01 de Maio- Sexta -
Evangelho - Jo 14,1-6
Padre Antonio Queiroz
Diante de Jesus, havia
um hidrópico. Ele o curou, mesmo sendo sábado.
Este Evangelho narra a
cena da cura de um hidrópico, doença popularmente conhecida como barriga
d’água, num dia de sábado, o que era proibido pela lei judaica.
As leis judaicas eram,
às vezes, egoístas, porque cuidar de um animal doente podia.
Deus é o Senhor da
vida. O direito à vida precede quaisquer outros direitos e outras leis, mesmo
as mais sagradas. A encarnação do Verbo selou para o ser humano uma dignidade
superior. E Jesus disse: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em
abundância” (Jo 10,10).
Não só as palavras de
Jesus, mas todos os seus gestos eram em favor da vida, como este da cura do
hidrópico. Ele curava os doentes, ressuscitava os mortos, ensinava o amor e o
serviço aos necessitados...
“Vê que eu hoje te
proponho a vida e a felicidade, a morte e a desgraça. Escolhe, pois, a vida”
(Dt 30,15.19).
“Deus criou o mundo
para a vida, para ver suas criaturas felizes. Em suas obras não existe veneno
de morte” (Sb 1,14). A natureza toda é boa e tudo nela concorre para a vida,
numa harmonia maravilhosa, que chamamos de ecossistema. Foi o pecado que
estragou a natureza, tornando-a, às vezes, prejudicial ao homem.
Compensa valorizar a
vida. Compensa fazer tudo pela vida humana, desde pentear o cabelo de uma
criança até morrer na Cruz.
As leis existem para
proteger a vida, não para prejudicá-la. É assim que as leis devem ser
interpretadas.
A vida humana deve ser
protegida desde a sua concepção dentro da mãe. E a pesquisa científica não pode
colocar-se acima da vida. Não se pode matar um ser humano para salvar outro.
Libertar uma pessoa do
mal, seja que mal for, é a melhor forma de santificar o Dia do Senhor, pois o
Dia do Senhor deve ser o dia da vida.
Não se lê no Evangelho
que o hidrópico dirigisse a Jesus alguma palavra ou pedido. A iniciativa da
cura partiu de Jesus mesmo. O nosso amor deve ser tão grande que, basta ver uma
pessoa em necessidade, já nos movemos a socorrê-la.
Certa vez, uma jovem
queria suicidar-se. Foi a uma ponte bem alta, sobre um rio largo e fundo, a fim
de pular lá de cima, pois ela não sabia nadar.
Quando chegou à ponte,
viu um cego que caminhava para atravessá-la, mas estava errando a direção da
ponte e ia cair num barranco bem alto, direto na água do rio.
Ela correu, deu a mão
ao cego e o conduziu até atravessar a ponte. Depois resolveu levá-lo até o seu
destino.
Quando chegaram, ele
sorriu para ela e disse: “Muito obrigado, moça! Você salvou a minha vida!” Ela
respondeu emocionada e com o coração cheio de alegria: “Eu é que lhe agradeço,
meu amigo. Você também salvou a minha vida!”
Deu-lhe um abraço e
foi embora, sem se apresentar nem explicar ao cego o sentido real da sua frase.
E nunca mais aquela jovem pensou em destruir a própria vida. Pelo contrário,
queria viver o máximo, a fim de fazer muitas pessoas felizes e ver muitos
sorrisos, como viu no rosto daquele cego.
Maria Santíssima é
chamada a Mãe da Vida, porque nos deu aquele que é o caminho, a verdade e a
vida. Que ela nos ajude a imitar o seu Filho, promovendo a vida.
Diante de Jesus, havia
um hidrópico. Ele o curou, mesmo sendo sábado.
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