QUARTA FEIRA DA IV SEMANA DO TEMPO COMUM 04/02/2015
1ª Leitura Hebreus 12, 4-7
Salmo 102/103,17 “È eterna, porém, a misericórdia do Senhor para os
que o temem. E sua justiça se estende aos filhos de seus filhos...”
Evangelho Marcos 6, 1-6
"Comunidade, lugar onde manifestamos nossos carismas"
No lugar onde mais deveria ser acolhido, amado e respeitado, Jesus foi
rejeitado pois a sua gente não conseguia enxergar nele algo além de sua aparência
humana. Na cidade de Nazaré onde cresceu e se criou Jesus deixa as pessoas
admiradas e espantadas com a sua sabedoria. Admiração e espanto são coisas boas
que nos ajudam a nos aproximar das pessoas. Maria, a própria Mãe de Jesus se
admirava de tudo o que diziam sobre o menino, os pastores e depois Simeão na
porta do templo, no dia da apresentação, que a Igreja celebra exatamente
amanhã.
A sabedoria demonstrada por ele na sinagoga, quando usou da
palavra, surpreendeu a todos porque estava muito acima da média de um simples
Nazareno, juntando-se a isso os prodígios que suas mãos realizavam, as pessoas
começaram a desconfiar de Jesus. Era impossível um Nazareno ser tão bom, famoso
e sábio daquele jeito. Na cabeça das pessoas da comunidade de Nazaré,
Messianismo era algo que viria de cima para baixo, e do meio da Ralé era
impossível surgir alguém que fosse dar cumprimento as escrituras e profecias.
O pecado da comunidade de Nazaré ainda é o nosso pecado, nós
também, de certa forma não acreditamos em mudanças a partir de movimentos
populares, qualquer mudança ou melhora de vida temos que esperar dos que nos
governam ou atuam no legislativo. Muitas vezes os sindicatos e associações de
Bairros, que deveriam ser por excelência o lugar de manifestação do povo, acaba
virando apenas mais um trampolim para a carreira política e tudo o que é do
povo acaba nas mãos de políticos, muitas vezes inescrupulosos.
Qualquer forma de organização popular logo é rechaçada como algo
contra a ordem estabelecida, a comunidade daria atenção e crédito a um
sacerdote que viesse visitar a sinagoga, e que iria dizer palavras bonitas
sobre as escrituras e profecias, mas Jesus....Um "Zé Ninguém" dali
mesmo, iludindo a si mesmo e aos outros que ele era o Messias..
E o que ocorre quando em nosso meio só botamos fé no poder
constituído e menosprezamos a capacidade das pessoas mais simples da nossa
comunidade? Desprezamos o Reino de Deus que se edifica na força, luta e garra
dos pequenos, rejeitamos o próprio Senhor. O mesmo acontece quando não
valorizamos a comunidade, sua organização interna, suas pastorais sempre a
serviço das pessoas, as vezes se tem a impressão de que, quem não deu certo em
alguma carreira, quer compensar na comunidade invertendo o critério do reino,
pois Jesus deu a todos o melhor de si, a própria vida, portanto comunidade é o
lugar onde damos o melhor de nós aos irmãos e irmãs.
E assim, na sua comunidade de origem Jesus não pode se dar
totalmente porque não foi acolhido e não lhe deram espaço para tanto. Em nossas
comunidades do ano 20012 o mesmo pode ocorrer, e em vez de fazermos desabrochar
novos valores e lideranças sadias, estejamos talvez manifestando descrédito por
aqueles que fazem alguma coisa, sufocando dons e carismas do próximo, que tem
algo a oferecer....(Diácono José da Cruz – Paróquia Nossa Senhora Consolata Viotorantim
SP – Email cruzsm@uol.com.br)
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