21 de Abril de 2015-Evangelho - Jo 6,30-35
A multidão
que participou da partilha dos pães na montanha e, depois, seguiu Jesus em Cafarnaum, acaba
percebendo que Jesus propõe algo novo. Pedem-lhe um sinal para crer. Não entenderam o sinal da partilha. Querem um sinal
extraordinário como o de Moisés e o maná. É o apego do judaísmo às suas
tradições, fechado à novidade de Jesus. Querem um messias poderoso, mesmo que
seja opressor e explorador. E então Jesus revela a Sua verdadeira identidade
bem como a daqueles que o recebem dignamente: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca
mais terá fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.
Ele é O verdadeiro Pão que desceu do Céu.
Diferente do maná, alimento que Deus enviou por meio de Moises diz:Os nossos pais comeram o maná
no deserto, como está escrito: Deus-lhes a comer pão do céu. O maná
avalizou Moisés diante do povo como profeta enviado por Deus. Mas Jesus é o
Próprio Filho de Deus que se deu como alimento para os homens peregrinos. É o
primeiro e o último sinal. É a primeira e última palavra do Pai, por quem tudo
começou a existir. Sem Ele nada seria criado e nem salvo. Por Ele todos nós
alcançamos graças sobre graças. Pois onde abundou o pecado superabundou à
graça.
Por duas vezes no Evangelho de hoje se repete
o tema do maná no discurso de Jesus sobre o pão da vida; é um tipo ou referência
fundamental para a comparação que se estabelece entre Moisés e Jesus. Entre o
alimento que nos leva à morte e pão de vida eterna. O mana apareceu em
circunstâncias providencias de tempo e lugar em que apareceu para saciar a fome
dos israelitas, perdidos no deserto dentro enquanto caminhavam, reclamando e
com saudades das panelas do Egito. Infelizmente a crença popular judaica
esperava que na era messiânica voltasse a repetir-se o “milagre” do maná. Jesus
faz-lhes um desafio. Apresenta-lhes não um pão. Mas O Pão. Eis aqui um alimento
material que simboliza outro superior e mais completo: o
pão da vida que é o
próprio Cristo.
Por isso Jesus instrui a multidão acerca da
verdadeira natureza do pão do céu: Em verdade vos digo que não foi
Moisés quem vos deu o pão do céu, mas é meu Pai quem vos dá o verdadeiro ao do
céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.
A expressão pão descido do céu nos remete hoje ao Pão eucarístico,
que é o corpo de Jesus. Ele é o pão da vida. Então as pessoas, de acordo com a
sua interpretação material do pão de que Cristo lhe fala – tal como a
samaritana a respeito da água viva (Jo 4,14) -, dizem a Jesus: Senhor
dá-nos sempre desse pão. Este pedido propicia a grande
autorevelação em que Jesus se identifica com o pão em questão: Eu
sou o pão da vida. O que vem a mim nunca mais terá fome, e o que crê em mim
nunca mais terá sede. Jesus é o pão da vida que, tal como a água
viva, satisfaz para sempre a fome e a sede do que crê nele.
Assim, o sinal que devemos pedir receber,
acolher de Deus não deve ser outro senão Jesus. Ele é o resgate e o cultivo da
vida. É a transformação das pessoas que, acolhendo o seu amor,
passam a ser também fonte de
vida para outros. Jesus deixa claro: o que vem do céu vem do Pai. O maná não
foi dado por Moisés. É o Pai que dá o verdadeiro pão do céu, o pão que dá vida
ao mundo. E este pão é Jesus. Os que o ouvem se sensibilizam de modo semelhante
à samaritana quando Jesus oferece a fonte d”água da qual quem beber nunca mais
terá sede. Pedem desse pão para sempre. Jesus identifica-se como sendo ele
próprio o pão da vida. É Jesus que alimenta a vida eterna em nós por sua palavra,
seu amor e seu testemunho. Como aquele povo diga você também: Senhor dá-nos
sempre desse Pão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário