Domingo, 01 de
novembro de 2020.
Evangelho de Mt 5,
1-12.
Na Solenidade de hoje, de todos os Santos,
a Igreja celebra junto com os santos canonizados, todos os justos de toda raça
e nação, cujos nomes estão inscritos no livro da vida (Ap 20,12). Vamos
recordar que a santidade é a verdadeira vocação de toda humanidade. Nós todos
criados à imagem e semelhança de Deus, somos chamados a sermos santos, como o
Pai é Santo. Deus ao nos criar colocou no nosso coração o desejo de santidade.
A liturgia de hoje nos indica o caminho
da santidade, que consiste em viver o programa de vida de Jesus, que são as
Bem-Aventuranças. Elas são o coração do evangelho de Mateus, fazem parte do
grande Sermão da Montanha, que é o resumo de todo ensinamento e vida de Jesus,
pois Ele as experimentou e viveu.
Certo dia, vendo a multidão,
Jesus subiu à montanha, que simbolicamente é o lugar de Deus. Ele recorda o
Monte Sinai, onde Deus deu a Moisés os 10 mandamentos e onde foi selada a Aliança com o povo hebreu que saiu da
escravidão egípcia. Subindo ao monte, Jesus nos parece um novo Moisés,
promulgador da nova lei, no novo Sinai. É a nova constituição do povo de
Deus. Jesus deixa bem claro que não veio
modificar a lei, mas sim, aperfeiçoá-la.
O Sermão da Montanha é um sermão revolucionário. É uma inversão dos
valores tradicionais. Os hebreus cultivavam a convicção de que prosperidade
material, o sucesso eram sinais de bênçãos de Deus; a pobreza, a doença, a
esterilidade eram sinais de maldição.
Jesus constata a realidade do povo que o segue: pobres, aflitos,
mansos, famintos, necessitados, inclusive de santidade, Ele percebe os esforços
que fazem para mudar a situação, conhece as dificuldades e as perseguições que
enfrentam para criar a nova sociedade, e os proclama felizes, depositários do
Projeto de Deus. É preciso um mundo melhor, e esse mundo só será melhor se as
pessoas forem melhores.
A sociedade em que vivemos é baseada na riqueza que explora e no poder que oprime. Nessa
sociedade as palavras: honestidade, moral, verdade, respeito, justiça e amor,
perderam o seu sentido original. O Ter tem mais valor que o Ser.
Todos nós pelo
Batismo fomos chamados a ser santos, portanto a Igreja ao celebrar “todos os
Santos e Santas”, nos leva a refletir como estamos vivendo essa vocação a que
fomos chamados porque o caminho da santidade está enraizado na graça do nosso
Batismo, por ele somos introduzidos no mistério pascal de Cristo. Pelo
Batismo somos marcados com o sinal de Deus, somos de Deus, pertencemos a Ele. O
Batismo nos consagra à missão de sermos santos como nosso Pai celeste é Santo.
Viver as Bem-Aventuranças é um ideal de
vida, que Cristo nos propõe. É desafiador porque vai na contra mão do que a
sociedade estabelece como felicidade e bem-estar como: acúmulo de bens,
conforto, status social, vida cômoda, sossegada e sem compromisso.
Bem-aventurado quer dizer
feliz, repleto da verdadeira e perfeita felicidade que Deus quer oferecer a
cada um de nós. E Jesus proclama: bem-aventurados os pobres, os que choram, os
mansos, os misericordiosos, os que têm fome e sede de justiça, os pacíficos, os
puros de coração, os que são perseguidos e caluniados por causa de Cristo. E
ele encoraja: “Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos
céus.”
Jesus pede para nós cristãos, neste evangelho, para sermos
melhores, para buscarmos a perfeição, a
santidade. Ele pede aos cristãos para irem além daqueles que não são
cristãos, ou seja, daqueles que não conhecem e nem seguem Jesus. Jesus nos quer santos, perfeitos e
irrepreensíveis. Ele nos ensina ter amor ao próximo gratuitamente, sem esperar recompensa.
Sabemos que a proposta de santidade não é fácil. Quando ouvimos
falar em santidade ou em ser santos dizemos - isto não é para mim... Nós
dizemos isso porque para nós ser santo é
algo tão difícil, tão longe de nós, da nossa fraqueza, dos nossos defeitos e
pecados, da nossa realidade, que desistimos logo de ser santo, pensando que
para ser santo é necessário ser mártir, sofrer muito, ser triste..., viver
isolado..., não participar de nada... Até
temos medo de pensar em ser santo.
Sabe por que agimos assim? Por que nós não sabemos o que é ser
santo. Principalmente nos dias de hoje que o mundo está tão violento, tão
egoísta, tão competitivo... Um mundo onde todos querem levar vantagem em tudo,
onde um explora o outro, onde o respeito, o amor, a obediência, a justiça, a
boa educação, a solidariedade, a gentileza parece que caiu de moda. Onde todos
só pensam em tirar proveito de tudo, onde o Prazer, o Ter, e o Poder estão em alta! É lei gozar a vida!
Aproveitar o máximo, não perder nada. Pensar só em si! Nem que para isso tenha
que ser desonesto, corrupto, ladrão...
Sacrifício... Cruz.... nem
pensar... !!!!
A vida de santidade é
possível, pois, Deus nunca nos convida a realizar o impossível, inatingível. As
coisas impossíveis só a Ele pertencem. A santidade está nas pequenas coisas do
dia-a-dia, em realizar as coisas da melhor maneira possível, não basta fazer
por fazer, mas é preciso fazer bem feito e com amor. Santa Terezinha viveu a santidade nas pequeninas coisas que
realizava com extremo amor, no entanto ela é Santa, doutora da Igreja.
Para sermos santos precisamos deixar o Espírito Santo agir em nós, conduzir a nossa vida. Muitos
se tornaram santos porque se abriram à ação do Espírito Santo e viveram para
agradar a Deus e ao próximo. Experimentaram Jesus vivo em suas vidas, deixaram
Jesus tocar nos seus corações e viveram intensamente o amor por Ele, praticaram
a Sua Palavra. E para viver assim é preciso lutar contra nossos próprios
defeitos e comodismo. É preciso muita renúncia, amor, disponibilidade em servir
de acordo com os dons que Deus nos dá.
“A nossa Mãe Igreja convida-nos a contemplarmos os nossos “heróis”
da fé, esperança e caridade. Na verdade é um convite a olharmos para o Alto,
pois neste mundo escurecido pelo pecado, brilham no Céu com a luz do triunfo e
esperança daqueles que viveram e morreram em Cristo, por Cristo e com Cristo,
formando uma “constelação”, já que São João viu: “Era uma imensa multidão,
que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap
7,9).”
Vamos, pois celebrar todos os
santos e todas as santas, que já estão na glória de Deus. Que a intercessão
deles fortaleça nosso caminho de santidade, em meio aos desafios e às tribulações,
alegrias e realizações da vida.
Todos os santos e santas, intercedei por
nós, junto a Jesus! Amém.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, na Bahia da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo e Nossa Mãe Maria Santíssima continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
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