04 de Maio - Segunda -
Evangelho - Jo 14,21-26
O Defensor, o Espírito
Santo, que o Pai enviará, ele vos ensinará tudo.
Este Evangelho,
podemos chamar de trinitário, porque nele aparecem, de maneira explícita e
muito viva, as três Pessoas divinas: quem guarda a palavra de Jesus é amado por
Deus Pai, os dois virão e farão morada nele, e o Espírito Santo lhe ensinará
tudo. Jesus chama o Espírito Santo de “Paráclito”, termo complexo que
compreende as funções de advogado, defensor, assistente, protetor, mestre e
consolador. O Espírito Santo exerce todas essas funções em cada cristão e na
santa Igreja. “O Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele
vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito”.
Tal como o Filho foi
enviado em nome do Pai para realizar a sua obra, assim o Espírito Santo é
enviado em nome de Cristo para completar a sua revelação à Igreja.
“Quem observa os meus
mandamentos... Eu o amarei e me manifestarei a ele.” Manifestar-se é no sentido
de levar a pessoa a crer em Jesus. A fé é proporcional à nossa obediência aos
mandamentos de Jesus. Se uma pessoa começa a observar com mais empenho os
mandamentos, Cristo vai se manifestando, isto é, a sua fé vai crescendo dia a
dia. E, junto com ela, a esperança e a caridade. A fé da pessoa vai ficando
cada vez mais esclarecida e autêntica, isto é, concretizada na Igreja que Jesus
fundou: una, santa, católica e apostólica.
Se, pelo contrário,
uma pessoa começa a se afastar dos mandamentos, a sua fé vai diminuindo e se
desviando dia a dia. De repente a pessoa está “adorando animais”.
“Nem todo aquele que
me diz: ‘Senhor! Senhor!’, entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em
prática a vontade de meu Pai que está nos céus” (Mt 7,21).
“Quem me dera que meu
povo me escutasse, que Israel andasse sempre em meus caminhos! Seus inimigos
sem demora humilharia e voltaria minha mão contra o opressor... Eu lhe daria de
comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha o fartaria” (Sl 80,14-17).
Jesus Cristo sempre
procurou obedecer a Deus Pai: “Eis que venho, ó Pai, para fazer a vossa
vontade” (Sl 39,8). “O meu alimento é fazer a vontade do meu Pai que está no
céu” (Jo 4,34). “Eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade
daquele que me enviou” (Jo 6,38).
Também os Apóstolos
eram observantes fiéis dos mandamentos: “É preciso obedecer antes a Deus que
aos homens” (S. Pedro, no seu discurso no tribunal. Está em At 5,29).
No Pai Nosso, nós
rezamos: “Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”.
Todos nós queremos que
Jesus se manifeste a nós, a fim de sabermos o caminho certo da nossa
felicidade. Vamos então observar com dedicação os seus mandamentos.
A principal força que
nos leva a obedecer a Deus não é o interesse em receber favores e benefícios
dele, ou o medo de castigo, mas é o amor a ele. Eu vou à Missa porque sei que
Deus quer que eu vá, e eu o amo muito e quero fazer a sua vontade. Havia um
homem que, quando dava tempestade com raios, ele rezava. Um dia ele instalou um
pára-raios na sua casa, então parou de rezar. Na verdade esse homem nunca teve
uma fé verdadeira, por a sua “fé” sempre foi interesseira. A fé verdadeira
nasce do nosso amor a Deus, independente de recebermos ou não benefícios dele.
Certa vez, Nossa
Senhora, com o Menino Jesus nos braços, desceu à terra para visitar um
mosteiro. Os monges ficaram muito felizes com a visita. Organizaram um fila e,
um a um, ao se aproximar, prestava a sua homenagem. Um recitava poesia, outro
mostrava os desenhos que fazia na Bíblia ilustrando as passagens, outro
recitava de cór a lista dos santos de cada dia do ano etc.
No final da fila
estava um monge muito simples e humilde, que ainda não tivera chance nem de
aprender a ler. Os colegas ficaram preocupados, com medo de ele dar fora,
comprometendo a imagem do mosteiro. Quiseram até convencê-lo a sair da fila.
Mas ele fez questão de prestar sua homenagem ao Menino Jesus e à sua mãe.
Quando chegou a sua vez, ele não disse nada. Apenas pegou umas laranjas que
trazia nos bolsos e começou a jogá-las para cima e pegar todas, sem deixar cair
nem uma. Isso em meio a belos gestos de malabarismo. Aquele monge havia
trabalhado em um circo e foi lá que aprendera isso.
E sabe o que aconteceu?
O Menino Jesus riu e bateu palmas, coisas que não fizera em nenhuma das
apresentações anteriores. No final, Maria estendeu os braços e ofereceu o Filho
para que aquele monge o pegasse um pouquinho, coisa que também não havia feito
com nenhum dos outros monges.
A ciência e os
conhecimentos são importantes, mas muito mais importantes são as nossas ações e
os nossos gestos de amor, mesmo que esses gestos sejam feitos unicamente para
divertir o nosso próximo, fazendo-o rir.
A Encarnação aconteceu
graças à obediência de uma mulher a Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor!
Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Rainha da obediência, rogai
por nós.
O Defensor, o Espírito
Santo, que o Pai enviará, ele vos ensinará tudo.
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