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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Eu sou a videira verdadeira-Claretianos

DOMINGO, 03 DE MAIO DE 2015
Quinto Domingo de Páscoa
Filipe, Tiago
Atos 9,26-31: Eles contaram como haviam visto o Senhor no caminho
Salmo 21: O Senhor é motivo de louvor na grande assembleia
1João 3,18-24: Este é seu mandamento: que creiamos e amemos
João 15,1-8: O que permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto
1 Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; 2 e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. 3 Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. 4 Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á. 7 Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito. 8 Nisto é glorificado meu Pai, para que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos.
COMENTÁRIO
Para entender bem este texto é necessário saber que tanto a videira (ou as uvas) como a figueira (ou os figos) são símbolo do povo de Deus no Antigo Testamento. Assim o profeta Oséias (9,10), referindo-se ao povo, diz: “Como uvas no deserto encontrei Israel, como figo temporão encontrei vossos pais”. Jeremias (24,10) conta uma visão com estas palavras: “O Senhor me mostrou dois cestos de figos... um tinha figos de excelente qualidade, isto é, figos temporãos, outra continha figos estragados, não comestíveis”. Os figos de qualidade simbolizam os desterrados fiéis a Deus; os estragados que não se podia comer são a figura do rei, seus dignitários e o resto de Jerusalém que permaneceram na Palestina ou residem no Egito (v. 8).
Portanto, a videira (que produz uvas amargas) como a figueira (abundante em folhas, mas sem frutos) simbolizam o povo judeu e seus governantes, que não se mantiveram fiéis a Deus. O fruto que Deus esperava de Israel era o cumprimento das exigências fundamentais da Lei: o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (12,28-31). Praticar esse amor, encarnado, segundo Isaías 5,7 (cf. Mc 12,1-2), na justiça e no direito, era a tarefa preparatória da antiga aliança em relação com o reinado de Deus prometido. Contudo, este povo não deu os frutos desejados ao longo da história. Assim Jeremias (8,4-13), depois de constatar a corrupção de Jerusalém, que, apesar de tudo, se gloria da Lei, termina desacorçoado dizendo: “Se tento colhê-los, oráculo do Senhor, não encontro uvas na videira nem figos na figueira”.
O texto completo desta passagem do profeta ilumina o sentido da esterilidade: “Assim diz o Senhor: “Não se levanta o que caiu? Não volta o que se foi? Então, por que este povo de Jerusalém apostatou irrevogavelmente? Firma-se na rebelião, recusa converter-se. Ouvi atentamente: não diz a verdade, ninguém se arrepende de sua maldade dizendo: “O que eu fiz?” Todos voltam para sua maldade... meu povo não compreende o mandamento do Senhor. Por que dizeis: “Somos sábios, temos a Lei do Senhor, se ela foi falsificada pela pena falsa dos escribas... do primeiro ao último só procuram seu próprio bem estar, profetas e sacerdotes se dedicam à fraude”.
Semelhante é o lamento de Miquéias 7, 1ss: “Ai de mim! Sou como o que procura restolhos depois da vindima: não encontra uvas para comer, nem figos bons que tanto gosto”. A decepção do profeta provém de que os piedosos e justos desapareceram da terra e todos cometem más ações. A figueira-Israel é mencionada por Jesus no evangelho de Marcos deste modo: “Jamais alguém comerá fruto de ti”.
Não lança maldição que lhe deseje diretamente a morte ou algum mal. Jesus não expressa ódio ou aborrecimento para com a figueira-instituição. De fato não lhe diz: “Não produza fruto”, nem tampouco anuncia que não encontrarão fruto nela, condenando-a à esterilidade. Diz simplesmente: “Jamais alguém coma nenhum fruto de ti”. Jesus expressa assim o desejo veemente de que nenhuma pessoa, judaica ou não, recorra para seu alimento-vida à figueira-instituição ou dependa dela; quer que a humanidade repudie sua doutrina e seu exemplo; que ninguém busque nada nela nem aceite nada dela; que fique isolada à margem da sociedade humana e termine assim seu papel histórico.
Um juízo tão contundente de Jesus sobre o templo e a instituição, apresentados como o protótipo do aborrecimento, deve-se a que ela foi infiel à missão confiada por Deus em dois aspectos diferentes que serão explicitados na perícope seguinte: externamente traiu o universalismo que devia encarnar, e internamente o povo se converteu em instrumento de exploração.
Com isso, sendo a instituição judaica com o templo a única representante na terra do verdadeiro Deus, deforma sua imagem, convertendo-o em um Deus particularista e legitimador da injustiça. Apaga, assim, o farol que devia iluminar a humanidade e cancelar todo horizonte de esperança. É o juízo do Messias sobre as instituições de Israel. Consta o fracasso da antiga aliança e, por sua parte, declara o fim da missão de Israel na história.
Como se vê, as palavras de Jesus somente terão efeito somente se cada um deixa de professar a ideologia proposta pela instituição ou as vantagens de quem adere a ela. O cumprimento destas palavras depende da opção livre dos seres humanos.
Frente àquele povo que havia sido infiel a Deus ao longo da história, Jesus funda um novo povo, uma comunidade humana nova, verdadeiro povo de Deus, cuja identidade vem da união com Jesus, que lhe comunica incessantemente o Espírito e o fruto de sua atividade depende dela.
A videira ou a vinha é o símbolo de Israel como povo de Deus (Salmo 80,9; Isaías 5,1-7; Jeremias 2,21; Ezequiel 19,10-12). A afirmação de Jesus se contrapõe a esses textos; não há mais povo de Deus (videira e ramos) senão a nova humanidade construída a partir dele (a videira, cf. 1,9: a luz verdadeira; 6,32: o verdadeiro pão do céu). Como no Antigo Testamento, é Deus a quem Jesus chama de Pai, quem plantou e cuida desta videira.
Advertência severa de Jesus que define a missão da comunidade. Ele não criou um círculo fechado, mas um grupo em expansão: todo membro tem um crescimento a realizar uma missão a cumprir. O fruto é o homem novo que se vai realizando, em intensidade, pela propagação da mensagem, no e fora (novo nascimento). A atividade, expressão do dinamismo do Espírito é a condição para que o homem novo exista. O ramo não produz fruto quando não responde à vida que recebe e não a comunica aos outros. O Pai que cuida da vinha o corta: é um ramo que não pertence à videira.
Na alegoria, a sentença toma o aspecto de poda. Porém, esta sentença não é mais que uma referência à doação de cada um: ao negar-se a amar e por não fazer caso do Filho, colocam-se na zona da reprovação de Deus (3,36). O ramo que não dá fruto é aquele que pertence à comunidade, porém não responde ao Espírito; o que como o pão, porém não assimila Jesus.
Quem pratica o amor tem que seguir um processo ascendente, desenvolver, pela poda que o Pai realiza. Com ela elimina fatores de morte, fazendo com que o discípulo seja cada vez mais autêntico e mais livre e aumente assim sua capacidade de entrega e sua eficácia. Pretende acrescentar o fruto: no discípulo, fruto de maturidade; em outros, fruto de nova humanidade.
O ramo não tem vida própria e, portanto, não pode dar fruto por si. Precisa da seiva, isto é, do Espírito comunicado por Jesus. Interromper a relação com ele significa cortar a fonte da vida e ser reduzido à esterilidade. O fruto antes mencionado es especifica como muito fruto (cf. 12,24). Este existe em função da união com ele, de que flui a vida. Sem estar unido a Jesus, o discípulo não pode comunica-la (sem mim nada podeis fazer). O futuro do que sai da comunidade por falta de amor é “secar”, isto é, carecer de vida. O final é a destruição (são queimados e jogados ao fogo). A morte em via acaba na morte definitiva. João bem o expressa em sua carta: “E este é o seu mandamento: que creiamos no nome de seu Filho, Jesus Cristo, e que nos amemos uns aos outros, tal como ele nos amou”. O amor é o único que conduz à vida verdadeira e definitiva.

Oração: Ó Deus, Mistério incompreensível, presença inascível, amor inexpressável, luz inefável. Ajuda-nos a compreender que a verdade está mais além de nossas formulações, que a vida és tu mesmo e que os caminhos que conduzem a ti são infinitos. É isto que te pedimos, inspirados por Jesus, filho teu e irmão nosso. Amém.



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