21 de Abril - Quarta - Evangelho
- Jo 6,30-35
Não
foi Moisés, mas meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão do céu.
O
Evangelho de hoje tem duas partes. 1ª) Referência ao maná. 2ª) Jesus se revela
como o pão do céu.
A
história do maná é contada no Livro do Êxodo. O povo hebreu estava atravessando
o deserto e começou a passar fome, pois na região não havia alimentos. Então
Deus lhes mandou o maná. Veja o texto: “Pela manhã, havia uma camada de orvalho
ao redor do acampamento. Quando a camada de orvalho se evaporou, apareceram
pequenos flocos, como cristais de gelo, que eram muito gostosos de comer. Então
Moisés ordenou: ‘Cada um recolha apenas quatro litros e meio por pessoa, que é
o suficiente para um dia’. Os filhos de Israel assim fizeram. Uns recolhiam
mais, outros menos. Quando mediam as quantias, não sobrava para quem havia
recolhido mais, nem faltava para quem havia recolhido menos. Moisés então lhes
disse: ‘Ninguém guarde para o dia seguinte’. Alguns não deram ouvidos e
guardaram. Resultado: No dia seguinte o maná amanheceu com vermes e apodreceu.
Ficou com um mau cheiro tão forte, que ninguém conseguia ficar dentro da tenda”
(Ex 16,13-21).
Por
isso que no Pai Nosso rezamos: “O pão nosso de cada dia nos dai hoje”. Não
amanhã, mas apenas hoje. Amanhã será outro dia e Deus providenciará.
Na
Igreja Primitiva, alguns cristãos levavam ao pé da letra esta questão. No fim
do dia, as famílias limpavam a dispensa, distribuindo para os pobres tudo o que
sobrou do dia. E, de fato, pelo que se sabe, nenhum deles passou fome por isso.
“Eu
sou o pão da vida.” É a Eucaristia que sustenta a vida cristã, assim como o
alimento sustenta a nossa vida material. Sem a Eucaristia nós vamos ficando cada
vez mais subnutridos na fé e nas boas obras e não conseguimos vencer as
tentações. A pessoa fica como ovelha sem pastor, planta sem água, ou galho
separado do tronco e acaba se afogando num copo d’água. Por outro lado, quem
recebe a Eucaristia produz frutos como árvore à beira d’água; ama como Jesus
amou, pensa como Jesus pensou e vive como Jesus viveu.
O
alimento que comemos se transforma em nós. Na Eucaristia acontece o contrário;
ela é mais forte do que nós, por isso nós é que nos transformamos nela. De tal
modo que um dia poderemos dizer com S. Paulo: “Não sou mais eu que vivo, é
Cristo que vive em mim”.
Nós
cristãos, que vivemos neste mundo tão complicado, precisamos da Eucaristia para
seguir os mandamentos de Deus.
O
pelicano é uma ave aquática, de pescoço longo, que chega a medir três metros.
Dizem que a mãe é tão zelosa pelos filhotes que, não havendo com que
alimentá-los, lhes dá de seu próprio sangue. Por isso, o pelicano é um símbolo
de Jesus eucarístico que, para a nossa felicidade e saúde espiritual, nos serve
o seu próprio corpo e sangue.
Na
hora da Consagração, o padre fala: “Eis o mistério da fé”. A Eucaristia é um
mistério de fé porque não vemos nenhum sinal externo de Jesus, nem no pão nem
no vinho consagrados. Apesar disso, nós cremos, como diz o canto “Deus de amor
nós te adoramos”: “No Calvário se escondia tua divindade, mas aqui também se
esconde tua humanidade; creio em ambas e peço, como o bom ladrão, no teu Reino,
eternamente, tua salvação”.
Certa
vez, um homem ia viajar, para ficar fora de casa durante uns dois meses. Ele
tinha uma estátua de estimação e não quis deixá-la em casa, porque a sua casa
não era muito segura. Pediu então para um amigo guardá-la em sua casa.
Aconteceu
que um dia o amigo se descuidou, a estátua caiu e se quebrou! E agora? Ele
procurou na redondeza um restaurador de estátuas e não encontrou.
Então
decidiu ele mesmo restaurar a estátua. Comprou as ferramentas e o material
necessário e restaurou o objeto de arte. Ficou uma beleza. Quem a conhecia
antes não conseguia descobrir onde foi quebrada.
Os
vizinhos começaram então a levar estátuas quebradas e objetos de arte para que
ele os restaurasse. As pessoas gostavam tanto do serviço daquele homem, que ele
montou um atelier especializado em restaurações de estátuas e obras de arte.
Esse
homem era um artista e não sabia. Precisou de um acidente para que ele
descobrisse o seu talento. Jesus nos restaurou, e o fez com tanto amor que quis
ficar entre nós para dar constante manutenção, e assim não quebrarmos mais a
imagem de Deus que somos.
Peçamos
a Maria Santíssima que nos ajude, não só a receber a Eucaristia, mas a ser
Eucaristia para o mundo, a exemplo de Jesus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário