe: «Rabi .que quer
dizer Mestre. onde moras?» 39Ele respondeu-lhes: «Vinde e vereis.» Foram, pois,
e viram onde morava e ficaram com Ele nesse dia. Era ao cair da tarde.
40*André, o irmão de Simão Pedro, era um dos
dois que ouviram João e seguiram Jesus. 41*Encontrou primeiro o seu irmão
Simão, e disse-lhe: «Encontrámos o Messias!» .que quer dizer Cristo. 42*E
levou-o até Jesus. Fixando nele o olhar, Jesus disse-lhe: «Tu és Simão, o filho
de João. Hás-de chamar-te Cefas» .que significa Pedra.
Mais uma vez, João Baptista dá testemunho de
Jesus e leva alguns dos seus discípulos a seguirem Jesus. O texto
apresenta-nos, por um lado, o facto histórico do chamamento dos primeiros
discípulos descrito como descoberta do mistério de Cristo e, por outro lado, a
mensagem teológica sobre a fé e o seguimento de Jesus. O caminho para alguém se
tornar discípulo tem alguns traços característicos: tudo começa com o
testemunho e o anúncio de uma testemunha qualificada, João Baptista, neste
caso: «Eis o Cordeiro de Deus!»; segue-se o caminho do discipulado: «seguiram
Jesus»; encontro pessoal e de comunhão com o Mestre: «Foram... viram onde
morava... ficaram com Ele». O encontro compreende um colóquio em que Jesus fala
da sua identidade e convida a uma experiência de vida com Ele. Esta experiência
termina com uma profissão de fé: «Encontrámos o Messias!», que depois se torna
apostolado e missão. De facto, André, um dos que fez a experiência, levou o
irmão a Jesus, que lhe muda o nome de Simão para Pedro, isto é, Cefas para
indicar a missão que haverá de realizar na Igreja.
Meditatio
Gostaríamos de saber muito mais sobre este
primeiro encontro dos discípulos com Jesus. Mas o evangelista limita-se a
referir o essencial.
João Baptista indica o Cordeiro de Deus e...
cala-se. Não retém os discípulos. Entrega- os a Jesus. Eles ficam encantados
com a pessoa de Jesus, com a sua grande humanidade, que lhes enche as medidas.
O caminho para chegarmos ao conhecimento de
Jesus é observar o comportamento das pessoas que se encontraram com Ele.
Penetrar no mistério de Jesus é observar o mundo que O rodeia e dar-nos conta
do modo como Ele se relaciona com as pessoas.
O chamamento dos discípulos ao seguimento do
Mestre é um evento que se repete na Igreja. Jesus chama-nos pessoalmente ao
discipulado. E também nos pode chamar a uma particular experiência de vida e de
missão com Ele, tal como chamou os apóstolos. Esse chamamento faz-se ouvir na
vida de cada um de nós. É importante que saibamos ler os acontecimentos da
nossa vida e, penetrando no Coração de Jesus, saibamos indicá-Lo também aos
outros.
Na vida de cada um de nós há um dia, um
encontro com Ele, que marca uma mudança radical de vida: o chamamento pessoal e
imprevisível de Deus em vista da missão. Muitas vezes, serve-Se de outros para
nos chamar: podem ser os pais, um sacerdote, um livro, um retiro espiritual,
mas é sempre Ele que chama ao seguimento para a construção de um mundo novo. O
importante é que estejamos atentos para que não passe em vão.
Quando Jesus se apresentou a João, junto ao
rio Jordão, a missão do Baptista estava a acabar: o amigo do esposo deve saber
retirar-se quando chega o esposo. Um ensinamento importante para quem se dedica
ao apostolado, à orientação espiritual dos irmãos...
A nossa vocação dehoniana exige muita
generosidade para ser vivida. Somos chamados a oferecer-nos com Cristo
sacerdote e vítima pela salvação do mundo, dos pecadores (Cf. Heb 13, 12-15).
Não se trata de um chamamento para seres excepcionais e extraordinários; é um
chamamento a viver Cristo em profundidade, generosamente, com simplicidade,
modéstia e humildade, no escondimento, sem erguer bandeiras e sem vitimismos,
mas com confiança, não nas nossas forças, mas na "consolação", que também
é força do Espírito Santo (cf. 2 Cor 1, 3ss; Act 9, 13). Para nós, Oblatos-SCJ
é "um dom particular" (Cst. 13), "uma graça especial" (Cst.
26) de testemunho, para recordar a todos os nossos irmãos cristãos (leigos,
sacerdotes, religiosos), com a nossa vida, com escritos e com a palavra, a sua
vocação baptismal, participação no sacerdócio de Cristo.
A "vida de união à oblação de Cristo como
o único necessário" (Cst. 26) ou, como se dizia no tempo do Pe. Dehon, a
vida de vítima, é, em si mesma, a vocação do cristão consciente e coerente no
seguimento de Cristo (cf. Lc 9, 23-24).
Oratio
Senhor Jesus, ensina-me a ser teu discípulo, a
procurar onde moras a permanecer aí Contigo. Os teus apóstolos mostram-me quão
importante é estar Contigo, permanecer em Ti. Tu mesmo ensinas ao rezar: «Tu em
Mim e Eu neles...» (cf. Jo 17). Essa é a tua habitação! Mas para habitar
Contigo é preciso seguir-Te. Seguir-Te é já habitar Contigo, é o caminho para a
habitação definitiva. Habitar Contigo na pobreza e na humildade, habitar
Contigo na justiça, habitar Contigo na misericórdia... Senhor Jesus, quero
habitar Contigo, permanecer em Ti, não só na oração, mas também em todas as
outras actividades do meu dia. Quero permanecer em Ti onde quer que te
encontres: na alegria ou no sofrimento, no trabalho ou na inactividade. Quero
permanecer em ti em cada momento, porque em Ti encontro o amor, a alegria e a
paz. Amen.
Contemplatio
S. João, filho de Salomé, era parente de
Jesus. Pensa-se que foi educado em Cana, não longe de Nazaré e que viu alguma
vez Jesus durante a sua infância e a sua juventude.
É o primeiro a juntar-se a Jesus na sua vida pública. Mal escutou a voz profética de S. João Baptista, «Ecce Agnus Dei», seguiu Jesus com Santo André, escuta-o longamente, passa o dia junto dele.
Pouco depois, é chamado ao apostolado. Deixa tudo generosamente: o seu pai, os seus barcos de pesca, os criados. Nada custa àquele que ama.
Mas Jesus ama-o por sua vez. Toma-o com os seus íntimos no milagre da filha de Jairo, na transfiguração, na agonia.
É sobretudo no Cenáculo que é preciso considerar este amor recíproco do Mestre e do discípulo. João repousa sobre o Coração de Jesus! (Leão Dehon, OSP 3, p. 403).
É o primeiro a juntar-se a Jesus na sua vida pública. Mal escutou a voz profética de S. João Baptista, «Ecce Agnus Dei», seguiu Jesus com Santo André, escuta-o longamente, passa o dia junto dele.
Pouco depois, é chamado ao apostolado. Deixa tudo generosamente: o seu pai, os seus barcos de pesca, os criados. Nada custa àquele que ama.
Mas Jesus ama-o por sua vez. Toma-o com os seus íntimos no milagre da filha de Jairo, na transfiguração, na agonia.
É sobretudo no Cenáculo que é preciso considerar este amor recíproco do Mestre e do discípulo. João repousa sobre o Coração de Jesus! (Leão Dehon, OSP 3, p. 403).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Mestre, onde moras?» (Jo 1, 28)
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Mestre, onde moras?» (Jo 1, 28)
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que perde um pouco do seu tempo em refletir passando os seus ponto de vista que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos nós. Abraço.
ResponderExcluirObrigado Senhor, obrigado Dehonianos!!!
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