30 de Janeiro- Sexta - Evangelho - Mc 4,26-34
Alexandre Soledade
Bom dia!
Duas simples comparações: Como a semente que é lançada na terra e
indiferentemente da nossa vontade, cresce e o grão de mostarda. A primeira gera
a ideia da espera paciente e confiante após o trabalho e empenho realizado e a
segunda a humildade que cresce na simplicidade que enaltece os olhos de Deus.
No site das Paulinas é apresentada uma bela reflexão dessa
humildade que cresce da simplicidade:
“O Reino de Deus não é como os frondosos cedros do Líbano que
ornaram o Templo de Jerusalém e contribuíram para a glória de Salomão. É como o
pequeno grão de mostarda, que se espalha à beira do Mar da Galileia, humilde,
porém cresce o suficiente para dar abrigo às aves do céu, para acolher a vida”.
Passei a entender que em nossas vidas o que temos e teremos é fruto
do empenho do dia-a-dia e das graças reservadas por Deus a cada um de nós
filhos e filhas por Ele amados. Sabemos também que nada acontece sem que Ele
não saiba, que o temor é humano e a fé um dom de Deus. E ao deparar com o
evangelho de hoje nos apresentando que o reino crescerá quer estejamos
acordados ou dormindo… O que tememos?
“(…) Não se vendem dois passarinhos por um asse? No entanto, nenhum
cai por terra sem a vontade de vosso Pai. Até os cabelos de vossa cabeça estão
todos contados. Não temais, pois! Bem mais que os pássaros valeis vós“. (Mateus
10, 29-31)
Sim! Valemos muito para Deus, mas nossa fé às vezes nos trai. Somos
muito imediatistas, queremos tudo para agora ou o mais breve que possível.
Queremos alcançar o céu, mas se possível de elevador. É ainda difícil de
entender que as conquistas poderão vir degrau por degrau e não rapidamente.
“(…) primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que
enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las
com a foice, pois chegou o tempo da colheita”.
Notei que a ansiedade e a preocupação nos acompanharão enquanto
vivermos, pois somos seres humanos. Que os cabelos virão independentemente de
nossa vontade. Nossos cabelos são contados, inclusive os brancos que povoam
nossa cabeça. Temos medo do desemprego, de não conseguir pagar as contas, de
não conseguir dar o que nossos filhos precisam… E mais cabelos brancos surgem
durante as noites perdidas. Deus já os contou também.
Sem perceber, o reino de Deus nasce enquanto dormirmos.
Oportunidades surgem logo pela manhã, nos abrigando e dando o suficiente para
que se acolha a vida. Murmuramos! Não vemos o Maná.
Tempos atrás vi um governador lançar um programa de casas populares
onde cada morador deveria pagar simbolicamente um Real por mês para deixar seu
barraco aos pés do morro. Sim o local era mais longe do centro da cidade e
careceria que os beneficiários acordassem mais cedo para ir trabalhar.
Conseqüência o projeto fracassou. As pessoas não queriam acordar mais cedo.
O reino de Deus talvez tenha crescido durante a madrugada, mas não
conseguiram ver. Fico triste em lembrar, a cada encosta de morro que desaba, daqueles
que preferiram acordar mais tarde à segurança de suas famílias.
O semeador passa toda noite em nossos pensamentos, vendo nossos
anseios e os fazendo crescer durante a noite. Ele sugere que voltemos a
estudar, mas não O escutamos; Ele pede um pouco de paciência no serviço, mas o
orgulho nos faz pedir demissão; “É como o pequeno grão de mostarda, que se
espalha à beira do Mar da Galileia, humilde…”.
Devemos reler quantas vezes for necessário esse evangelho. Uma hora
vamos entender. “Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só
falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos
discípulos”.
Um Imenso abraço fraterno!
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