VI DOMINGO DA PÁSCOA
Evangelho Jo 14,23-29
26 de Maio de 2019
-EU VOS DOU A MINHA
PAZ-José Salviano
Jesus nos
promete a tão desejada paz que desejamos 24 horas por dia. Nós não só desejamos esta paz, como a
buscamos com todas as nossas forças, porém, infelizmente, muitos a buscam no
lugar errado, e do jeito ou modo incorreto, e assim, sofrem com os efeitos
colaterais dessa procura.
A verdadeira
paz é aquela que nos é dada por Cristo, Aquele que disse: Eu vos deixo a
minha paz. É a paz que vem de Deus Pai. Quando praticamos a caridade, e
alimentamos a nossa fé pela oração e pela Eucaristia, a Trindade Santa virá
habitar em nós. Foi o que Jesus nos prometeu neste Evangelho.
Sabemos que
nesta vida não teremos a paz completa. Mesmo que não existam conflitos armados,
há conflitos por todos os lados. Conflitos nas famílias, nas comunidades,
conflitos políticos, e o pior dos conflitos, é aquele existente dentro de cada
um de nós. Resultante do atrito entre a nossa consciência, e a nossa alma. A
nossa alma não poderá estar em paz, se a nossa consciência nos acusa dos pecados que cometemos.
Desse modo,
existem dois tipos de paz. A paz social e a paz individual.
A paz na vida
social é prejudicada pelo egoísmo de algumas pessoas, assim como pela falta de
fé, acompanhada da ganância, da maldade, a qual é aumentada pela ação do
demônio.
Já a paz
individual, que consiste em estar bem conosco, com o irmão, com a irmã, e com
Deus, também pode ser danificada pelos nossos pecados. Pois o pecado quebra a
harmonia dentro de cada um de nós, nos deixando infelizes, por não estar na
presença do Pai.
Sem justiça
não haverá paz. Pois a injustiça é a grande causadora de todos os conflitos
entre os viventes. E ela pode tirar a paz mesmo daqueles e daquelas que estão
em paz com Deus, tendo uma consciência pura, guardando e praticando a palavra
de Deus. Esses, podem ser afetados pela ação cruel, maldosa, egoísta, e injusta
dos que não guardam e nem praticam a palavra de Deus.
Costumamos
dizer que não existe felicidade, mas sim, momentos de felicidade. Isto porque,
nesta vida nunca teremos a paz completa. E isso é bom, pois assim, nós buscamos
viver nos preparando para um dia alcançar a paz duradoura, ou eterna no Céu.
E para
podermos alcançar um dia a verdadeira paz, precisamos guardar e praticar a
palavra de Deus.
"Se
alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará,
e
nós viremos e faremos nele a nossa morada. Quem não me ama, não
guarda a minha palavra."
Alguém
tem uma jóia e de muito valor. Ela se encontra guardada dentro do cofre bem
fechado por causa dos ladrões. Com a palavra de Deus acontece o contrário.
Pois, guardar a palavra de Deus não significa trancá-la dentro de nós, mas sim,
assimilá-la, praticá-la, e divulgá-la pelo mundo.
" ...e
faremos nele a nossa morada ". Que maravilha saber dessa promessa
de Cristo! Mas como Deus pode habitar em nós? A imagem que tivemos de
Deus quando éramos crianças, foi de um velho de barba branca, e bem distante de
nós. Hoje, sabemos que Ele é uno e trino, invisível, e está no meio de
nós.
Deus
é uma energia poderosíssima que se encontra em todo lugar semelhante ao ar que
envolve o planeta Terra, e que nós o sentimos mais não o vemos.
Deus
pode morar em todos os habitantes do Planeta Terra. Porém, nem todos
desfruta desse privilégio. Os maus não são moradas de Deus, pois não guardam a
sua palavra.
Deus
mora em nós pela sua presença ao nosso lado, em nosso ser, e principalmente
pela Eucaristia. Mas atenção: Repito. Isso somente acontece com quem guarda a
sua palavra. Como podemos dizer que Deus habita no Assassino, no malfeitor, naquele
que prejudica os pobres, enfim naqueles que não guarda a palavra de Deus mais
sim, a palavra de satanás?
"E
a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou."
"Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo.”
A
paz de Cristo é a paz verdadeira, é duradoura e somente ela nos satisfaz
plenamente.
A
paz do mundo é falsa, interesseira e tem vida curta.
Aquele
grande empresário, vivia em "paz" com todos os funcionários da
empresa, fazia constantemente festas de confraternização para alimentar a
"paz". Ele vivia uma certa paz com seus funcionários
porque estes trabalhavam duro, proporcionando-lhe muito lucro. Por sua vez, os
funcionários viviam em harmonia com o patrão, porque recebiam bons salários.
Assim
é a paz do mundo, diferente da paz de Cristo. No comércio, todos vivem em
"paz" por interesses mútuos de venda e compra.
Do
mesmo modo, na vida amorosa dos "relacionamentos",
principalmente naquelas vidas amorosas em que o sexo fala mais alto do
que o amor, a paz entre os namorados dura enquanto a juventude em seus corpos
os mantêm atraentes uns para com os outros.
Buscamos
desesperadamente a paz do mundo, em seguida descobrimos desapontados que
essa paz não nos satisfaz. Não nos completa. Somente a verdadeira paz. A
paz de Cristo é aquela que nos preenche plenamente.
Porque é a paz da intimidade com Aquele que pode nos dar tudo. Aquele que sabe
o que realmente nós precisamos para nos completar, para sermos felizes. É a paz
de saber que Cristo está habitando em nós. Na nossa pessoa. E isso acontece
plenamente quando recebemos a Eucaristia, o corpo e o sangue de Cristo.
Guardar
a palavra é crer, e praticá-la e receber Cristo Eucarístico e assim, desfrutar
a verdadeira paz interior, que é projetada para o exterior, para os nossos irmãos
e irmãs no nosso convívio social.
José
Salviano
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