Quarta-feira,
28 de Janeiro de 2015
Tomás de Aquino
Hebreus 10,11-18:
Aperfeiçoou para sempre os consagrados
Salmo 109: Tu es
sacerdote para sempre
Marcos 4,1-20: Saiu o
semeador a semear
1
Jesus pôs-se novamente a ensinar, à beira do mar, e aglomerou-se junto dele tão
grande multidão, que ele teve de entrar numa barca, no mar, e toda a multidão ficou
em terra na praia. 2 E ensinava-lhes muitas coisas em parábolas. Dizia-lhes na
sua doutrina: 3 Ouvi: Saiu o semeador a semear. 4 Enquanto lançava a semente,
uma parte caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5 Outra parte
caiu no pedregulho, onde não havia muita terra; o grão germinou logo, porque a
terra não era profunda; 6 mas, assim que o sol despontou, queimou-se e, como
não tivesse raiz, secou. 7 Outra parte caiu entre os espinhos; estes cresceram,
sufocaram-na e o grão não deu fruto. 8 Outra caiu em terra boa e deu fruto,
cresceu e desenvolveu-se; um grão rendeu trinta, outro sessenta e outro cem. 9
E dizia: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça! 10 Quando se acharam a sós, os que
o cercavam e os Doze indagaram dele o sentido da parábola. 11 Ele disse-lhes: A
vós é revelado o mistério do Reino de Deus, mas aos que são de fora tudo se
lhes propõe em parábolas. 12 Desse modo, eles olham sem ver, escutam sem
compreender, sem que se convertam e lhes seja perdoado. 13 E acrescentou: Não
entendeis essa parábola? Como entendereis então todas as outras? 14 O semeador
semeia a palavra. 15 Alguns se encontram à beira do caminho, onde ela é
semeada; apenas a ouvem, vem Satanás tirar a palavra neles semeada. 16 Outros
recebem a semente em lugares pedregosos; quando a ouvem, recebem-na com
alegria; 17 mas não têm raiz em si, são inconstantes, e assim que se levanta
uma tribulação ou uma perseguição por causa da palavra, eles tropeçam. 18
Outros ainda recebem a semente entre os espinhos; ouvem a palavra, 19 mas as
preocupações mundanas, a ilusão das riquezas, as múltiplas cobiças sufocam-na e
a tornam infrutífera. 20 Aqueles que recebem a semente em terra boa escutam a
palavra, acolhem-na e dão fruto, trinta, sessenta e cem por um.
COMENTÁRIO
Propõe-se
aqui três problemas para o leitor: a significação da parábola tal qual saiu dos
lábios de Jesus; a importância que Marcos atribui ao incluí-la neste lugar do
seu evangelho, e a explicação dada pela igreja primitiva.
A
parábola manifesta interesse pela sorte da semente caída em quatro tipos
diferentes de terreno. As cenas estão dispostas de maneira progressiva e
otimista, para desembocar em um rendimento extraordinário da semente. A
recolecção, imagem dos últimos tempos, é tradicional em Israel. A novidade está
na insistência em torno à laboriosa sementeira que serve de preparação. A
explicação adquire assim um sentido alegórico: cada cena da parábola representa
concretamente um tipo de conversão: não é tanto a semente o que conta, mas a
forma com que e acolhida. Jesus era otimista a respeito do sentido de sua
missão. A Igreja primitiva aprece um pouco mais tensa e preocupada. A nossa
igreja deve considerar a quantidade de semente que morre desperdiçada.
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