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de Maio de 2015-Evangelho -
Jo 14,7-14
Senhor mostra-nos o Pai,
e isso nos basta! Esta foi a preocupação de Filipe no Engelho de
hoje e pode ser a de muitos diante de uma situação sem solução humanamente
falando. Jesus, no quarto evangelho, fala frequentemente da sua relação com o
Pai, da sua união com Ele, pelo fato de ter sido enviado por Ele. Ontem como
hoje, os discípulos, agora representados por Filipe, queriam algo mais: uma
visão direta do Pai. E então respondendo Jesus Se lhes revela: Eu estou
no Pai e o Pai está em mim! Sua essência com o Pai é a mesma. Ele é o
eterno Filho de Deus. Nele, por ele e para ele, foram criadas todas as coisas.
Mas esse desejo estava em contradição com aquilo
que já nos aparece no prólogo de João: A Deus jamais alguém o viu. O
Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a
conhecer (Jo 1, 18). Mas os discípulos não souberam reconhecer na
presença visível do seu Mestre as palavras e as obras do Pai porque, para ver o
Pai no Filho, é preciso acreditar na união recíproca que existe entre ambos. Só
pela fé se reconhece a mútua imanência entre o Jesus e o Pai. Por isso, a única
coisa que havemos de pedir é a fé, esperando confiadamente esse dom. Jesus ao
apelar para a fé, apoia os seus ensinamentos em duas razões: a sua autoridade
pessoal, tantas vezes experimentada pelos discípulos, e o testemunho das suas
obras.
A obra de Jesus, inaugurada pela sua missão de revelador, é apenas
um começo. Os discípulos hão-de continuar a sua missão de salvação, farão obras
iguais e mesmo superiores às suas. Jesus quer mesmo dar coragem, aos seus e a
todos os que hão-de acreditar n´Ele, para que se tornem participantes convictos
e decididos na sua própria missão.
Jesus falou muito do Pai. Filipe entusiasmou-se e
pediu a Jesus que lhe mostrasse o Pai. Mas o Senhor respondeu-lhe: Quem
me vê, vê o Pai. Filipe queria ver o Pai, mas não conseguiu vê-lo em Jesus.
Ao contemplar o Mestre ficou pela realidade externa, não conseguindo atingir o
interior, a sua realidade íntima, com o olhar penetrante da fé. O verbo «ver»,
para João, indica duas ordens de realidades: a do sinal visível e o da glória
do Verbo.
Eu estou no Pai e o Pai está em mim.
Jesus é a revelação de amor, de um amor generoso que quer espalhar-se sem
limites, que não tem ciúmes: quem crê em mim também fará as obras que
Eu realizo; e fará obras maiores do que estas.
Pai, que eu saiba reconhecer-te na pessoa de Jesus, expressão
consumada de teu amor misericordioso por todos os que desejam estar perto de
ti.
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