20 de Abril - Terça - Evangelho
- Jo 6,22-29
Bom
dia!
Tiberíades
era uma cidade muito importante para o império romano, durante certo tempo foi
a capital da Galiléia. Foi de lá que Jesus vinha antes de chegar a Cafarnaum,
cidade esta considerada a “base” de Jesus, pois lá residiu e de sua redondeza
saíram boa parte dos apóstolos.
Muitos
milagres foram vistos em Cafarnaum e Jesus a considerava como sua cidade, mas
mesmo assim, com tantas demonstrações de amor, o povo insistia em não se
arrepender sendo talvez por isso justificada a forma mais enérgica e exortativa
ao se referir aos que o procuravam apenas por interesses. “(…) Eu afirmo a
vocês que isto é verdade: vocês estão me procurando porque comeram os pães e
ficaram satisfeitos e não porque entenderam os meus milagres”.
E
hoje, o que mudou? Jesus continua a operar, continua a curar, a fazer milagres
no nosso meio, mas a quantas anda nosso arrependimento?
Vejamos
a proposta da CNBB para essa reflexão:
“(…)
Um dos caminhos que temos para conhecer melhor a pessoa de Jesus é o sacramento
da eucaristia. PORÉM, ESSE CAMINHO EXIGE DE TODOS NÓS UMA POSTURA DE FÉ DIANTE
DELE E UMA ABERTURA PARA AS REALIDADES QUE ESTÃO ALÉM DA MATERIALIDADE. As
pessoas que só buscam a saciedade material e procuram Jesus apenas para a
satisfação desse tipo de necessidade são incapazes de buscar o alimento que não
se perde e que nos leva a reconhecer que Jesus é aquele que o Pai marcou com o
seu selo. Essas pessoas não são capazes de ver que Jesus é o enviado do Pai e,
por isso, não acreditam nele“.
É
duro dizer isso, mas o texto do evangelho de hoje demonstra um Jesus
profundamente chateado com a demagogia na fala das pessoas ao omitir seus
verdadeiros interesses. Pessoas essas, e infelizmente ainda hoje, que vão à
busca de situações favoráveis transitórias, esquecendo do que pode ser
permanente e duradouro.
Quando
buscamos ao Senhor, apresentamos o que de fato queremos? E quando recebemos ou
somos atendidos, permanecemos junto dele ou também partimos até a próxima vez
que precisarmos?
Buscar
o Senhor na aflição é bíblico e amplamente orientado nas passagens do novo e
antigo testamento; é bom, prudente e valioso esse contato íntimo, mas não
podemos ter Jesus como milagreiro e sim como Senhor. Temos a ingrata “mania” de
procurá-lo e logo em seguida esquecê-lo. Quantas pessoas lotam reuniões e
grupos onde se lê “semana da graça”, “corrente dos milagres” e ao terminar tais
momentos, somem?
Nós
que estamos a frente de pastorais e movimentos precisamos repensar algumas
falas e atitudes:
De
quem estamos fazendo propaganda: Jesus ou do milagre?
O
que esperamos em nossos encontros: adoradores ou quantidade de gente?
Que
tipo de pessoas queremos que surjam desses encontros?
Adoro
a idéia de acampamentos de oração promovidos pela Canção Nova. Pessoas que se
reúnem para louvar e ouvir a palavra de Deus. Ao se encontrar assim deixamos
sob a vontade plena de Deus tudo que ali acontecer. Acampar provém de uma ação,
ou seja, vontade própria, largar outras coisas, (…).
Toda
ação ou fala que temos geram expectativas nas pessoas. Precisamos ensinar as
pessoas que tudo acontecerá a seu tempo, pois Deus deseja muito o nosso bem.
Ouço essa política milagreira muito bem definida nas igrejas neopentecostais,
uma política onde o Espírito Santo é “empregado” com hora e lugar marcado para
“realizar” milagres mediante a NOSSA vontade (hunf!). É esse tipo de respeito
que temos com Deus?
Deus
esta sempre a frente daqueles que crêem. Quem o conhece não deveria dar mal
exemplos. O correto é apegar-se ao Deus dos milagres e não aos milagres de
Deus, pois todo aquele, que Nele crê, esta salvo e não precisa nada temer.
“(…)
Considerai os lírios, como crescem; não fiam, nem tecem. Contudo, digo-vos: nem
Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles. Se Deus, portanto,
veste assim a erva que hoje está no campo e amanhã se lança ao fogo, quanto
mais a vós, homens de fé pequenina! Não vos inquieteis com o que haveis de
comer ou beber; e não andeis com vãs preocupações. Porque os homens do mundo é
que se preocupam com todas estas coisas. Mas vosso Pai bem sabe que precisais
de tudo isso. Buscai antes o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas
vos serão dadas por acréscimo. NÃO TEMAIS, PEQUENO REBANHO, PORQUE FOI DO
AGRADO DE VOSSO PAI DAR-VOS O REINO”. (Lucas 12, 27-32)
Um
imenso abraço fraterno
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