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quarta-feira, 22 de abril de 2015

VIVER É CRISTO, E MORRER É LUCRO-Alexandre Soledade

24 de Abril - Sábado - Evangelho - Jo 6,52-59


Bom dia!
E ao longo de anos de caminhada dentro da comunidade ou da fé poderíamos um dia sentar e refletir se todo empenho foi em vão. Motivados pelas discussões e desentendimentos que sempre surgem quando vivemos em comunidade poderíamos ser tendenciosos na resposta e assim fugir. Mas todo esforço vale a pena? Vale a pena se desgastar por aqueles que zombam do Senhor e pelos outros que vivem em comunidade, mas que não vivem para os outros?
É claro que valer a pena ou não depende da avaliação individual de cada um, mas de certa forma, apesar de tantos desembaraços e desentendimentos, vale a pena sim!
Repare esse texto extraído do sínodo arquidiocesano de Cuiabá:
“(…) MAS, PARA O VERDADEIRO DISCÍPULO DE CRISTO É IMPOSSÍVEL ESCONDER A FÉ. Um cristão pode ser notado pela forma como ele pensa e como ele se comporta. É verdade, mas nem sempre é assim. Nós também somos fracos e muitas vezes a nossa vida é um contra-testemunho. Nem sempre as pessoas que nos conhecem notam que nós somos cristãos. A gente nem sempre nota a presença de cristãos no nosso dia-a-dia: educação, medicina, política, esporte, as­sociação de bairro, acolhida dos migrantes, meios de comunicação, sindicatos, cultura… tem coisa atrapalhando”! (Documento conclusivo do Sínodo Arquidiocesano de Cuiabá § 63)
José Prado Flores, um renomado leigo católico expõe num dos seus livros a possível reflexão de Paulo de Tarso na prisão de Éfeso, capital grega da beleza e da estética.
Narra um Paulo talvez pensativo, numa masmorra insalubre e sob a luz de velas, sujo e mal tratado, enquanto lá em cima as pessoas vivem a beleza, o bom e o conforto. Pensando nos longos vinte anos que já haviam se passado desde Damasco, do que abdicou, do status que possuía, da vida que lhe era planejada, de mesmo ainda não ser visto como apóstolo, (…) entre outras possíveis reflexões ele diz:
“(…) O MEU GRANDE DESEJO E A MINHA ESPERANÇA SÃO DE NUNCA FALHAR NO MEU DEVER, para que, sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, em tudo o que eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a reconhecerem a grandeza, POIS PARA MIM VIVER É CRISTO, E MORRER É LUCRO. , mas se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho útil. Então não sei o que devo escolher. Estou cercado pelos dois lados, pois quero muito deixar esta vida e estar com Cristo, o que é bem melhor. PORÉM, POR CAUSA DE VOCÊS, É MUITO MAIS NECESSÁRIO QUE EU CONTINUE A VIVER. E, como estou certo disso, sei que continuarei vivendo e FICAREI COM TODOS VOCÊS PARA AJUDÁ-LOS A PROGREDIREM E A TEREM A ALEGRIA QUE VEM DA FÉ”. (Filipenses 1, 20-25)
Sim! É duro, mas animador.
Ser cristão carece de vontade e destemor. Não existe ainda a possibilidade de viver a missão, como diriam os jovens, “de boa”. Ser cristão carece de permanecer firmes as pressões, principalmente da sociedade, hoje não mais de Éfeso, mas dela como todo. Sei que às vezes, mesmo fazendo o melhor e as coisas certas possíveis seremos volta e meia lançados numa masmorra de críticas, fofocas e ostracismo, mas mesmo á luz de uma única luz de fé, mantenhamos confiantes e fieis ao projeto de salvação, pois como disse Jesus: “(…) se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”.
Sem ter por que lutar não temos vida! Arregacemos as mangas e continuemos.
Um imenso abraço fraterno!


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