30 de Abril - Sexta - Evangelho
- Jo 13,16-20
Quem recebe aquele que
eu enviar, me recebe a mim.
Este Evangelho narra
as palavras de Jesus após o lava-pés. São orientações fundamentais aos
Apóstolos e a todos os líderes de Reino de Deus, de todos os tempos e lugares.
Esses líderes vão continuar o trabalho que ele fez nos seus três anos de vida
pública.
“O servo não está
acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou”. Se
ele, o senhor e mestre, agiu como uma empregada doméstica lavando os pés da
família que chega da viagem, nós, os líderes cristãos, devemos preocupar-nos,
não com honras, mas em servir as pessoas com humildade.
“Se sabeis isto, e o
puserdes em prática, sereis felizes.” Essa atitude de serviço humilde nos faz
felizes. “Descubra a felicidade de servir.” Mas não basta saber que é assim; a
felicidade começa quando colocamos em prática.
Jesus nos pede também
que apoiemos os seus líderes: “Quem recebe aquele que eu enviar, me recebe a
mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”. Em outras palavras, quem
receber e tratar bem um líder cristão, estará recebendo e tratando bem o
próprio Cristo, o próprio Deus.
Jesus inverteu o
sentido da autoridade. É estar por baixo, não por cima; é servir, não ser
servido. Toda autoridade é poder para servir. Jesus nunca condenou a busca do
poder, pois ele é necessário na sociedade. O chefe é o centro de unidade de
qualquer grupo humano. O que Jesus fez foi direcionar e orientar quem exerce o
cargo de coordenação e de poder, em todos os níveis da sociedade. O chefe
encontra a sua felicidade quando lava os pés, não quando os outros lhe lavam os
pés. “Aquele que manda seja como aquele que serve” (Lc 22,26).
O poder é uma
realidade muito ampla e diversificada na sociedade. Todos nós temos poder: Os
pais, os professores, o motorista de ônibus, o ascensorista de elevador, a
secretária, o guarda, o porteiro, o chefe de sessão, o médico, a enfermeira...
E na Igreja o papa, o bispo, o padre, a religiosa, o líder leigo, a catequista
etc. Até uma criança exerce poder sobre seus irmãos menores. Há momentos em que
coordenamos e há momentos em que somos coordenados.
Em outra ocasião,
Jesus nos mostrou, através de uma comparação, como ser o maior: “Na hora da
refeição, quem é o maior: quem está sentado à mesa, ou quem está servindo? Não
é quem está sentado à mesa? Eu, porém, estou no meio de vós como aquele que
serve” (Lc 22,27). Está expressa aí, de modo claro, a inversão que Jesus fez no
exercício da autoridade.
Certa vez, houve numa
paróquia uma palestra para os casais sobre a educação dos filhos. Quem deu a
palestra foi um casal da pastoral familiar. A primeira coisa que o casal fez
foi distribuir todos um papelzinho no qual estava escrito: “O melhor modo de
educar os filhos é ser:” E embaixo uma linha para cada um completar a frase.
Alguns casais, em vez
de completar, expressaram a sua discordância com a formulação da frase. Para
eles, o correto seria deixar fora a palavra “ser”, pois educar é uma ação, não
um modo de ser.
Na hora de ler as
frases completadas, o casal palestrante explicou: Os filhos aprendem mais com
os olhos do que com os ouvidos. Por isso, a educação acontece noventa por cento
pelo exemplo, pelo modo de ser dos pais, e só dez por cento pelas suas palavras
e conselhos. Se os pais procuram ser pessoas exemplares, mesmo que os filhos
não os imitem na hora, mais tarde vão fazê-lo. Aliás, isso vale para todo tipo
de educação, não só a familiar. Quem se coloca como primeiro, como líder,
influi muito mais pelo exemplo do que pelas palavras. “A palavra convence, o
exemplo arrasta”.
Maria Santíssima é
chamada a mulher servidora. Ela não se deixava levar pelos tabus da época, que
obrigavam a mulher a passar a vida fechada dentro de casa. Pelo contrário, ela
viajava, fazia até longas viagens, unicamente para servir, como foi o caso da
prima Isabel, das Bodas de Cana, do serviço ao Filho na cruz, da presença junto
à Igreja primitiva etc. Santa Maria, a mulher servidora, rogai por nós!
Quem recebe aquele que
eu enviar, me recebe a mim.
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