17 Maio
2019
4ª Semana - Sexta-feira
Lectio
Primeira leitura: Actos 13, 26-33
Naqueles dias, disse Paulo na sinagoga de
Antioquia da Pisídia: 26Irmãos, filhos da estirpe de Abraão, e os que de entre
vós são tementes a Deus, a nós é que foi dirigida a palavra de salvação. 27Sem
dúvida, os habitantes de Jerusalém e os seus chefes não quiseram reconhecer
Jesus, mas, condenando-o, cumpriram, sem disso se aperceberem, as profecias que
são lidas todos os sábados. 28Embora não tivessem encontrado nele motivo algum
de morte, exigiram a Pilatos que o mandasse matar. 29Quando cumpriram tudo o
que acerca dele estava escrito, desceram-no do madeiro e sepultaram-no. 30Mas
Deus ressuscitou-o dos mortos 31e, durante muitos dias, apareceu aos que tinham
subido com Ele da Galileia a Jerusalém, os quais são agora suas testemunhas
diante do povo. 32E nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a
promessa feita a nossos pais, 33Deus a cumpriu em nosso benefício, para nós,
seus filhos, ressuscitando Jesus, como está escrito no Salmo segundo: Tu és meu
filho, Eu hoje te gerei!
O discurso de Paulo, em Antioquia da Pisída,
pode resumir-se assim: o evangelho é a consumação de tudo quanto Deus fez,
anunciou e prometeu ao seu povo. No fundo, Paulo usa os mesmos argumentos de
Pedro no seu primeiro discurso, no dia de Pentecostes. Provavelmente era um
esquema habitual para quem anunciava o Evangelho em ambientes judaicos. Jesus,
injustamente condenado, foi reconhecido justo por Deus na ressurreição. É esta
a palavra de salvação, a boa nova, a realização da promessa feita aos pais (cf.
v. 32). Deus é suficientemente forte para vencer o mal, ainda o mais horrível.
Deus salva aqueles que acreditam no seu poder, esse poder com que ressuscitou
Jesus.
Ao anunciar a ressurreição, Paulo fundamenta-se em «testemunhas» (v. 30), transmitindo aquilo que recebeu. Sabe que não é testemunha, como Pedro e os outros Apóstolos, mas tem consciência de pertencer ao grupo dos missionários. Por isso, acrescenta: «nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais».
Ao anunciar a ressurreição, Paulo fundamenta-se em «testemunhas» (v. 30), transmitindo aquilo que recebeu. Sabe que não é testemunha, como Pedro e os outros Apóstolos, mas tem consciência de pertencer ao grupo dos missionários. Por isso, acrescenta: «nós estamos aqui para vos anunciar a Boa-Nova de que a promessa feita a nossos pais».
Evangelho: João 14, 1-6
Naquele tempo, Jesus disse aos seus
discípulos: «Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em
mim. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito
Eu que vos vou preparar um lugar? 3E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado
lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde
Eu estou, vós estejais também. 4E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.»
5Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o
caminho?» 6Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém
pode ir até ao Pai senão por mim».
As primeiras palavras de Jesus, no quarto
evangelho, «Que procurais?»(1, 38), têm resposta neste capítulo 14: «Na casa de
meu Pai há muitas moradas» (v. 2). Jesus anunciara a sua partida no capítulo
13. A afirmação de fidelidade, por parte de
Pedro, é contrabalançada pelo anúncio da sua
negação. Os discípulos estavam decepcionados. No capítulo 14, João
apresenta-nos Jesus a inculcar-lhes segurança e confiança. Eles devem acreditar
em Jesus como acreditam em Deus. E devem confiar que a sua partida os favorece.
Mais ainda: conhecendo a Jesus, conhecem o caminho para o Pai, porque é Ele o
caminho. É tudo o que o homem precisa para se salvar, porque o Pai está em
Jesus para salvação do homem.
A partida de Jesus implica o seu regresso, para completar a missão que o Pai
lhe confiou. Jesus voltará aos seus amigos depois da crucifixão; Ele e o Pai viverão naqueles ques os amam e guardam as suas palavras; não se trata de uma manifestação expectacular, mas de uma manifestação captada pela fé, através do Espírito; ainda que Jesus volte, depois da sua morte, permanece em pé a sua vinda no fim dos tempos.
«Na casa de meu Pai há muitas moradas» (v. 2), dizia Jesus. Na mentalidade
da época, o mais além tinha uma capacidade limitada. Por isso, havia que pesar os vícios e as virtudes dos candidatos à entrada. Só entraria quem tivesse um peso de virtudes superior ao dos vícios. Jesus afirma que, na vida do além, há lugar para todos os seus discípulos. Estarão com Ele. E Ele é o caminho que leva à vida eterna:
«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».
A partida de Jesus implica o seu regresso, para completar a missão que o Pai
lhe confiou. Jesus voltará aos seus amigos depois da crucifixão; Ele e o Pai viverão naqueles ques os amam e guardam as suas palavras; não se trata de uma manifestação expectacular, mas de uma manifestação captada pela fé, através do Espírito; ainda que Jesus volte, depois da sua morte, permanece em pé a sua vinda no fim dos tempos.
«Na casa de meu Pai há muitas moradas» (v. 2), dizia Jesus. Na mentalidade
da época, o mais além tinha uma capacidade limitada. Por isso, havia que pesar os vícios e as virtudes dos candidatos à entrada. Só entraria quem tivesse um peso de virtudes superior ao dos vícios. Jesus afirma que, na vida do além, há lugar para todos os seus discípulos. Estarão com Ele. E Ele é o caminho que leva à vida eterna:
«Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim».
Meditatio
«Não se perturbe o vosso coração. Credes em
Deus; crede também em mim» (v. 1). A crucificação de Jesus causará grande
perturbação aos discípulos. Por isso, Jesus prepara-os dizendo-lhes palavras de
consolação e de esperança. Irá repeti-las depois da ressurreição. Essas palavras
mostram aos apóstolos que a paixão era o meio querido por Deus para renovar e
salvar o homem. Também para nós chegará, mais cedo ou mais tarde, o momento da
perturbação, motivado pelos ódios, pelas vinganças, pelas violências, pela
corrupção, pela indiferença, pela fome de dinheiro e de poder que campeiam pelo
mundo. As nossas cidades tornaram-se semelhantes a Sodoma e a Gomorra. Como é
possível não ficar perturbados? A perturbação do coração acrescenta
dificuldades às dificuldades. É uma reacção natural. Mas o Senhor diz-nos que
podemos ultrapassar tudo com uma atitude de fé, apoiando-nos no seu poder, na
sua riqueza. Somos fracos e pobres. Mas as riquezas do Senhor são também
nossas, e Ele está connosco sempre. Quando diz que nos vai preparar um lugar,
não quer dizer que nos abandona, mas que sofrerá para transformar o homem, para
o tornar capaz de se aproximar de Deus. «Em Cristo, mediante a fé nele, temos a
liberdade e coragem de nos aproximarmos de Deus com confiança», escreve Paulo
aos Efésios (3, 12). E acrescenta «por isso, peço-vos que não desanimeis com as
tribulações que sofro por vós; elas são a vossa glória» (3, 13). Graças à morte
e à ressurreição do Filho, o homem pode aproximar-se de Deus sem tremer, e
cheio de um amor confiante e agradecido. Foi desse modo que Jesus nos preparou
um lugar na casa do Pai. Ele continua a ser para nós, hoje, o caminho a verdade
e a vida. Só com Ele podemos ultrapassar os ciclones da ganância e da
sensualidade sem limites, e os ventos gélidos da injustiça e do cinismo. Se
alguém nos quiser levar por outros caminhos, não esqueçamos que só Ele é o
caminho. Se nos propuserem soluções mais avançadas, lembremo-nos que só Ele é a
verdade.
Se nos quiserem ensinar a viver mais intensamente e com mais liberdades, recordemo-nos de que só Ele é a vida.
Se nos quiserem ensinar a viver mais intensamente e com mais liberdades, recordemo-nos de que só Ele é a vida.
Oratio
Senhor, ampara o meu coração vacilante. Como é
difícil resistir a tantos vendavais que parecem varrer da face da terra o
património espiritual acumulado
durante séculos pelo trabalho generoso dos
teus missionários e pastores. As nossas comunidades envelhecem, declina a
prática religiosa, são cada vez menos as vocações. Vem, Senhor, em auxílio da
minha fé vacilante. Não quero abandonar-te, porque és tudo para mim. Apoia a
minha esperança fraca, que gostava de ver os novos tempos iluminados pela tua
verdade. Atiça a frágil chama do meu amor pelos irmãos, que gostaria de ajudar
a pôr em contacto Contigo. Sê para mim o caminho, a verdade e a vida. Amen.
Contemplatio
Jesus é o caminho. «Para onde vou, vós sabeis
e sabeis o caminho». A questão de Tomé é surpreendente, Jesus falou sempre tão
claramente!
Para onde vai? Vai para o seu Pai, disse-o muitas vezes e acaba de o repetir:
«Vou preparar-vos um lugar na casa de meu Pai».
Jesus é o caminho. Não disse ele a todos os que chamava: «Sequere me, segui-me? Mostrou-nos o caminho que conduz ao céu, é aquele que ele mesmo percorreu primeiro. É o caminho da humildade e da doçura, é o caminho do desapego e da renúncia, a via da penitência e da reparação, é a via da dedicação e do sacrifício.
É também a via de união e de amor. Quantas vezes, Nosso Senhor nos disse:
«Vivo no meu Pai, e o meu Pai em mim; faço sempre a vontade de meu Pai; amo o meu Pai, observo os seus preceitos e permaneço no seu amor». Eis o caminho: manter-nos unidos a Jesus, ao seu divino Coração: fazer em tudo a sua vontade, permanecer no seu amor; aprender dele que é doce e humilde, que foi sacrificado e imolado, que se abandonou nas mãos do Pai (Leão Dehon, OSP 3, p. 441s.).
Para onde vai? Vai para o seu Pai, disse-o muitas vezes e acaba de o repetir:
«Vou preparar-vos um lugar na casa de meu Pai».
Jesus é o caminho. Não disse ele a todos os que chamava: «Sequere me, segui-me? Mostrou-nos o caminho que conduz ao céu, é aquele que ele mesmo percorreu primeiro. É o caminho da humildade e da doçura, é o caminho do desapego e da renúncia, a via da penitência e da reparação, é a via da dedicação e do sacrifício.
É também a via de união e de amor. Quantas vezes, Nosso Senhor nos disse:
«Vivo no meu Pai, e o meu Pai em mim; faço sempre a vontade de meu Pai; amo o meu Pai, observo os seus preceitos e permaneço no seu amor». Eis o caminho: manter-nos unidos a Jesus, ao seu divino Coração: fazer em tudo a sua vontade, permanecer no seu amor; aprender dele que é doce e humilde, que foi sacrificado e imolado, que se abandonou nas mãos do Pai (Leão Dehon, OSP 3, p. 441s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Eu sou o Caminho» (Jo 14, 6).
«Eu sou o Caminho» (Jo 14, 6).
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