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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Vimos do Oriente para adorar o rei-Claretianos

Domingo, 04 de Janeiro de 2015
Festa da Epifania do Senhor
Rigoberto, Yolanda

Isaías 60,1-6: A glória do Senhor amanheça sobre ti
Salmo 71: Que te adorem, Senhor, todos os povos
Efésios 3,2-3a.5-6: Agora se revelou que também os gentios são coerdeiros 
Mateus 2,1-12: Vimos do Oriente para adorar o rei. 
1 Tendo, pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram do oriente a Jerusalém. 2 Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo. 3 A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. 4 Convocou os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de nascer o Cristo. 5 Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito pelo profeta: 6 E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu povo(Miq 5,2). 7 Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. 8 E, enviando-os a Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo. 9 Tendo eles ouvido as palavras do rei, partiram. E eis que e estrela, que tinham visto no oriente, os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou. 10 A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 11 Entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro, incenso e mirra. 12 Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para sua terra por outro caminho.

COMENTÁRIO
A época em que foi escrito esta parte do livro do profeta Isaías (terceiro Isaías), corresponde à restauração, isto é, ao regresso dos exilados a Jerusalém da Babilônia, regresso à grande cidade de Deus. Quando este grupo de exilados chegou ao Israel, encontrou suas cidades destruídas, seus campos abandonados ou apropriados por outras famílias, as muralhas derrubadas e o templo, o lugar onde Javé habitava, incendiado. Esta dramática realidade provocou um total desânimo. A partir da visão dessa realidade, as esperanças e motivações todas foram dirigidas para a reconstrução das casas e campos, deixando de lado a restauração do templo e, com isso, a confiança na vinda gloriosa de Javé, que traria a Israel a salvação plena na mesma história. Isaías anima a fé de seu povo, convida-o a colocar novamente sua fé e seu coração na força salvadora de Javé, que irá trazer a paz e a justiça a seu povo, por isso Jerusalém será uma cidade radiante, cheia de luz, a presença de Deus como rei fará dela uma grande nação, diante dela se prostrarão todos os povos da terra. O profeta manifesta com esta grande revelação que Deus é quem dará início a uma nova época para Israel, uma época onde reinará a luz de Deus e serão destruídas todas as forças do mal, pois Deus se faz presente em Israel e mais ninguém poderá causar-lhe dano. 
Esta visão profética possui uma compreensão muito reduzida da ação salvífica de Deus, já que é assumida como uma promessa que se cumprirá em benefício única e exclusivamente do povo de Israel e não de toda a terra.  Paulo, na carta aos Efésios, ampliará essa compreensão, afirmando que a salvação vinda de Deus, através de Jesus, é para “todos”, judeus e pagãos. O plano de Deus, segundo Paulo, consiste em formar um só povo, uma só comunidade crente, um só corpo, uma só Igreja, um organismo vivo capaz de comunicar a toda a criação a vida e a salvação outorgada por Deus. A carta aos Efésios expressa que o mistério recebido por Paulo consiste em que a Boa Nova de Cristo se torne efetiva também aos pagãos, eles são coerdeiros e membros desse mesmo corpo; isto significa que Deus se revelou a toda a humanidade, age em todos, salva a todos, reconcilia a todos sem exceção. 
O evangelho da festa da Epifania, confirma este caráter universal da salvação de Deus. Mateus expressa, por meio deste relato simbólico, a origem divina de Jesus e sua tarefa salvadora como Messias, como rei de Israel, herdeiro do trono de Davi. Pra isso o evangelista insiste em nomear com exatidão o lugar onde nasceu Jesus e em confirmar, através do Antigo Testamento, que com sua presença na história se cumpriram as palavras dos profetas. Por outro lado, a rejeição deste nascimento por parte das autoridades políticas (Herodes) e religiosas (sumos sacerdotes e escribas) do povo judeu e a alegria infinita dos magos, vindos do Oriente, anunciam desde já esse caráter universal da missão de Jesus, a abertura do evangelho aos pagãos e sua vinculação à comunidade cristã. A Epifania do Senhor é a celebração precisa para confessar nossa fé em um deus que se manifesta a toda a humanidade, que se faz presente em todas as culturas, que age em todos, e que convida a comunidade dos crentes a abrir suas portas às necessidades e pluralidades do mundo atual.
No tempo em que vivemos, marcado radicalmente pelo pluralismo religioso e marcado também, crescentemente, pela teologia do pluralismo religioso, o sentido do “missionário” e da “universalidade cristã
“mudaram profundamente. Até agora em muitos casos o missionário era sinônimo de proselitismo, de “converter ao cristianismo” os “gentios”, e a “universalidade cristã” era entendia como centralidade do cristianismo: éramos da religião central, a (única) querida por Deus, e portanto, a religião-destino da humanidade. Todos os povos (universalidade) estavam destinados a abandonar sua religião ancestral e fazer-se cristãos... Tarde ou cedo o mundo chegaria a seu destino: o de ser “um só rebanho, com um só pastor”...
Nos dias de hoje tudo isto está mudado, ainda que muitos cristãos (incluídos muitos de seus pastores) ainda sejam seguidores da visão tradicional. Hoje é um bom dia para apresentar estes desafios e para aprofundá-los Não desperdicemos a oportunidade para atualizar também pessoalmente nossa visão nestes temas. No site de nome:
 servicioskoinonia.org/relat - existem muitos materiais para debate e estudo do tema, seja em reuniões ou na catequese (o material do Site está em espanhol).
No Novo Testamento, além de João 7,42, encontramos referência a Belém nas narrações de Mateus 1 e Lucas 2 a respeito do nascimento do Salvador na cidade de Davi. A tradição de que o Messias devia nascer em Belém tem sua base no texto de Miqueias 5,2, onde consta que de Belém Éfrata devia sair aquele que governaria Israel e seria pastor o povo. Hoje já sabemos que Jesus nasceu provavelmente em Nazaré e que a afirmação de que nasceu em Belém é uma afirmação com intenção teológica.
O termo “magos” procedo do grego “magoi” que significa matemático, astrônomo e astrólogo. Estas duas últimas disciplinas se identificavam na antiguidade, por isso ambas podiam estudar o destino e o desígnio das pessoas. Isto significa que os “reis magos” não foram nem reis nem magos no sentido atual destas palavras; teriam sido astrólogos ou estudiosos do céu. Foi o teólogo e advogado cartaginês Tertuliano (160-220 d. C.) que assegurou que os magos seriam reis e que procederiam do Oriente. Na visita dos Magos a Jesus, os padres da Igreja viram neles o símbolo da realeza (ouro), da divindade (incenso) e a paixão (mirra) de Cristo.


Oração: Senhor, nosso Deus e nosso Pai: em um dia como este Jesus foi reconhecido pelos magos vindos do Oriente; faze que os que te buscam, encontrem e sigam as estrelas que tu colocas em seu caminho e aqueles que já te encontramos possamos contemplar um dia, face a face, a glória de teu rosto. Por Jesus Cristo na unidade do Espírito Santo...

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