22 de Abril - Quinta - Evangelho
- Jo 6,35-40
Esta
é a vontade do meu Pai: toda pessoa que vê o Filho tenha a vida eterna.
Este
Evangelho sublinha a vontade salvadora de Deus Pai, através do seu Filho. Ver
Jesus é mais do que olhar fisicamente para ele, pois ele reclamou: “Vós me
vistes, mas não acreditais”. Temos de vê-lo com coração aberto e com o desejo
de segui-lo.
Assim
como Jesus procurou ser fiel à vontade de Deus Pai sobre ele, fazendo tudo para
que aqueles que o Pai lhe deu não se percam, nós também, como Igreja, fazemos
de tudo para que não se perca nenhum daqueles que Jesus confiou a nós. E
conseguimos isso recebendo e distribuindo a Eucaristia, que nos torna “outros
Cristos” no mundo.
Quem
pára de comungar, precisa pensar bem o que está acontecendo; será que o
“agricultor” não está cortando o galho da videira, porque este galho não está
produzindo frutos?
“Eu
sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca
mais terá sede.” Comungar é unir-se com Cristo numa aliança eterna, de vida e
de ideais.
Duas
vezes neste Evangelho Jesus fala que, se morrermos unidos com ele, ele vai nos
ressuscitar no último dia, isto é, após a nossa morte. Esta é a vontade de Deus
Pai: vivermos eternamente unidos com ele no céu. E é também, claro, a nossa
vontade.
A
Igreja faz a Eucaristia e a Eucaristia faz a Igreja. A Igreja faz a Eucaristia
porque é o padre que, obedecendo a Jesus, preside à Missa na qual acontece a
transubstanciação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo. E a Eucaristia
faz a Igreja porque a Eucaristia é a vida da Igreja. Ela faz na Igreja o que o
alimento faz no nosso corpo. Uma Comunidade que não tem Missa nem Culto
dominical, no qual se distribui a Comunhão, vai enfraquecendo cada vez mais até
morrer.
Há
uma grande diferença entre a Eucaristia e os outros seis sacramentos. Nestes
recebemos a graça de Deus; na Eucaristia recebemos o próprio Deus. E Cristo nos
vem com todas as graças, com toda a sua força e o seu amor. Nos outros
sacramentos recebemos a força de Deus para determinadas situações concretas da
nossa vida: Nascer (batismo), crescer (crisma), pecar (confissão), tornar-se
padre (ordem), casar-se (matrimônio) e ficar doente (unção dos enfermos). Já na
eucaristia é toda a vida cristã que é revigorada.
Havia,
certa vez, um menino de oito anos que adorava ouvir o pai tocar violão. À noite,
ele sempre levava o violão para o pai tocar. Na verdade, o pai não sabia tocar
violão, apenas fazia alguns acordes.
Como
o pai chegava sempre cansado em casa, um dia ele comprou para o filho um toca
CD e lhe deu de presente, junto com vários CDs de grandes violonistas. Mas o
garoto, em vez de ligar o toca discos, levava o violão para o pai tocar.
Numa
noite, o pai lhe disse: “Filho, você não gosta de ouvir CD?” “Gosto” –
respondeu o menino – mas eu quero ouvir o senhor tocar!”
Mais
importante que o violão era a amizade com o pai, e os dois ficarem juntos. Como
é bom ter Cristo junto conosco na Eucaristia! Nós dialogamos com ele, ficamos
mais felizes e adquirimos forças para continuar a caminhada.
Maria
Santíssima estava unida, não só ao seu Filho, mas também à santa Igreja que,
após a ascensão de Jesus, reuniu-se no Cenáculo. Depois, obedecendo ao Filho,
foi para a casa do evangelista João e lá participava da Comunidade cristã. Que
ela nos ajude a amar mais a Eucaristia, o Cristo vivo no meio de nós, transformado
em alimento.
Esta
é a vontade do meu Pai: toda pessoa que vê o Filho tenha a vida eterna.
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