16 de Janeiro de 2015 -
Sexta - Evangelho - Mc 2,1-12
Bom dia!
Num primeiro momento como não se encantar com esses dois fatos: a
vontade e a paciência de Jesus em curar os que se acotovelavam a sua procura e
a força de vontade daqueles que subiram no telhado para de lá descerem o
paralítico até Jesus?
Se imaginarmos a cena, poderemos ver a cidade parada em torno do
que acontecia. Um homem santo, um profeta que curava a todas as moléstias, tanto
físicas como da alma, estava em Cafarnaum e aquele povo sedento vinha até ele
com a esperança de ser tocado e curado. Isso é sinal de fé? Não sei bem!
Explico:
Ainda hoje muita gente vem em busca dos milagres de Deus e não do
Deus dos milagres. Falávamos terça-feira do processo da cura, sob a visão da
pedagogia de Jesus, no episódio narrado da cura da sogra de Pedro: “(…) de
fato, JESUS SE APROXIMA, NOS SEGURA PELA MÃO, AJUDA-NOS A LEVANTAR ENTÃO A
REDENÇÃO ACONTECE…”. (reflexão de quarta-feira)
Precisamos notar que o empenho daqueles que traziam o paralítico
não foi em vão (pois Ele via a fé deles) e o que Jesus primeiro oferece
ao paralítico? O perdão dos pecados! Como pode alguém querer ser curado se o
mal verdadeiro que o aflige não for junto? Uma mulher que pede pela mudança ou
conversão do marido, que ele passe a acompanhá-la na igreja, entende que ele
não mudará enquanto seus pecados não forem curados (vicio do cigarro, bebida…)
Deus enxerga o que precisamos primeiro para então enfrentar o
telhado que a vida irá nos impor todos os dias. Será que conseguimos notar a
mediocridade daquele que pede a Deus dinheiro, carros, casa se no fim não tem
como manter esse pedido? Sim! Muita gente ainda volta hoje pra casa com o
sentimento que Deus não a ouviu, pois aquilo que queria não foi atendido? Sim!
Somos muitas vezes insensíveis ao toque de Deus revelando o quanto somos
ingratos. Ambicionamos o milagre mas não a conversão!
Dessa mesma Cafarnaum, Jesus talvez esperasse um pouco mais de
gratidão, visto que a cidade parara para vê-lo curar de suas enfermidades, mas
creio eu, em um evangelho mais para frente, Ele olha e vê que os motivos deles
não eram os verdadeiros
“(…) Ai de ti, Corozaim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e
Sidônia tivessem sido feitos os prodígios que foram realizados em vosso meio,
há muito tempo teriam feito penitência, cobrindo-se de saco e cinza. Por isso
haverá no dia do juízo menos rigor para Tiro e Sidônia do que para vós. E TU,
CAFARNAUM, QUE TE ELEVAS ATÉ O CÉU, SERÁS PRECIPITADA ATÉ AOS INFERNOS”. (Lucas
10, 13-15)
Deus opera em nós curas e milagres, mas quanto tempo dura a alegria
e a gratidão pelo milagre? Cada um de nós tem algo para testemunhar que Deus
fez e operou em nossas vidas e por si só já seriam motivo de eterna gratidão,
mas por que sempre estamos negociando nossa fé a ver novos prodígios? Estou
sendo duro? Não!
“(…) A centralidade da missão de Jesus encontra-se na revelação do
Reino de Deus, de modo que para ele é mais importante a pregação do que a
realização de curas e outros tipos de milagres. Os milagres estão relacionados
com a revelação, pois explicitam o conteúdo principal da pregação de Jesus que
é o amor que Deus tem por todos nós e o bem que ele concede a nós como
manifestação desse amor. Sendo assim, o mais importante não é o milagre em si,
mas a revelação que ele traz junto de si: Deus ama a todos nós com amor eterno
e tudo faz pela nossa felicidade, e isso deve ser anunciado a todos os povos”.
(Reflexão proposta pela CNBB quanto a Lucas 10)
É complicado ainda ver pessoas subindo nos telhados hoje e amanhã
se comportando como criança birrenta! Gente, como eu ou você, em que Deus muito
operou tanto e mesmo assim me recuso a crescer na fé. Deus sempre nos dá o que
precisamos, mas nem sempre o que quero é o necessário. No entanto, qual é a
nossa retribuição? Complicado ter que quase mendigar para que pessoas ajudem
nas pastorais e movimentos, que se tornem catequistas, que toquem baixo nas
missas, que busquem uma vida mais santa…
Somos perfeitos em Deus, mas frágeis e suscetíveis aos erros como
homens, mas não abracemos a ingratidão. Por hoje: “(…) Eu digo a você:
levante-se, pegue a sua cama (o que te prende) e vá para casa”.
Um Imenso abraço fraterno!
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