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quinta-feira, 30 de julho de 2020

DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER - Maria de Lourdes Cury Macedo.


 

Domingo, 2 de agosto de 2020.

Evangelho de Mt 14, 13-21.                  

 

Nos domingos anteriores Jesus falou do Reino de Deus por meio de parábolas, na liturgia de hoje o assunto sobre o Reino continua, mas em gestos concretos, que revelam como é o Reinado de Deus: abundância de alimentos para todos.

João Batista, que com seu anúncio do Reino de justiça atraía a si as multidões, foi preso e executado por Herodes, no que teve o apoio dos chefes religiosos das sinagogas e do Templo de Jerusalém. Diante dessa notícia de João Batista, Jesus percebe que ele próprio também poderia  sofrer o mesmo processo repressivo, por isso partiu numa barca para um deserto, um lugar sossegado, possivelmente para ficar a sós com seus discípulos e tal afastamento seria para meditar, pensar sobre a violência e a situação que estavam vivendo. Mas não conseguiu ficar só com os discípulos: a multidão sabendo da sua partida foi ao encontro dele, seguindo a pé pela margem do lago, acompanhando-o. O povo tinha urgência de ficar com Jesus.

 Quando Jesus desembarca, já encontra a multidão e, ao ver a carência e a necessidade do povo sofrido, sente compaixão e diante da sede com que O procuravam, passou a curar os doentes e ficou falando com o povo, até ao cair da tarde.  É expressiva a compaixão de Jesus pelo povo excluído, marginalizado, pobre.

A razão é muito simples a multidão seguia Jesus por causa dos milagres que Ele realizava e que fazia crescer cada vez mais a sua fama. No meio dessa multidão estava um grupo de pessoas chamadas “nacionalistas” que sondavam Jesus e alimentavam a esperança de proclamá-lo rei.

O povo nem viu o tempo passar, e estava com fome. Os discípulos falaram para Jesus despedir aquela gente para comprarem alimentos em alguma aldeia vizinha. Jesus, porém, respondeu: “Eles não precisam ir embora. Dai-lhes vós mesmos de comer.” E porque não precisam ir embora? Porque Jesus está ali. Os discípulos devem ter sentido um susto muito grande quando mandou que eles dessem comida para o povo, pois não tinham nada.

Não tinham o que dar de comer para aquela multidão. Conseguiram entre o povo cinco pães e dois peixes, a única coisa que havia. A soma de pães e peixes resulta sem sete, um número de perfeição. Os discípulos devem ter ficado olhando para Jesus sem saber o que pensar ou dizer, pois diante daquela situação nada podiam fazer.

Mas, Jesus pediu que trouxessem a Ele os pães e os peixes. Mandou que o povo se assentasse. Os apóstolos ainda deviam estar sem saber o que pensar diante das ordens de Jesus.

Jesus tomou os pães e os peixes, ergueu os olhos para o céu e os benzeu. Era costume do povo judeu antes das refeições, depois que todos estavam à mesa, o pai de família abençoava o pão, partia e dava um pedaço para cada um. Jesus ocupa agora o lugar do pai de família. Possivelmente usou uma das fórmulas de bênçãos tradicionais que seu povo usava. Todos comeram, ficaram satisfeitos e ainda sobraram 12 cestos. A partilha é o gesto concreto do amor, que é a lei maior do Reino.

Podemos aqui tirar uma lição para nossa vida que é de saber agradecer a Deus que, em sua bondade infinita, nos dá tanta coisa, nos dá o alimento de cada dia. Para isso é tão importante sabermos rezar às refeições e rezar em todos os momentos de nossa vida. E não só nas horas de dificuldades.

Depois que Jesus abençoou foi distribuído os pães e os peixes e todos comeram à vontade. O que sobrou foi recolhido em 12 cestos. E os que tinham comido eram mais de cinco mil homens, sem contar as mulheres e crianças.

Este milagre de Jesus nos indica que Ele é o Salvador prometido: aquele junto do qual podemos encontrar as riquezas todas de Deus. Também podemos pensar na igreja, a família de Deus, onde estamos reunidos em volta de Jesus que nos dá o pão da vida eterna: o pão de sua palavra, o pão de sua presença entre nós; em volta de Jesus, que nos une ao Pai e aos irmãos.

Esse milagre é também para nós a imagem da felicidade perfeita que nos espera, quando estaremos todos reunidos, face a face com Deus, quando cessarão todas as nossas necessidades, quando Jesus matará completamente nossa fome de felicidade.

Jesus prepara o povo para aceitar com fé o milagre da Eucaristia: Aquele que alimenta multidão que vem a Jesus para ter o que comer representa todos os homens e espiritualmente famintos de um alimento espiritual. Todos os homens que procuram um alimento que seja capaz de saciar sua fome de justiça, de amor e de paz, representam aqueles que creem na força vivificante da Eucaristia.

Outro ensinamento muito forte que nos dá este Evangelho é que o verdadeiro milagre é a partilha, capaz de saciar um povo inteiro. O amor traduzido na partilha de tudo garante a abundância dos bens capaz de suprimir as desigualdades de uma sociedade injusta e gananciosa.

Deus nos deu todos os alimentos, portanto o pão é dom de Deus, é gratuito e deve ser partilhado fraternalmente entre todos. Se todo o mundo partilhasse seus bens, não haveria fome no mundo.

Participar e viver do Reino de Deus é não deixar faltar pão para ninguém, porque o alimento não é privilégio de alguns, mas é direito de todos. O nosso Deus é o Deus da vida, ele ama seus filhos, por isso não pode faltar aquele sustento.

Abraços em Cristo!

Maria de Lourdes


2 comentários:

  1. Gostei da forma simples e consisa da sua homilia
    Pe Luiz Henrique Mendes

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  2. AMÉM! Obrigada padre Luiz Henrique, sua palavra tem um peso muito especial. Sou apenas catequista e apaixonada pela Palavra de Deus. Sempre estudei sozinha!
    Deus lhe abençoe!
    Maria de Lourdes

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