28
de Abril de 2015-Evangelho
- Jo 10,22-30
Estamos diante do diálogo com os judeus. E é
fácil perceber o conflito entre a sinagoga e as comunidades cristãs no tempo em
que João escreve o seu Evangelho. A sinagoga, tentando reencontrar sua rígida
identidade, decidira expulsar os judeus que aderiram à fé em Jesus. Procurava
demover os cristãos inseguros, alegando-lhes que ele não era o Messias, o
Cristo. Contudo, João mostra que a fé em Jesus deve ser mantida tendo em vista
as suas obras de amor. As palavras dele ecoam nas comunidades e os discípulos
devem segui-lo. É ele quem dá a vida eterna e seu Pai guarda de maneira segura
seus discípulos. A agressividade dos adversários estava já se tornando perigosa
e se manifestava ameaçadora quando Jesus falou abertamente sobre sua
identidade, ser o Filho de Deus. Sobretudo quando diz: “Quando tiverdes elevado
o Filho do Homem então sabereis que EU SOU” (Jo 8,28). “Abraão, vosso pai,
exultou por ver o meu Dia. Ele o viu e encheu-se de alegria” “Antes que Abraão
nascesse EU SOU” (v. 56 e 56) e finalmente: “Eu e o Pai somos um”. Esta última
afirmação foi a que procurou mais irritação com a ameaça de O querem matar: “Os
judeus, outra vez, apanharam pedras para lapidá-lo”; ainda mais forte esta
irritação quando Jesus ressuscitou: “Então a partir desse dia resolveram
matá-lo”.
Jesus é um personagem incômodo, ontem, hoje e sempre. A motivação
desta incomodidade é que Jesus fala, diz a verdade, e a verdade é exigente,
interessa a vida e incide sobre o comportamento humano. Qual verdade? Jesus é o
Filho de Deus, sua identidade é divina, conceito ou melhor, evento que se torna
difícil aceitar por o homem racional e que não se abre a transcendência. Quando
Jesus disse: “EU SOU”, igualando-se a Deus; quando disse: “Aquele que o Pai
consagrou e enviou ao mundo dizeis: ‘Blasfêmias! ’, porque disse: Sou Filho de
Deus!”, declarando-se Filho de Deus; quando a pergunta do Chefe do Sinédrio És
tu o Messias, o Filho de Deus Bendito? Jesus respondeu: “Eu sou”, afirmando que
o Messias é o Filho de Deus, o mundo religioso judaico, com seus chefes,
pareceu acabar por causa de um terremoto tal, que provocou nos detentores o pânico
total de perder o poder religioso e político, seu estado social e familiar. A
reação foi decisiva, a morte.
Jesus provoca terremotos também hoje, nas pessoas e nos povos,
enfrentando-se com as ideologias e o pensamento moderno e pós-moderno, na sociedade
com suas denúncias contra o permissivismo e relativismo, com seus fortes
chamamentos a reconhecer a dignidade do homem, feito à imagem e semelhança de
Deus e redimido por Jesus Cristo, Salvador e Redentor. É preciso que você e eu
sejamos como João e anunciemos Jesus seja a que custo for. Pois Ele é o único
que nos pode salvar.
Pai, dá-me um coração de discípulo que se deixa guiar docilmente
pelo Mestre Jesus, tornando-se, assim, apto para reconhecer sua condição de
Messias de Deus.
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