24 de Abril - Sábado - Evangelho
- Jo 6,52-59
Bom
dia!
E
ao longo de anos de caminhada dentro da comunidade ou da fé poderíamos um dia
sentar e refletir se todo empenho foi em vão. Motivados pelas discussões e desentendimentos
que sempre surgem quando vivemos em comunidade poderíamos ser tendenciosos na
resposta e assim fugir. Mas todo esforço vale a pena? Vale a pena se desgastar
por aqueles que zombam do Senhor e pelos outros que vivem em comunidade, mas
que não vivem para os outros?
É
claro que valer a pena ou não depende da avaliação individual de cada um, mas
de certa forma, apesar de tantos desembaraços e desentendimentos, vale a pena
sim!
Repare
esse texto extraído do sínodo arquidiocesano de Cuiabá:
“(…)
MAS, PARA O VERDADEIRO DISCÍPULO DE CRISTO É IMPOSSÍVEL ESCONDER A FÉ. Um
cristão pode ser notado pela forma como ele pensa e como ele se comporta. É
verdade, mas nem sempre é assim. Nós também somos fracos e muitas vezes a nossa
vida é um contra-testemunho. Nem sempre as pessoas que nos conhecem notam que
nós somos cristãos. A gente nem sempre nota a presença de cristãos no nosso
dia-a-dia: educação, medicina, política, esporte, associação de bairro,
acolhida dos migrantes, meios de comunicação, sindicatos, cultura… tem coisa
atrapalhando”! (Documento conclusivo do Sínodo Arquidiocesano de Cuiabá § 63)
José
Prado Flores, um renomado leigo católico expõe num dos seus livros a possível
reflexão de Paulo de Tarso na prisão de Éfeso, capital grega da beleza e da
estética.
Narra
um Paulo talvez pensativo, numa masmorra insalubre e sob a luz de velas, sujo e
mal tratado, enquanto lá em cima as pessoas vivem a beleza, o bom e o conforto.
Pensando nos longos vinte anos que já haviam se passado desde Damasco, do que
abdicou, do status que possuía, da vida que lhe era planejada, de mesmo ainda
não ser visto como apóstolo, (…) entre outras possíveis reflexões ele diz:
“(…)
O MEU GRANDE DESEJO E A MINHA ESPERANÇA SÃO DE NUNCA FALHAR NO MEU DEVER, para
que, sempre e agora ainda mais, eu tenha muita coragem. E assim, em tudo o que
eu disser e fizer, tanto na vida como na morte, eu poderei levar outros a
reconhecerem a grandeza, POIS PARA MIM VIVER É CRISTO, E MORRER É LUCRO. , mas
se eu continuar vivendo, poderei ainda fazer algum trabalho útil. Então não sei
o que devo escolher. Estou cercado pelos dois lados, pois quero muito deixar
esta vida e estar com Cristo, o que é bem melhor. PORÉM, POR CAUSA DE VOCÊS, É
MUITO MAIS NECESSÁRIO QUE EU CONTINUE A VIVER. E, como estou certo disso, sei
que continuarei vivendo e FICAREI COM TODOS VOCÊS PARA AJUDÁ-LOS A PROGREDIREM
E A TEREM A ALEGRIA QUE VEM DA FÉ”. (Filipenses 1, 20-25)
Sim!
É duro, mas animador.
Ser
cristão carece de vontade e destemor. Não existe ainda a possibilidade de viver
a missão, como diriam os jovens, “de boa”. Ser cristão carece de permanecer
firmes as pressões, principalmente da sociedade, hoje não mais de Éfeso, mas
dela como todo. Sei que às vezes, mesmo fazendo o melhor e as coisas certas
possíveis seremos volta e meia lançados numa masmorra de críticas, fofocas e
ostracismo, mas mesmo á luz de uma única luz de fé, mantenhamos confiantes e
fieis ao projeto de salvação, pois como disse Jesus: “(…) se vocês não comerem
a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último dia”.
Sem
ter por que lutar não temos vida! Arregacemos as mangas e continuemos.
Um
imenso abraço fraterno!
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