23 de Abril - Sexta - Evangelho
- Jo 6,44-51
Bom
dia!
Preciso
fazer uma ponte com a reflexão de ontem:
“(…)
Para que ninguém se perca é preciso maior empenho e novas taticas, mas mesmo
assim temos que entender e conhecer bem as nossas limitações. Tamanha dedicação
sempre estará condicionada a vontade de quem se ‘perdeu’ em querer ‘se
encontrar”.
Agora
façamos uma conexão com esse versículo: “(…) ’Todos serão ensinados por Deus’.
E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim”.
É
uma perspectiva interessante. Deus se manifesta a todos os seus filhos, mas se
revela através de Jesus. É Jesus que apresenta a salvação àqueles que se
deixaram tocar pelo pai, pois não é seu desejo que ninguém se perca, mas
trazendo a reflexão de ontem, é preciso que quem “se perdeu” também se deixe
encontrar, ser tocado, conduzido, (…).
Jesus
vence a morte e de imediato apresenta a nova dinâmica de evangelização aos seus
discípulos; novos afazeres ligados a apresentação desse reino as criaturas. Até
antes da cruz, as pessoas corriam, se acotovelavam para ver Jesus, e ao
ressuscitar, Jesus vai ao encontro das pessoas, ordenando que se faça o mesmo.
“(…)
Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho
ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos”. (Mateus
28, 19-20)
Esse
reino de Deus é dinâmico e não estático. Esse reino inicia quando levantamos,
mas não se despede ao no fim do dia quando dormimos; esse reino tem sua
primeira célula a família, dentro de casa, perto dos nossos e se estende a
comunidade, a igreja, a paróquia,… O reino não se resume no castelo, mas em
todos que vivem em torno dele, ou seja, nas pessoas. Portanto se conclui que
nenhuma pastoral ou movimento é mais importante que a comunidade, que a
família, que o coletivo.
É
preciso ficar claro: Se deixar ser encaminhado por Deus começa por um ato
individual chamado de oração. É através dela que o pastor consegue encontrar
sua ovelha e é através dela também que reconhece a voz do seu pastor. É por ela
que o fraco se torna forte, o desanimado se levanta, é através dela que se
sente filho
“(…)
Junto de vós, Senhor, me refugio. Não seja eu confundido para sempre; por vossa
justiça, livrai-me! Inclinai para mim vossos ouvidos, apressai-vos em me
libertar. Sede para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza bem armada para me
salvar. Pois só vós sois minha rocha e fortaleza: haveis de me guiar e dirigir,
por amor de vosso nome.“ (Salmo 30/31, 2-4)
Precisamos
então re-ensinar as pessoas a rezar, a parar, a ouvir, a ter contato com o
divino. A modernidade do qual falamos durante essa semana gerou e não para de
gerar pessoas imediatistas. Uma geração “aperta um botão e liga”, ninguém quer
mais levantar para mudar o canal da TV e assim tem sido com a fé. Querem um
Deus maná, que atenda de imediato, mas que não exija compromisso
Nossas
homilias, reflexões, pregações devem ir além do contexto político, econômico,…
Ela deve ser social, abrangente e pedagógica. Nenhum bom professor se atreve a
lecionar sem preparar a aula, ainda mais hoje com a informação a um clique do
mouse, pois se assim o fizer é capaz de ficar “sem graça” ao ser corrigido por
um aluno primário.
Nenhum
movimento da igreja pode se rejeitar a ter o documento de aparecida como livro
de cabeceira; não pode fugir da missão de ir até as pessoas, não pode parar e
esperar que venham. Acreditar em Jesus é apresentá-lo e não buscá-lo apenas por
interesse.
Minha
oração e minha prece por aqueles que lutam para apresentar o reino de Deus aos
que dormem nas calçadas, aos que passam frio, aos abandonados nos asilos, aos
que pagam seus erros nos presídios, aos doentes, aos que precisam de conselho,
oração e um ombro.
Um
imenso abraço fraterno
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