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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Meus olhos viram a tua salvação-Canção Nova

02 de fevereiro - Evangelho - Lc 2,22-40


Estamos diante da plenitude dos tempos. Chegou à hora de se cumprir a profecia bíblica. Jesus é o Primogênito que deve ser consagrado a Deus. E consequentemente da purificação de Maria sua mãe. É tempo de pleno cumprimento da lei de Moisés. Vemos duas leis que se misturam sem serem diferenciadas. Pois a purificação da mãe era prevista em Levítico 12,2-8 e se cumpria quarenta dias após o parto. Até aquele momento, a mulher não poderia aproximar-se de nenhum lugar sagrado, já que era considerada impura por causa do sangue derramado durante o parto; a cerimônia consistia na oferta de um cordeiro ou para famílias pobres um par de rolas ou dois pombinhos. Pela oferta do casal nazareno, se torna evidente a sua condição de pobreza e simplicidade.
Enquanto que a consagração dos primogênitos está prescrita em Êxodo 13,11-16 e era considerada com uma espécie de “resgate” – lembrando a ação salvífica quando Deus libertou os israelitas da escravidão do Egito. Resgatando o próprio filho, o pai dizia: “Te resgato porque eu também fui resgatado quando o Senhor nos tirou com mão forte da casa da escravidão” (Ex 13,2.11-16). O texto quer mostrar que Jesus não foi dispensado de nenhuma prática da lei, seus pais foram obedientes a fim de que o destino do menino se desenvolvesse desde o início conforme as Escrituras. Entretanto, o texto só acena que se completaram os dias, mas não narra a cerimônia em si talvez para fazer entender que Jesus não tem necessidade de ser resgatado. Jesus, não é resgatado, mas aquele que resgata, aquele que salva o seu povo.
Ainda com Simeão, após o canto, ele diz a Maria que o seu menino vai ser causa tanto de queda como de reerguimento para muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição. E quanto a Maria, uma espada traspassará a alma dela. Normalmente, interpreta-se aqui o anúncio do sofrimento de Maria. Mas também devemos ver aqui Maria como imagem do povo: Simeão intui o drama do seu povo, que será profundamente dilacerado pela palavra viva e cortante do Redentor. Maria representa o percurso: deve confiar, mas enfrentará dores e escuridões, lutas e silêncios angustiantes. A história do Messias sofredor será dilacerante para todos, também para Maria. Não se pode seguir a nova luz destinada ao mundo inteiro sem pagar o preço, sem se arriscar, sem renascer sempre de novo do alto para uma nova criatura. Mas estas imagens, ou seja, da espada que transpassa, do menino que fará tropeçar e abalará os corações, não estão separadas do gesto carregado de sentido dos dois anciãos: pois, enquanto Simeão recebe o menino em seus braços, para indicar que a fé é encontro e abraço, não idéia nem teoria; Ana é anunciadora e acende em quem o esperava uma luz fulgurante.
Enfim, interessante é notar que todo o episódio dá ênfase às situações mais simples e familiares: o casal Maria e José com o menino no braço; o ancião que se alegra e abraça, a anciã que prega e anuncia os interlocutores que aparecem indiretamente envolvidos. E também a conclusão do texto deixa ver o lar de Nazaré, o crescimento do menino num contexto normal, a impressão de um menino dotado em modo extraordinário de sabedoria e bondade. O tema da sabedoria entrelaçada com a vida normal de crescimento e no contexto de uma cidadezinha Nazaré, deixa um suspense na história: esta se reabrirá justamente com o tema da sabedoria do menino entre os doutores do templo. E será exatamente o relato que segue imediatamente.
Quero caro amigo (a) que juntos, façamos uma dura revisão de vida, nos questionemos. Vejamos tudo o que acontece conosco, à nossa volta, o julguemos e ajamos sem demora. Veja que a festa da Apresentação do Menino Jesus é também a nossa, como filhos e filhas consagrados ao Senhor já mesmo desde o ventre materno.
Depois que juntos ficamos a saber tudo o que Deus fez na vida de Simeão e Ana, o que mudou em mim e em ti? As palavras de Simeão, suas atitudes, como também aquelas de Ana, têm um significado especial para mim? Como entendo esta “espada que traspassa”: reconheço que se trata de um sofrimento na nossa consciência diante dos desafios e exigências para seguir Jesus Cristo ou acho que se trata só de um sofrimento íntimo de Maria?
O que este relato pode significar para a tua família de hoje? Para a formação religiosa dos seus filhos? Para entender o projeto que Deus tem para cada um de seus filhos, os medos e angústias que os pais carregam no coração, só de pensar quando os filhos crescerem? Empenho-me periodicamente para fazer uma revisão de vida com a minha família a fim de ser sempre mais família? Como marido ou mulher ou filho, filha, tenho a capacidade de me abrir ao diálogo com a minha família, procurando escutar-lhes e partilhar assim as suas alegrias e expectativas? Como casado, membro de uma família chamada a viver as virtudes da Família de Nazaré, me empenho concretamente em prol de outras realidades familiares da minha comunidade paroquial, diocesana em dificuldade para realizar a grande família cristã, a Igreja de Cristo? Sou um bom cumpridor de minhas obrigações familiares e cristãs? Participo regularmente dos convívios familiares ( jantar, almoço, festas e…) bem como das celebrações litúrgicas ( missas, para-liturgias ) ou procuro sempre desculpas para não me fazer presente? Deixo-me guiar pelo Espírito Santo como Simeão? Como faço para escutar hoje o Espírito Santo? Também entendo que o seguimento ao Messias é algo que implica compromisso e que também pode ser como uma espada que atravessa o coração? Posso medir meu crescimento de forma equilibrada como Jesus? Há partes de mim que crescem e outras que não saem do lugar? Quais? E meus olhos, já conseguiram ver a salvação que Jesus veio me trazer?

Pai, a exemplo de Simeão e de Ana, faze-me penetrar no mais profundo do mistério de teu Filho Jesus, faze que os meus olhos vejam a Salvação que vem de Vós e como eles vos proclame aos membros da minha família. Amén!

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