26 de Janeiro - Segunda
- Evangelho - Lc 10,1-9
Enviou-os dois a dois.
Hoje celebramos a memória de dois bispos da Igreja primitiva: S.
Timóteo e S. Tito. Eles eram companheiros do Apóstolo S. Paulo. Os nomes deles
aparecem freqüentemente no livro dos Atos dos Apóstolos. Inclusive, S. Paulo
escreveu duas cartas a Timóteo e uma a Tito.
O Evangelho, próprio da memória, narra o envio dos setenta e dois
discípulos. Todos os líderes cristãos são os continuadores daqueles setenta e
dois, inclusive S. Timóteo e S. Tito. Jesus os enviou dois a dois, não um por
um. Isso porque “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou
ali, no meio deles” (Mt 18,20). Portanto, é Cristo que vai agir através dos
seus discípulos.
S. Tito é provavelmente natural de Antioquia. Foi fiel colaborador
de S. Paulo em suas viagens apostólicas, e recebeu dele algumas missões
importantes, como levar uma coleta para os cristãos de Jerusalém (2Cor 8,6) e
ir a Corinto pacificar a Comunidade que estava em briga. Um dia, ele foi com S.
Paulo à ilha de Creta, e acabou sendo nomeado bispo de lá, onde ficou até a
morte.
Quanto a Timóteo, o chamado dele está narrado em At 16,1-5: “Paulo
foi para Derbe e Listra. Havia em Listra um discípulo chamado Timóteo, filho de
uma judia que abraçara a fé, e de pai grego. Os irmãos de Listra e Icônio davam
bom testemunho dele. Paulo quis então que Timóteo partisse com ele. Tomou-o
consigo e circuncidou-o, por causa dos judeus que se encontravam nessas
regiões, pois todos sabiam que o pai dele era grego. Percorrendo as cidades,
Paulo e Timóteo... As Igrejas fortaleciam-se na fé e, de dia para dia, cresciam
em número.” Está aí um exemplo bonito de como que Deus chama as pessoas.
Daí para frente, Timóteo tornou-se, não só companheiro de Paulo,
mas amigo.
Nos Atos dos Apóstolos e nas cartas de S. Paulo há inúmeros elogios
de Paulo a Timóteo. É interessante o que Paulo escreve a ele na 2Tm 1,3-5: “Dou
graças a Deus – a quem sirvo de consciência pura, como aprendi de meus pais – quando,
sem cessar, noite e dia, faço menção de ti em minhas orações. Lembro-me de tuas
lágrimas. Sinto grande desejo de rever-te e, assim, encher-me de alegria.
Recordo-me da fé sincera que há em ti, fé que habitou, primeiro, em tua avó
Loide e em tua mãe Eunice, que certamente habita também em ti”.
Esse texto mostra como que a fé passa de geração em geração, de
pais para filhos. Dona Loide tinha muita fé, por isso a sua filha Eunice também
tinha. E Timóteo tinha muita fé, porque herdou da sua mãe Eunice. A fé e os
bons costumes vão passando de geração em geração. É interessante que S. Paulo,
antes de se referir aos antepassados de Timóteo, lembra-se dos próprios pais:
“...como aprendi de meus pais”. Em outras palavras, Paulo está dizendo que deve
a seus pais a fé que tem. Nós sabemos que os pais de S. Paulo eram judeus fiéis
e sinceros. Por isso, Paulo deu cabeçadas, mas acabou acertando o passo. Assim
acontece hoje com os filhos de famílias boas. Alguns tropeçam, têm altos e
baixos, mas o que acaba prevalecendo é a fé recebida dos pais.
Por outro lado, infelizmente o mesmo acontece com a falta de fé e a
vida de pecado. Vão passando de geração em geração. É o que diz o provérbio:
“Tal pai tal filho”. Nós herdamos de nossos pais, não só as características
físicas e de temperamento, mas também as virtudes ou os defeitos. A família é a
formadora das pessoas. É dentro dela que nasce o homem e a mulher de amanhã.
Para que os pais possam ter filhos que se tornem bons cidadãos e
bons cristãos, e assim lhes dêem alegria no futuro, é necessário ter tempo para
eles!
Quando Paulo estava velhinho, nomeou Timóteo bispo de Éfeso, cargo
que exerceu até a morte.
Certa vez, houve uma mudança de governo em um país muito pobre, e o
novo presidente era ateu e detestava a Igreja Católica. Pouco tempo depois de
eleito, ele publicou um decreto expulsando do país todos os religiosos e
religiosas. Só os párocos foram poupados.
Logo que os religiosos saíram, aconteceu um problema no qual o
presidente não havia pensado: fecharam-se diversos hospitais, asilos, creches e
outras instituições de caridade que eram diretamente servidas pelos religiosos.
Envergonhado, o governador correu atrás e chamou de volta os religiosos.
Em toda a história da Igreja, os religiosos e cristãos em geral se
dedicam não só à parte espiritual, mas à material também. A fé católica nos dá
alegria de viver, de amar e de se dedicar aos necessitados. Felizes aqueles e
aquelas continuam na Igreja o trabalho dos setenta e dois discípulos, como
fizeram S. Timóteo e S. Tido!
Maria Santíssima e S. José foram modelos de pais e de educadores.
Que eles, e também os santos Timóteo, Tito e Paulo, ajudem os pais e mães a
cumprirem bem a sua missão.
Enviou-os dois a dois.
A palavra de Deus nos liberta e nos transforma.Obrigado Padre Queiroz.
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