II Domingo do TC 18/01/2015
1ª Leitura 1 Samuel 3, 3b-10.19
Salmo 39/40,8 a .9 a “Então, eu disse: “Fazer vossa vontade meu Deus. É o que me
agrada”
Evangelho João 1, 35-42
O QUE ESTAIS PROCURANDO?
A vida é marcada por muitos encontros, conseqüência de uma procura,
um dos mais belos é quando alguém encontra o grande amor de sua vida! Há um
momento solene e inesquecível na celebração de um casamento na igreja, é quando
após a entrada da noiva, o noivo vai acolhê-la ainda no corredor, há muitos que
vêem aquele momento como a uma despedida do pai que entrega filha para o futuro
genro. No fundo é isso mesmo, porque aquele encontro é diferente de todos os
demais que já tiveram, pois mesmo o primeiro encontro que é tão emocionante
para muitos, não tem o significado deste, realizado aos pés do altar. Por quê?
Porque se trata de um encontro definitivo, para sempre, por toda a
vida, vão formar uma nova família, vão ser uma só carne, vão morar sob um mesmo
teto. Não haverá mais, ou pelo menos, não é para haver, nenhuma separação, até
que a morte os separe – afirma categoricamente o rito do casamento. O encontro
que fazemos com Deus em nossa vida, através da experiência com Jesus, tem e
precisa ser algo definitivo, como uma aliança de casamento, precisamos
consentir que Jesus entre em nossa vida e ali permaneça, mas para isso é
preciso que entremos na vida nova que ele nos oferece e ali permaneçamos. Talvez por isso o verbo permanecer é tão
repetido no evangelho de João.
O amor autentico e verdadeiro não se contenta com encontros
casuais, que não geram compromisso de vida, os encontros do namoro e do
noivado, embora importantes, nunca são definitivos, quem já não viu noivos que
desistiram do casamento uma semana antes da cerimônia? Não há vínculo em tais
encontros, embora sejam eles muito importantes porque exercitam o coração para
a busca do verdadeiro amor que só será possível na comunhão de vida.
As vezes muitos cristãos vivem esse relacionamento com Jesus, se
dizem apaixonados por ele, encantados com a sua pessoa, com suas palavras, com
seu corpo e sangue, mas a vida de fé se resume em encontros ocasionais com o
Senhor, sem muito compromisso de vida, em uma assembléia é difícil encontrar
alguém que não se sinta fortemente atraído por Jesus Cristo, mas ao deixarem a
igreja templo e voltarem para suas casas, seu trabalho, seu estudo, será que
permanecem fiéis a este amor, ou vivem procurando encontros fortuitos com
outros amantes?
A este respeito recordo-me dos encontros jovens do meu tempo, que
eram denominados “Encontro com Cristo”, sempre muito comovedor onde a moçada se
derretia em lágrimas nas reflexões, que eram muito profundas, mas depois...
Ficava só nisso, amava-se o Cristo, mas não se amava a sua igreja, a família,
os amigos, a esposa, os filhos, um amor que não gera compromisso de vida não
pode se dizer que é verdadeiro.
João Batista encontrou este amor que requer desprendimento, que
nunca nos leva a nós, mas aos outros, por isso aponta a dois de seus discípulos
aquele que é o “cordeiro de Deus”, isso é, o amor capaz de imolar-se pelo bem
do homem. Os discípulos passam a seguir Jesus, pois o que procuravam não
encontraram em João, mas agora a procura terminou. Querem saber onde Jesus
mora, porque desejam com ele uma relação mais íntima e forte, o que sentem não
é um entusiasmo passageiro, mas algo que é para sempre. Por isso vão e passam a
morar com o Senhor. Nessa casa do Senhor, que é o nosso coração, Jesus não pode
ser um simples inquilino ou visitante, ele terá que ser o dono da nossa vida,
porque sem ele o nosso coração não passa de uma casa vazia e abandonada.
Quando se está comprometido com o Senhor, tudo o que é nosso
torna-se dele, e tudo o que é dele, torna-se nosso.suas palavras, seus
ensinamentos, seu evangelho passa a ser as diretrizes de nossa vida. Daí o
nosso testemunho coerente, que manifesta a alegria de quem encontrou o
verdadeiro amor, é contagiante como o de André, que conduz Simão até Jesus.
E Simão se torna Pedra, rocha firme capaz de abrigar e acolher o
novo povo que está surgindo, povo da nova aliança, prefiguração da nova
humanidade que terminou sua procura ao encontrar-se com Jesus. Assim como esses
primeiros discípulos, a Igreja nada mais busca ou procura, mas apenas anuncia o
Cristo, Messias, salvador e libertador do homem, único capaz de tirar o seu
pecado e revesti-lo da sua graça operante e santificante. ( Evangelho João 1, 35-42
II Domingo do TC)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Sra. Consolata - Votorantim
E-mail cruzsm@uol.com.br
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