3º DOMINGO ADVENTO
Ano C
Evangelho Lc 3,10-18
-DEVEMOS FAZER CARIDADE-José
Salviano
O Terceiro Domingo do Advento nos mostra que devemos fazer caridade
em primeiro lugar. Depois dela, vamos cuidar de fazer as outras coisas também
necessárias a nossa salvação eterna: Renúncia, meditação, oração, fugir do
pecado, etc
PRIMEIRA LEITURA
O texto nos transmite uma ideia, uma mensagem de alegria. Mas uma alegria que
brota de dentro, e não apenas do exterior, num gesto forçado. A alegria de quem
espera, com fé, o socorro de Deus. A alegria de quem já alcançou a graça de que
tanto pediu ao Pai. A alegria de pertencer ao Reino dos Céus.
SALMO
Quem realmente confia no Senhor, não deve ter uma cara de triste.
Quem espera em Deus sabe que um dia, mais cedo ou mais tarde, o socorro virá.
Portanto, não se admite um cristão com uma cara emburrada, mas sim, alegre. Não
se admite um cristão que vive reclamando, mas sim, um cristão que vive louvando
a Deus, mesmo pelas aparentes desgraças a que tem de enfrentar.
SEGUNDA LEITURA
Que devemos fazer diante de uma irmã, de um irmão doente? Como vamos poder
dizer ao irmão, a irmã que sofre: Alegrai-vos no Senhor? Aos presentes naquele
momento, pode até parecer que estamos fazendo uma grande gozação. Pois é uma
tarefa muito difícil repetir aos que estão doentes, fiquem alegres!...
Porém, se considerarmos ou se tivermos sempre em nossa mente que se a nossa
bondade for conhecida por todos, o Senhor estará bem próximo de nós,
especialmente na hora do nosso desespero. Também é preciso lembrar que o
sofrimento é cruz santificante. Mas para isso, essa cruz precisa ser aceita com
toda humildade. A humildade de quem reconhece que sendo pecadores, nós
merecemos sofrer muito mais do que sofremos. E assim, com certeza, DEUS VAI
ACOLHER A NOSSA PENÚRIA EM PERDÃO DOS NOSSOS PECADOS E O RESTO É SÓ ALEGRIA!
Então, em vez de primeiro dizer ao nosso moribundo deitado: Coragem, irmão!
Alegrai-vos! Vamos tentar mostrar a ele ou a ela, que Deus não está alegre com
o seu estado de saúde, a qual pode ter sido provocada pela sua vida desregrada.
Podemos mostrar ao paciente que a alegria brota da certeza de que o socorro de
Deus virá, a certeza de que sofrendo com paciência, teremos o perdão dos nossos
pecados, e seremos merecedores da vida eterna.
“Não vos inquieteis com coisa alguma”. Somos obras do Senhor, e todos os
fios do nosso cabelo estão contados, por isso não nos preocupemos com o dia de
amanhã, pois não cairá uma folha da árvore sem a permissão do Criador. Então
por que não estamos alegres? Por que essa cara triste? Não tenhas medo apenas
acredite!...
Caríssimos. Se depositarmos toda a nossa confiança na mão protetora do Pai, a
mensagem de Paulo faz sentido. Por que a paz de Deus ultrapassa todo o
entendimento humano.
EVANGELHO
O Terceiro Domingo do Advento nos mostra que
devemos fazer caridade em primeiro lugar. Depois dela, vamos cuidar de fazer as
outras coisas também necessárias a nossa salvação eterna: Renúncia, meditação,
oração, fugir do pecado, etc
O profeta João Batista veio para nos dizer o que devemos fazer. E em
resumo, suas palavras nos mostram que a caridade é tudo o que mais importa. A
caridade fala mais alto quando buscamos o que devemos fazer para agradar a
Deus, fazer a vontade do Pai, e conseguir a nossa conversão e nossa salvação.
João Batista anunciava a Boa Nova, a conversão, a mudança de vida.
Conversão essa que não deveria ser feita com sacrifícios absurdos, como:
vestir-se de saco, ficar sem comer, subir o morro de joelhos pintar o corpo, ou
qualquer maluquice desse tipo, mas sim, conversão significa uma verdadeira
mudança de vida, abolindo tudo o que fazemos de errado, e aderindo às práticas
da justiça, da caridade.
Muitos estavam pensando que João era o próprio Messias. E por tanto
lhe perguntaram: O que fazer? Ou seja, o que devemos fazer, para atingirmos a
conversão?
Ora, a resposta para esta pergunta não está embasada em realizações
espetaculares, mas sim, em procedimentos simples do nosso dia a dia. Ou seja, a
nossa conversão começa com o nosso relacionamento referente à irmã e ao irmão.
Para nos convertermos de verdade, é preciso mudar as nossas atitudes para com
os nossos irmãos, especialmente aqueles carentes. Pois não existe
conversão do tipo direcionada estritamente a Deus, em práticas de intensas
orações, penitências, noites sem dormir, etc, mas sim, primeiro precisamos nos
voltar para o irmão aliviando a sua dor, seu desconforto, seu sofrimento. Por
que nós podemos materialmente fazer isso. Por que, economicamente falando, nós
temos muito mais do que necessitamos para viver. Não custa muito estender a mão
e dar uma ajuda ao irmão caído. O que custa na verdade, é ter uma atitude
fraterna que nos vem de dentro da alma. Uma disposição de quem realmente quer
aliviar a penúria daquela pobre pessoa que não tem para onde ir, nem para quem
recorrer.
E essa é a parte mais difícil para se atingir a conversão.
Pois voltar a ir à missa, voltar a rezar, parar de cometer pelo menos os
pecados mais graves, tudo bem. Até conseguimos fazemos isso. Mas mudar a
nossa mentalidade, mudar a nossa tendência, a nossa disposição de egoístas que
somos e passar a ter piedade dos que sofrem, é coisa muito difícil, tão difícil
como passar um camelo no fundo de uma agulha. A conversão começa dentro
de nós, na nossa mente.
Então, minhas irmãs, meus irmãos, teremos de ser violentos conosco.
Temos de buscar a ajuda do Pai por meio de seu Filho mediante orações fortes,
para que consigamos mudar os nossos valores enraizados em nossas mentes,
valores que nos dizem: Ninguém me dá nada. Dar dói. Eles são vagabundos,
preguiçosos. Se eu der esmola, ele vai se acostumar...
Naquele tempo as pessoas tinham apenas uma peça de roupa. Os ricos
tinham duas ou mais. Enquanto que os pobres viviam quase, ou simplesmente nus.
Pergunto a você e a mim mesmo. Quantas peças de roupa nós temos? Quantas vezes
pensamos em quem não tem tanta vestimenta ao ponto de sofrer muito na estação
fria? Quantas vezes pensamos em separar algumas peças para levar a eles? E não
são somente as roupas que temos a mais. Muitas de nossas coisas, algumas delas
compramos e nunca usamos, estão sobrando, ocupando espaço! Será que paramos
para pensar o quanto os nossos irmãos da periferia ficariam alegres se as
levássemos para eles?
A NOSSA FÉ, NADA MAIS É, DO QUE O RECONHECIMENTO DA NOSSA FRAQUEZA,
ACOMPANHADA DE UMA ATITUDE DE ACEITAÇÃO, DE ENTREGA À PROTEÇÃO E SALVAÇÃO DE
UMA PODEROSA FORÇA UNIVERSAL INVISÍVEL QUE SE MANIFESTOU ENTRE NÓS NA PESSOA DE
SEU FILHO.
Quer um exemplo? Quando somos crianças, indefesos e dependentes que
somos nesta faixa etária, confiamos e recorremos aos nossos pais, e aceitamos
plenamente O Papai do Céu que eles nos apresentam, e nos ensinam a falar com
Ele por meio da oração. Ao contrário, quando atingimos a adolescência,
nos achamos ou nos sentimos poderosos, fortalecidos fisicamente, ao ponto de
dispensar o controle dos pais, e o pior, dispensamos a proteção de Deus!
O mesmo acontece com os obres e os com os ricos. O pobre não tendo
para onde correr, nem para quem reclamar, recorre ao Deus Poderoso que está
sempre de braços abertos para acolher os fracos e oprimidos que O procuram.
Muito pelo contrário, acontece com os ricos, os quais se acham
poderosos. Com tanto dinheiro que lhes dão o poder terreno e apenas terreno de
comprar muita coisa, eles se acham: Invencíveis, imortais, superiores a todos
os demais e, portanto, pensam que não precisam de Deus! Pobres ricos!
Rezemos por eles.
É hora de conversão, é hora de mudar. É hora de pensar que a
conversão começa na nossa mente, e em seguida através do nosso irmão. Por que o
mandamento é: Amar a Deus e ao irmão. Inclusive é bom lembrar
e repetir que a esmola nos faz alcançar de Deus o perdão para os nossos pecados
leves.
Vá e faça o mesmo, e conseguirá a conversão indispensável para a
sua salvação!
Bom domingo, José Salviano
Deus é alegria!!
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