Segunda Feira da II Semana do TC 19/01/2015
1ª Leitura Hebreus 5, 1-10
Salmo 109 (110) “Tu és sacerdote eternamente segundo a ordem do Rei
Melquizedec”
Evangelho Marcos 2, 18-22
" Quando se perde o melhor da Festa..."
Jejum no contexto desse evangelho significa uma
interiorização para aquilo que há de vir, significa guardar toda a alegria para
exultar-se quando vier Aquele que o nosso coração sonha e alimenta a esperança. Na Bíblia,
que conta a experiência de Vida de um Povo com seu Deus, vira e mexe se compara
o Reino com um grande banquete. Para o povo simples de Israel, principalmente
os mais pobres, que tinham apenas uma refeição principal ao dia, imaginar um
banquete já trazia alegria no coração além de água na boca. Banquetear-se é
comer "até ficar triste" como diz o povo. Pois o Reino era assim anunciado,
muita comida e bebida, carnes gordas e vinhos nobres.
Não podemos interpretar literalmente o texto Bíblico que
faz essa comparação, senão vamos pensar que o Deus Cristão é aquele que enche o
nosso estômago. Não é isso! Deus manifestado em Jesus é aquele que sacia toda
nossa fome, preenche totalmente todo nosso ser fazendo-nos realizar plenamente
a ponto de não sentirmos falta de nada nesta vida quando vivemos com ele a
comunhão. Não é assim que saímos de um banquete? Barriga cheia totalmente
satisfeitos....Dizem até que na cultura judaica, o convidado, em um gesto de
gratidão e delicadeza deveria, ao final da refeição "arrotar"
demonstrando assim a sua plena satisfação...
Pois os discípulos de Jesus já estavam comendo e se
arregalando em uma festança danada de boa, com a presença entre eles, do
próprio Senhor, o Messias esperado por todos enquanto que os de João e os
Fariseus ainda estavam á espera, fazendo jejum á espera do noivo e assim
perdendo o melhor da festa....Enquanto estes vinham com o milho, os de Jesus já
retornavam com o Fubá...
Por que isso acontecia? Não é porque os discípulos de Jesus
eram mais espertos ou mais inteligentes mas sim porque abriram o coração para
acolher com alegria o Mestre Jesus que trazia algo de novo e inédito, que a velha
religião não tinha para oferecer. Crer em Jesus de Nazaré e tornar-se discípulo
exigias um desprendimento de todo pensamento antigo, da tradição religiosa do
passado. E daí, os que se julgavam muito entendidos em religião, os Fariseus,
não queriam abrir mão de suas convicções religiosas, era melhor ficar com o
legalismo e o religiosamente correto do que correr o risco de perder a
salvação.
Hoje o recado é muito válido a todos nós cristãos do
segundo, a essência da verdadeira relação com Deus é o amor, a busca da justiça
e da igualdade, o respeito e a valorização da vida humana, se não nos abrirmos
e nos adequarmos para o método novo de evangelização e de anuncio do Reino na
pós modernidade, ficando fechados em nossas velharias religiosas, com a mente e
o coração trancados para os que pensam diferente, estamos pregando retalho de
pano novo em roupa velha, o tecido não irá resistir.
A essência do
Cristianismo é sempre a mesma, anunciamos Jesus Cristo, o mesmo de Ontem, de
hoje e de sempre, mas precisamos usar os novos métodos nessa missão, senão
vamos todos "mofar" em nossas igrejas, pastorais e movimentos, com
nossas práticas espirituais que não levam a lugar nenhum repetindo assim o
comportamento farisaico....
Diácono José da Crus, gosto muito de suas reflexões, e de toda esta equipe do Liturgia diária comentada. Um abraço e que Deus abençoe todos vocês.
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