SEXTA FEIRA DA 3ª SEMANA DA PÁSCOA 24/04/2015
1ª Leitura Atos 9, 1-20
Salmo Marcos 16,15 “E disse-lhes:” Ide por todo mundo e pregai o
evangelho a toda criatura”
Evangelho João 6, 52-59
Certa ocasião indaguei a um estudioso dos povos indígenas se havia
alguma justificativa para as tribos antropófagas devorarem seus adversários.
Ele explicou-me que uma certa tribo havia adotado esse costume por acreditarem
que, o Espírito de um Valente guerreiro, é passado aquele que comer a sua
carne. Nesta tribo, os adolescentes eram convocados a saborearem a carne dos
Guerreiros adversários que haviam matado. Essa idéia bem rudimentar e primitiva
nos ajuda a compreender o Mistério da Eucaristia em nossa Vida.
Para se ter em nós a Vida Plena do Espírito, é preciso comer a
carne do Senhor e beber o seu sangue. Os
Judeus ortodoxos ficaram escandalizados e se perguntavam, como é que Jesus iria
lhes dar de comer à sua carne.
Comer o Corpo do Senhor, e beber do seu sangue, são expressões
fortes para se dizer que, aquele que Nele crê, devem estar com ele em íntima
comunhão a ponto de se transformar em um outro Cristo.
Entretanto, não podemos resumir a Eucaristia apenas ao Rito, que é
rico em significado, a própria palavra “Comunhão” com que designamos a
Eucaristia, é a sua essência. Portanto, não se trata de um rito mágico, onde
ingerimos a hóstia Consagrada e o precioso vinho, transubstanciado realmente no
Corpo e Sangue do Senhor ( Não do Jesus histórico) e em nosso organismo começa
uma alteração química...Essa mudança só é perceptível sob o olhar da Fé, pois a
vivência quotidiana deve manifestar essa prática eucarística de se estar em
comunhão com o Senhor na Comunhão com os irmãos.
Estar em comunhão com o Senhor é quando eu demonstro a mesma
reverência com as pessoas, que eu tenho pelo Santíssimo presente no Sacrário.
Como é bonito de se ver quando o Sacerdote passa em meio aassembléia com o
Ostensório. As pessoas fecham os olhos, tocam nas vestes sacerdotais, ajoelham-se,
acompanham todo o percurso com o olhar em um devotamento total da alma e do
coração. Terminada a celebração termina também a magia, os irmãos e irmãs são
os mesmos de sempre, chatos, ranzinzas, fofoqueiros, orgulhosos, arrogantes,
soberbos, e a relação com alguns da assembléia é quase impossível…Onde ficou a
comunhão com o Senhor nas relações da comunidade? E há os de “Crista Erguida”
que quando exortados por alguém a serem mais pacientes, caridosos e
compreensivos, respondem com a velha e repugnante frase “Venho aqui por causa
de Jesus e não das pessoas” .
As demais pessoas da comunidade, inclusive os dirigentes e
Ministros Sagrados, nada significam, o que importa é o Jesus Eucarístico, que
não incomoda ninguém, que não faz nenhuma exigência, que concorda com tudo o
que eu digo , penso e faço, e ainda de vez em quando me faz alguns milagres.
Que Cristianismo é esse?
Vale aqui lembrar a frase Joanina “Quem diz que ama a Deus, que não
vê, mas não ama o próximo que está ao seu lado, é um mentiroso!” . Temos uma
prática eucarística ou vivemos apenas no “arrebatamento” do rito?
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