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quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A conturbada relação de Herodes com Jesus-Diác. José da Cruz

SEXTA FEIRA DA 4ª SEMANA DO TEMPO COMUM 06/02/2015
1ª Leitura Eclesiástico 47,2-13
Salmo  17(18), 47b “Exaltado seja Deus, que me salva”
Evangelho Marcos 6, 14-29
http://liturgiadiaria.cnbb.org.br/app/user/user/UserView.php?ano=2014&mes=2&dia=7
O Evangelho nos mostra a conturbada relação de Herodes com Jesus. Claro que não há uma cronologia sequencial dos fatos aqui expostos, o que o evangelista ressalta muito bem é que os Poderosos desse mundo, aqui representados por Herodes, sempre se colocam acima de qualquer poder, mesmo o Divino, como donos absolutos da Vida podendo manipulá-la á vontade, sempre é claro a seu favor.
Herodes não acreditava naquela onda de que o Batista, que ele mandara decapitar, atendendo o desejo de Salomé, a filha de sua amante Herodíades, teria ressuscitado em Jesus e voltara a vida para provocá-lo.
E qual é o pecado de Herodes? Exatamente o de colocar-se acima de Deus enquanto Rei, e mesmo que aprecie a quem prega, não pode voltar atrás em sua palavra, pois jurou durante um banquete no dia do seu aniversário. Celebrou a Vida decretando a morte do Justo que ousara denunciar o seu pecado de adultério.
A Eucaristia é um Banquete bem diferente do Banquete de Herodes, nela Jesus oferece a própria Vida para que toda Humanidade a tenha em abundância. Diferente de Herodes, Jesus mantém a sua Palavra, mesmo que isso represente perder a própria Vida. Se permanecesse fiel as Palavras de João Batista a quem tanto admirava, compreenderia que no Reino de Jesus, só ganha quem perde.
O homem da pós modernidade conhece Jesus Cristo, o seu evangelho e o seu Reino, admira os valores cristãos e  até os acha belos enquanto ideal de Vida, mas no momento em que, para decidir radicalmente a favor do Reino, correr o risco de perder algo, como Herodes prefere que prevaleça a mentira, a infidelidade e a morte do Justo, relativizando Jesus Cristo e seus ensinamentos, porque o seu egocentrismo só o leva a ver como absoluto seus interesses.
Os governantes e os legisladores do mundo, muitas vezes agem desse modo, decretando a morte do Justo, porque o seu testemunho é uma séria ameaça ao poder que ocupam. E assim, o banquete de morte se repete em todas as esferas, pois há sempre uma Herodíades caprichosa, querendo a cabeça dos que vivem e anunciam a Verdade absoluta.

Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata- Votorantim SP

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