20 de Janeiro - Terça
- Evangelho - Mc 2,23-28
Bom dia!
Uma das maiores dificuldades em se trazer alguém de volta esta no
fato dela não perdoar o seu próprio erro por ter tomado uma decisão contraria
ao que sugeriam e “quebrado a cara”. É tão duro levantar a cabeça novamente
carregando sobre os ombros os sinais do erro.
Antes, porém torna-se importante explicar novamente um mecanismo de
defesa chamado RACIONALIZAÇÃO que à grosso modo, é tentar dar argumentos
“corretos” para justificar o incorreto. Um exemplo: ao sermos questionados
sobre ter avançado o sinal vermelho respondemos que o fizemos porque todo mundo
faz; que vendo CD e DVD pirata porque não consigo emprego… Podem parecer
corretos, mas não justificam.
A racionalização só tem um problema: DEUS CONHECE A VERDADEIRA
RAZÃO DOS NOSSOS ATOS. Aquele que por ventura errou por infantilidade ou por
imaturidade é bem diferente de nós quando o fazemos de total e plena
consciência e Deus sabe bem a diferença. Uma boa parcela daqueles que habitam
os presídios esta lá por um ato infantil, um relapso, um descuido (…). Muita
gente, mesmo não estando presa, sofre calados pelos erros que cometeram e já
não conseguem mais levantar a cabeça!
“(…) caso nossa consciência nos censure, pois Deus é maior do que
nossa consciência e conhece todas as coisas”. (I João 3, 20)
O erro não deve ser mais importante que o acerto que se consegue no
final.
Lembro de um final de um capítulo da novela das oito, um rapaz dar
um depoimento que muito me comoveu. Dizia ele que tinha de tudo, mas perdeu em
virtude das drogas. Parecia impenetrável a qualquer conselho até que foi preso…
Nenhuma recomendação dada por sua mãe o convenceu a mudar até que um dia ao ser
visitado por ela no presídio. Lá, soube que ela precisou passar por uma revista
íntima dos policiais para vê-lo. Tamanho constrangimento o fez prometer que
nunca mais usaria drogas.
Pergunte a mãe desse rapaz se ela se importa com o tempo que foi
perdido tendo hoje o filho de volta em seus braços?
Fariseus, descrentes, preconceituosos, críticos, céticos,
invejosos, (…), sempre estarão preocupados com o milho colhido no sábado; fazem
questão de não esquecer nossos erros; observam cuidadosamente o sucesso dos
outros e esquecem de ver que viver a vida, é muito mais que isso.
Se um filho de Deus erra, peca, se perde ou se desvirtua a quem ele
poderia mais magoar além dele mesmo e aos seus próximos? Por que um erro de
outro chama tanta a nossa atenção ao ponto de vermos os nossos próprios?
“(…) Se alguém causou tristeza, não me contristou a mim, mas de
certo modo – para não exagerar – a todos vós. Basta a esse homem o castigo que
a maioria dentre vós lhe infligiu. Assim deveis agora perdoar-lhe e consolá-lo
para que não sucumba por demasiada tristeza. Peço-vos que tenhais caridade para
com ele, Quando vos escrevi, a minha intenção era submeter-vos à prova para ver
se éreis totalmente obedientes”. (II Coríntios 2, 5-9)
Precisamos abrir mais nossos braços a quem deseja voltar. Não é por
menos que o Senhor cita Davi no evangelho de hoje como exemplo, pois foi aquele
que muito errou, no entanto foi também por Ele muito amado. Davi muito errou,
mas seu saldo foi muito positivo.
Existem em nossas comunidades casais que já vivem outras uniões
conjugais, que infelizmente não deram certo. A igreja abre as portas para
todos, mas eles temem os nossos olhos; existem também pessoas que desconhecem
as maravilhas da nossa igreja porque não encontraram ninguém que lhes
apresentassem; existem jovens e adultos talentosos que poderiam fazer crescer
nossas catequeses, pastorais e movimentos, mas não tem chances para isso.
Portanto, estenda a mão! Mude esse paradigma! Faça o bem!
Um Imenso abraço fraterno!
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