01 -Fevereiro - DOMINGO - Evangelho
- Mc 1,21-28
Padre
Antonio Queiroz
Ensinava
como quem tem autoridade.
Este
Evangelho narra a cura de um possesso. O fato aconteceu durante uma reunião do
povo na sinagoga. Estamos no comecinho da vida pública de Jesus e, como pouca
gente o conhecia, ele aproveitava as reuniões nas sinagogas para anunciar a
realizar a Boa Nova.
O
povo ficava admirado com a forma com que Jesus falava; era com autoridade, não
como os chefes religiosos, que eram inseguros e falavam sem muita convicção,
repetindo opiniões de vários autores, de forma enfadonha. Jesus, ao contrário,
transmitia segurança no que falava.
Jesus
curava os doentes que pediam; curava também os que não pediam; e curava até os
que o atacavam, como este caso. O homem era “possuído por um espírito mau”,
isto é, ele se deixava levar pelas forças do mal e praticava ações más.
Diariamente
nós nos encontramos com as forças que se opõem à verdade e escravizam as
pessoas. Essas forças estão reunidas em um só comando: o demônio. Aparentemente
cada um faz o mal por sua própria conta. Mas, na realidade, todos os que
praticam o mal estão a disposição de um só comando, que é o demônio. Ele age ou
diretamente ou através daqueles que ele já conquistou e que criaram as
organizações e estruturas do mal. Muitas vezes, ele age também dentro de nós,
usando as raízes do pecado original que ficaram em nós.
Na
maioria das vezes o demônio procura dissimular a sua presença e ação e,
enquanto ninguém ameaça as suas posições, ele vai tomando conta da sociedade,
levando-a à corrupção, à injustiça, à violência, ao pecado. Quanta gente é
possuída pelo espírito mau e não percebe!
Esse
nosso inimigo não dorme, e vê com antecedência quem são os que podem debilitar
o seu império e, mal começam a agir, o demônio levanta-se contra eles aquelas
pessoas que ele já conquistou: os medíocres, aqueles que foram mal sucedidos em
alguma coisa. Por isso que, mal Jesus começava a falar, algum “possesso” já se
levantava contra ele, mesmo dentro da casa de oração.
Este
foi apenas o primeiro enfrentamento de Jesus com o espírito mau. Haverá muitos
outros, até o dia em que toda a sociedade judia se levantará e matará o Filho
de Deus.
Ao
ouvir Jesus, e perceber que ele podia afastar o mal dos ouvintes, o homem
atacou a Jesus, tentando fazer com que ele parasse de falar. Mas deu o
contrário, o possesso é que foi curado. Não é o homem mau que Jesus ataca, mas
sim o espírito mau que está nele. O pobre homem, Jesus continua amando.
O
possesso se contradisse. Pela forma de atacar, ele acabou confessando que Jesus
é realmente o Messias: “Que queres de nós, Jesus de Nazaré? Vieste para nos
destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”. Também hoje, Deus nos
defende quando somos atacados e até vira ao contrário o ataque, transformando
em testemunho a favor do Reino de Deus.
Jesus
é “o Santo”; ele está acima de todas as forças do mal, as visíveis e as
invisíveis. Nós cristãos precisamos desmascarar as maldades escondidas e
disfarçadas da sociedade pecadora. Seremos atacados, mas compensa; afinal, Deus
estará conosco e a vitória é certa.
Mas
para isso precisamos ter fé convicta e não ficar inseguros diante das
estruturas de pecado e dos homens e mulheres pecadores. Nós apenas emprestamos
a nossa voz ao Espírito Santo.
“Então
o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu.” O
mal não sai das pessoas de graça. Ele dá o troco, fazendo a sua última maldade
para a pobre pessoa que, até há pouco, era possuída por ele.
Certa
vez, foi anunciado que o diabo deixaria o seu trabalho e por isso queria vender
suas ferramentas. A data e o local da venda foram anunciados.
Quando
chegou o dia, muita gente foi lá para ver que ferramentas o diabo usa. Logo que
chegavam, viam as ferramentas expostas de uma maneira atraente, para despertar
o interesse dos compradores. Estavam ali a malícia, o ódio, a luxúria, a
inveja, o ciúme, a mentira, a fraude, a lisonja... Ali estavam todos os
instrumentos do mal que o diabo usa. Cada ferramenta tinha o seu preço afixado.
Andando
pela exposição, alguém encontrou, em um cantinho escuro, uma ferramenta. Ela
tinha aparência inofensiva e apresentava sinais de ser bastante usada. O preço
era altíssimo. O mais alto da exposição. E o nome da ferramenta: desânimo.
A
pessoa procurou o diabo e perguntou por que aquela ferramenta era tão cara. Ele
respondeu: “Porque ela me é muito útil. Os homens e as mulheres a aceitam
facilmente, pensando que ela é inofensiva. Eles nem percebem que ela pertence a
mim. E, depois que a acolhem, eu posso entrar dentro deles e agir à vontade,
colocando as outras ferramentas que eu tenho para levar as pessoas para o
inferno.
Cruz
credo, não? Vamos tomar cuidado com o desânimo e nunca permitir que ele se
instale em nós.
Deus
está conosco, um amigo poderoso, zelando vinte e quatro horas pelo nosso bem e
salvação. Vamos ouvi-lo e viver “fortes na fé, alegres na esperança e solícitos
na caridade”.
Que
Maria Santíssima nos ajude, primeiro a não nos deixar levar pelos espíritos
maus; depois, a termos uma fé convicta, a fim de sermos um instrumento de Deus
na libertação dos que são possuídos pelas forças do mal.
Ensinava
como quem tem autoridade.
Padre Queiroz, linda reflexão, gostei desta parábola CERTA VEZ,... Que Deus abençoe o Senhor e te dê muita saúde para este belo trabalho de evangelização.
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