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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Ensinava como quem tem autoridade-Padre Antonio Queiroz

01 -Fevereiro - DOMINGO - Evangelho - Mc 1,21-28

Padre Antonio Queiroz


Ensinava como quem tem autoridade.
 Este Evangelho narra a cura de um possesso. O fato aconteceu durante uma reunião do povo na sinagoga. Estamos no comecinho da vida pública de Jesus e, como pouca gente o conhecia, ele aproveitava as reuniões nas sinagogas para anunciar a realizar a Boa Nova.
O povo ficava admirado com a forma com que Jesus falava; era com autoridade, não como os chefes religiosos, que eram inseguros e falavam sem muita convicção, repetindo opiniões de vários autores, de forma enfadonha. Jesus, ao contrário, transmitia segurança no que falava.
Jesus curava os doentes que pediam; curava também os que não pediam; e curava até os que o atacavam, como este caso. O homem era “possuído por um espírito mau”, isto é, ele se deixava levar pelas forças do mal e praticava ações más.
Diariamente nós nos encontramos com as forças que se opõem à verdade e escravizam as pessoas. Essas forças estão reunidas em um só comando: o demônio. Aparentemente cada um faz o mal por sua própria conta. Mas, na realidade, todos os que praticam o mal estão a disposição de um só comando, que é o demônio. Ele age ou diretamente ou através daqueles que ele já conquistou e que criaram as organizações e estruturas do mal. Muitas vezes, ele age também dentro de nós, usando as raízes do pecado original que ficaram em nós.
Na maioria das vezes o demônio procura dissimular a sua presença e ação e, enquanto ninguém ameaça as suas posições, ele vai tomando conta da sociedade, levando-a à corrupção, à injustiça, à violência, ao pecado. Quanta gente é possuída pelo espírito mau e não percebe!
Esse nosso inimigo não dorme, e vê com antecedência quem são os que podem debilitar o seu império e, mal começam a agir, o demônio levanta-se contra eles aquelas pessoas que ele já conquistou: os medíocres, aqueles que foram mal sucedidos em alguma coisa. Por isso que, mal Jesus começava a falar, algum “possesso” já se levantava contra ele, mesmo dentro da casa de oração.
Este foi apenas o primeiro enfrentamento de Jesus com o espírito mau. Haverá muitos outros, até o dia em que toda a sociedade judia se levantará e matará o Filho de Deus.
Ao ouvir Jesus, e perceber que ele podia afastar o mal dos ouvintes, o homem atacou a Jesus, tentando fazer com que ele parasse de falar. Mas deu o contrário, o possesso é que foi curado. Não é o homem mau que Jesus ataca, mas sim o espírito mau que está nele. O pobre homem, Jesus continua amando.
O possesso se contradisse. Pela forma de atacar, ele acabou confessando que Jesus é realmente o Messias: “Que queres de nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Também hoje, Deus nos defende quando somos atacados e até vira ao contrário o ataque, transformando em testemunho a favor do Reino de Deus.
Jesus é “o Santo”; ele está acima de todas as forças do mal, as visíveis e as invisíveis. Nós cristãos precisamos desmascarar as maldades escondidas e disfarçadas da sociedade pecadora. Seremos atacados, mas compensa; afinal, Deus estará conosco e a vitória é certa.
Mas para isso precisamos ter fé convicta e não ficar inseguros diante das estruturas de pecado e dos homens e mulheres pecadores. Nós apenas emprestamos a nossa voz ao Espírito Santo.
“Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu.” O mal não sai das pessoas de graça. Ele dá o troco, fazendo a sua última maldade para a pobre pessoa que, até há pouco, era possuída por ele.
Certa vez, foi anunciado que o diabo deixaria o seu trabalho e por isso queria vender suas ferramentas. A data e o local da venda foram anunciados.
Quando chegou o dia, muita gente foi lá para ver que ferramentas o diabo usa. Logo que chegavam, viam as ferramentas expostas de uma maneira atraente, para despertar o interesse dos compradores. Estavam ali a malícia, o ódio, a luxúria, a inveja, o ciúme, a mentira, a fraude, a lisonja... Ali estavam todos os instrumentos do mal que o diabo usa. Cada ferramenta tinha o seu preço afixado.
Andando pela exposição, alguém encontrou, em um cantinho escuro, uma ferramenta. Ela tinha aparência inofensiva e apresentava sinais de ser bastante usada. O preço era altíssimo. O mais alto da exposição. E o nome da ferramenta: desânimo.
A pessoa procurou o diabo e perguntou por que aquela ferramenta era tão cara. Ele respondeu: “Porque ela me é muito útil. Os homens e as mulheres a aceitam facilmente, pensando que ela é inofensiva. Eles nem percebem que ela pertence a mim. E, depois que a acolhem, eu posso entrar dentro deles e agir à vontade, colocando as outras ferramentas que eu tenho para levar as pessoas para o inferno.
Cruz credo, não? Vamos tomar cuidado com o desânimo e nunca permitir que ele se instale em nós.
Deus está conosco, um amigo poderoso, zelando vinte e quatro horas pelo nosso bem e salvação. Vamos ouvi-lo e viver “fortes na fé, alegres na esperança e solícitos na caridade”.
Que Maria Santíssima nos ajude, primeiro a não nos deixar levar pelos espíritos maus; depois, a termos uma fé convicta, a fim de sermos um instrumento de Deus na libertação dos que são possuídos pelas forças do mal.
Ensinava como quem tem autoridade.



Um comentário:

  1. Padre Queiroz, linda reflexão, gostei desta parábola CERTA VEZ,... Que Deus abençoe o Senhor e te dê muita saúde para este belo trabalho de evangelização.

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