5º DOMINGO DA PÁSCOA
Ano C
19 de maio de 2019
Evangelho Jo 13,31-33a.34-35
-UM MANDAMENTO NOVO-Jo 13,31-33a.34-35-José
Salviano
Deus
nos ama e quer a nossa felicidade. E como Ele conhece como ninguém como
funciona a nossa mente, como Ele conhece os nossos estados emocionais,
Ele deixou-nos através de Seu Filho, a receita, a regra número um para podermos
nos relacionar de forma harmoniosa sem atritos, sem brigas, sem violência e com
aquilo que mais se faz necessário na convivência humana, a PAZ. A paz
verdadeira, espontânea e constante.
Primeiro
Jesus nos ensinou como se ama uns aos outros, na prática, com sua vida. Ele
disse: "Como eu vos amei". Um amor
desinteressado, e com dedicação plena, sem reservas, e sem visar nenhuma forma
de recompensa. Por isso, para que obtenhamos sucesso na prática desse
amor fraterno, é preciso que o amemos como Cristo nos amou, e não do nosso
jeito egoísta.
Amar
uns aos outros é viver a fraternidade. É nos desprender de nós mesmos e ir ao
encontro do outro, da outra, ao encontro de suas necessidades, pois ajudá-lo
não nos custa quase nada, uma vez que temos de sobra o que o outro a outra,
está precisando. E vamos perceber que essa fraternidade vivida na prática e não
somente por palavras, nos faz um bem enorme. Nos dá uma plenitude de paz com
nossa consciência moral a qual nos congratula, nos elogia pela nossa
preocupação com relação ao irmão necessitado. E o melhor. Sentimos o carinho do
Pai, pois é do seu agrado que façamos caridade. Quando ajudamos alguém, Deus
nos ajuda muito mais.
A
fraternidade deve começar desde cedo, desde pequeno. Para isso, os pais,
através da educação e principalmente pelo exemplo, devem formar a mente dos
seus filhos no sentido de serem solidários, fraternos, disponíveis para ajuda
mútua, enfim, para praticar o amor ao próximo, para praticar o novo mandamento
de Jesus Cristo. E mostrar aos filhos, que amar uns aos outros é bom. É muito
bom para nós mesmos, pois só teremos benefícios se levarmos uma vida baseada no
amor fraterno.
A
prática do amor ao próximo não se resulta somente em dar esmola, presentear, ou
qualquer outra ajuda financeira que fazemos. Pequenos exemplos de amor fraterno
podem preencher os nossos dias de imensas graças que resultam no nosso
merecimento da vida eterna. Isso vai desde aturar uma pessoa chata, a ouvir com
atenção as histórias daquela pessoa idosa que não tem mais com quem conversar,
até a suportar as agressões de outra pessoa esclerosada, ou em fase terminal,
com ausência de lucidez.
Amar
uns aos outros nem sempre é dar abraços acompanhados de sorrisos, ou sair
por aí apertando as mãos de todos como o fazem os políticos em época de
campanha.
No
amor que temos uns pelos outros está incluído a correção fraterna, e ela nem
sempre é bem quista pelos que estão sendo corrigidos, o que vai gerar atritos
parecidos com brigas de pessoas que não se amam, ou que não praticam
o mandamento de Jesus. Mas é assim mesmo. Os pais têm de corrigir os filhos, e
fazem isso exatamente porque os amam, e não querem que eles cresçam sem
limites e se dêem mal nesta vida.
Do
mesmo modo, a correção fraterna entre nós não é somente necessária como
indispensável. Além de apararmos as nossas arestas, precisamos
ajudar-nos uns aos outros no sentido de apontar os seus defeitos para que eles
sejam corrigidos. Amigo que nos vê fazendo coisas erradas e
continuam nos aprovando sem dizer nada a respeito da nossa conduta, não é amigo
de verdade. Concluímos, pois, que a correção fraterna faz
parte da nossa convivência. E se ela não existir, podemos declarar a
convivência interesseira, e falsa. Ou seja, se não há correção fraterna, se
alguém aceita a sua pessoa total como se você não tivesse nenhum defeitinho,
essa pessoa está interessada não necessariamente na sua amizade, mais em
um outra coisa. Seja um favor, seja seu dinheiro, seja o seu voto, seja a
própria sexualidade, etc.
Jesus
nos deixou o exemplo, ao cumprir o seu Plano de Salvação do mundo, quando
repetidas vezes encarou os judeus, especialmente os fariseus e sacerdotes,
apontando os seus defeitos e anunciando uma nova conduta de vida para com Deus,
e com os irmãos.
Você
reparou que Jesus não deu um conselho, nem uma sugestão. Ele nos deu foi um
mandamento mesmo. Ele nos ordena que amemos uns aos outros. Mas isso é para o
nosso próprio bem.
Jesus
nos ensinou através de palavras e atos, que amar uns aos outros como Ele nos
amou é fazer o bem de forma desinteressada, de forma gratuita. Mas
infelizmente o que notamos nos nosso dia-a-dia é exatamente o contrário do que
Jesus nos ensinou. Na empresa, no clube, na festa, na escola, na universidade,
em todo lugar notamos que as pessoas são amáveis umas com as outras
visando algum retorno, por algum tipo de interesse. Desse jeito não estamos
imitando a Cristo. Porque Jesus não visava nenhum retorno quando
curava alguém. Ele fazia o bem de forma totalmente desinteressada.
Ele
teve muita pena daquela viúva mãe do jovem que estava morto em cima do esquife,
e disse "não chore!"
Prezados
irmãos. Jesus no Evangelho de hoje está jogando pesado conosco. Pois além de se
tratar de um mandamento, ele está deixando bem claro que o amor
entre nós cristãos é algo indispensável para que as demais pessoas percebam
através da nossa convivência fraterna, que somos seus seguidores.
"Eu
vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim
também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus
discípulos,se tiverdes amor uns aos outros."
Nisto
conhecerão que sois meus discípulos. Já imaginou uma comunidade cristã onde
haja inveja, ciúmes, fofocas, arrogância, falta de humildade, fingimento,
discriminação, exclusão, onde haja alguém que impede você de
falar em público porque você fala bem, ou porque você
estudou mais do essa pessoa?
Isso
é o cúmulo do absurdo! Justamente no lugar onde esperamos que todos sejam o
exemplo de autênticos seguidores de Cristo. Cristãos que praticam o amor
sincero desinteressado acompanhado de correção fraterna como Jesus nos mostrou.
Caríssimos.
Que o Evangelho de hoje nos conduza a uma profunda mudança de nossa conduta
cristã. Que nos transforme no sentido de tentar a cada dia ser mais autênticos
imitadores do Cristo, amando-nos mutuamente cada vez mais parecido com o amor
que Ele nos amou. Amém.
Bom
domingo.
José Salviano.
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