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de Janeiro - Quarta - Evangelho - Mc 4,1-20
Jesus contou freqüentemente, por parábolas,
histórias sobre os acontecimentos do dia-a-dia que ele usava para ilustrar
verdades espirituais.
Esta história fala de um fazendeiro que lançou
sementes em vários lugares com diferentes resultados, dependendo do tipo do
solo. A importância desta parábola é salientada por Jesus em Marcos 4:13: “Não
entendeis esta parábola e como compreendereis todas as parábolas?” Jesus está
dizendo que esta parábola é fundamental para o entendimento das outras. Esta é
uma das três únicas parábolas registradas em mais do que dois evangelhos, e
também é uma das únicas que Jesus explicou especificamente. Precisamos meditar
cuidadosamente nesta história.
A história em si é simples: “Eis que o
semeador saiu a semear. E, ao semear, uma parte caiu à beira do caminho; foi
pisada, e as aves do céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e, tendo
crescido, secou por falta de umidade. Outra caiu no meio dos espinhos; e,
estes, ao crescerem com ela, a sufocaram. Outra, afinal, caiu em boa terra;
cresceu e produziu a cento por um” (Lucas 8:5-8). A explicação de Jesus é
também fácil de entender: “A semente é a palavra de Deus. A que caiu à beira do
caminho são os que a ouviram; vem, a seguir, o diabo e arrebata-lhes do coração
a palavra, para não suceder que, crendo, sejam salvos. A que caiu sobre a pedra
são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; estes não têm raiz, crêem
apenas por algum tempo e, na hora da provação, se desviam. A que caiu entre
espinhos são os que ouviram e, no decorrer dos dias, foram sufocados com os
cuidados, riquezas e deleites da vida; os seus frutos não chegam a amadurecer.
A que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido d bom e reto coração retêm a
palavra; estes frutificam com perseverança” (Lucas 8:11-15). Alguém ensina as
Escrituras a várias pessoas; a resposta dessas pessoas depende do estado do
coração delas, isto é, de sua atitude. Consideremos o semeador, a semente e o
solo.
O trabalho do semeador é colocar a semente no
solo. Uma vez que a semente for deixada no celeiro, nunca produzirá uma safra,
por isso seu trabalho é importante. Mas a identidade pessoal do semeador não é.
O semeador nunca é chamado pelo nome nesta história. Nada nos é dito sobre sua
aparência, sua capacidade, sua personalidade ou suas realizações. Ele
simplesmente põe a semente em contato com o solo. A colheita depende da
combinação do solo com a semente.
Aplicando-se espiritualmente, os seguidores de
Cristo devem estar ensinando a palavra. Quanto mais ela é plantada nos corações
dos homens, maior será a colheita. Mas a identidade pessoal do professor não
tem importância. “Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De
modo que nem o que planta é alguma cousa, nem o que rega, mas Deus que dá o
crescimento” (1 Coríntios 3:6-7). Em nossos dias, o semeador tornou-se a figura
principal e a semente é bastante esquecida. A propaganda das campanhas
religiosas freqüentemente contém uma grande fotografia do orador e dá grande
ênfase ao seu nível escolar, sua capacidade pessoal e o desenvolvimento de sua
carreira; o evangelho de Cristo que ele supõe-se estar pregando é mencionado
apenas naquelas letrinhas, lá no canto. Não devemos exaltar os homens, mas
fixarmo-nos completamente no Senhor.
A semente é a Palavra de Deus. Cada conversão
é o resultado do assentamento do evangelho dentro de um coração puro. A palavra
gera (Tiago 1:18), salva (Tiago 1:21), regenera (1 Pedro 1:23), liberta (João
8:32), produz fé (Romanos 10:17), santifica (João 17:17) e nos atrai a Deus (João
6:44-45). Como o evangelho se espalhava no primeiro século, foi-nos dito muito
pouco sobre os homens que o divulgaram, porém muito nos foi dito sobre a
mensagem que eles disseminaram.
A colheita do evangelho pode ser pequena (se o
solo for pobre), mas Deus só nos deu permissão para plantar a palavra. Somente
plantando a Palavra de Deus nos corações dos homens o Senhor receberá o fruto
que ele espera. Ou, usando uma figura diferente: as Escrituras são a isca de
Deus para atrair o peixe que ele quer salvar. Precisamos aprender a ficar
satisfeitos com seu plano.
O fruto produzido depende da resposta à
Palavra. É decisivamente importante ler, estudar e meditar sobre as Escrituras.
A palavra tem que vir habitar em nós (Colossenses 3:16), para ser implantada em
nosso coração (Tiago 1:21). Temos que permitir que nossas ações, nossas
palavras e nossas próprias vidas sejam formadas e moldadas pela palavra de
Deus.
Uma safra sempre depende da natureza da
semente, não do tipo da pessoa que a plantou. Um pássaro pode plantar uma
castanha: a árvore que nascer será um castanheiro, e não um pássaro. Isto
significa que não é necessário tentar traçar uma linhagem ininterrupta de fiéis
cristãos, recuando até o primeiro século. Há força e autoridade próprias da
palavra para produzir cristãos como aqueles do tempo dos apóstolos. A palavra
de Deus contém força vivificante. O que é necessário é homens e mulheres que
permitam que a palavra cresça e produza frutos em suas vidas; pessoas com
coragem para quebrar as tradições e os padrões religiosos em volta deles, para
simplesmente seguir o ensinamento da Palavra de Deus. Hoje em dia, a palavra de
Deus tem sido freqüentemente misturada com tanta tradição, doutrina e opinião
que é quase irreconhecível. Mas se pusermos de lado todas as inovações dos
homens e permitirmos que a palavra trabalhe, podemos tornar-nos fiéis
discípulos de Cristo justamente como aqueles que seguiram Jeus quase 2000 anos
atrás. A continuidade depende da semente.
É perturbador notar que a mesma semente foi
plantada em cada tipo de solo, mas os resultados foram muito diferentes. A
mesma palavra de Deus pode ser plantada em nossos dias; mas os resultados serão
determinados pelo coração daquele que ouve.
Alguns são solos de beira de estrada, duro,
impermeável. Eles não têm uma mente aberta e receptiva para permitir que a
palavra de Deus os transforme. O evangelho nunca transformará corações como
estes porque eles não lhe permitem entrar.
As raízes das plantas, no solo pedregoso,
nunca se aprofundam. Durante os tempos fáceis, os brotos podem parecer
interessantes, mas abaixo da superfície do terreno, as raízes não estão se
desenvolvendo. Como resultado, se vem uma pequena temporada seca ou um vento
forte, a planta murcha e morre. Os cristãos precisam desenvolver suas raízes
por meio de fé em Cristo e de estudo da Palavra cada vez mais profundo. Quando
se permite que ervas daninhas cresçam junto com a semente pura, nenhum fruto
pode ser produzido. As ervas disputam a água, a luz solar e os nutrientes e,
como resultado, sufocam a boa planta. Existe uma grande tentação a permitir que
interesses mundanos dominem tanto nossa vida que não nos resta energia para
devotar ao crescimento do evangelho em nossas vidas.
Então, há o bom solo que produz fruto. A
conclusão desta parábola é deixada para cada um escrever. Que espécie de solo
você é?
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