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terça-feira, 13 de outubro de 2020

29o Domingo do Tempo Comum-Jorge Lorente

 

 

Evangelhos Dominicais Comentados

18/outubro/2020 – 29o Domingo do Tempo Comum

Evangelho: (Mt 22, 15-21)

 Os fariseus convocaram um conselho para ver como poderiam pegar Jesus em alguma palavra. Enviaram-lhe discípulos, juntamente com os herodianos, para lhe dizer: “Mestre, sabemos que és sincero(...). Dize-nos, pois, o que te parece: É justo pagar imposto a César ou não?” Conhecendo-lhes a malícia, Jesus falou: “Por que me testais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do imposto”. Eles lhe apresentaram um denário. E Jesus lhes perguntou: “De quem é essa imagem e inscrição?” Responderam eles: “De César!” Então Jesus lhes disse: “Pois dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.

 

 No Evangelho de hoje, Jesus é testado. É colocado numa situação embaraçosa pelos fariseus e saduceus. Importante lembrar que esses dois povos eram inimigos mortais. Viviam guerreando entre si, nada tinham em comum, porém, uniram-se para tentar vencer Jesus.

 

Tinham certeza que, desta vez, Jesus não encontraria saída. Contavam ainda com o apoio dos doutores da lei, dos líderes religiosos e de todos aqueles que queriam destruir Jesus. Uniram-se para encontrar um modo de eliminá-lo.

 

Mais uma vez ficou provado que a presença de Jesus provoca a união. A simples presença de Jesus une as pessoas. Pena que neste caso, a união era para destruí-lo. Mas, parece que nada mudou, pois ainda hoje muitos querem que Jesus desapareça. Sua presença incomoda aos interesseiros. Certamente era incômodo para esses povos, conviver com Jesus e sua doutrina.  

 

O esperado Messias guerreiro, lutador e dominador. Aquele que viria para livrá-los do poder dos romanos apresenta-se sem armas e sem um exército devastador. É um Messias-servo, manso e humilde e, ainda por cima, dono de palavras duras que machucam a consciência. Jesus anuncia que o Reino de Deus é dos pobres e oprimidos. Já pensou? Um Reino para os pobres? É muito para a nossa cabeça!

Esse modo de falar e de agir de Jesus incomoda os donos do poder. Era preciso matá-lo, tinham que eliminá-lo. Precisavam de uma justificativa para acusá-lo de traição. Aparentemente haviam encontrado uma forma infalível, não havia como Jesus escapar da armadilha montada.

A pergunta tinha uma grande dose de maldade e de malícia. Qualquer resposta seria comprometedora para Jesus. Só havia duas respostas: sim ou não. Dizendo sim, iria desagradar e revoltar o povo. Dizendo não, teria que se haver com os poderosos, pois estaria depondo contra o poder romano.

 

“Hipócritas, por que me tentam?” Com estas palavras, ao pedir que lhe mostrem a moeda, e ao perguntar de quem é a figura e a inscrição, Jesus força os próprios inimigos a dar a resposta certa: “É de César”. Agora sim, ao ouvir o que queria ouvir, respondeu de forma clara: “Pois então, dai a César o que é de César, e a Deus, o que é de Deus”.

 

Com essa resposta, Jesus não discute a questão do imposto. Ele sabe que a contribuição é necessária. No entanto, sua grande preocupação é com o povo, com a injustiça e com a opressão. Certamente, Jesus desaprova a sonegação de impostos, desaprova também as falcatruas e o desvio de dinheiro público. Jesus deixa claro que o imposto só é justo quando revertido em benefício da sociedade.

 

jorge.lorente@miliciadaimaculada.org.br – 18/outubro/2020

 

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