24 Junho
2018
12º Domingo do Tempo Comum – Ano B
Tema do 12º Domingo do Tempo Comum
Deus preocupa-se com os dramas dos homens?
Onde está Ele nos momentos de sofrimento e de dificuldade que enfrentamos ao
longo da nossa vida? A liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum diz-nos que, ao
longo da sua caminhada pela terra, o homem não está perdido, sozinho,
abandonado à sua sorte; mas Deus caminha ao seu lado, cuidando dele com amor de
pai e oferecendo-lhe a cada passo a vida e a salvação.
A primeira leitura fala-nos de um Deus majestoso e omnipotente, que domina a natureza e que tem um plano perfeito e estável para o mundo. O homem, na sua pequenez e finitude, nem sempre consegue entender a lógica dos planos de Deus; resta-lhe, no entanto, entregar-se nas mãos de Deus com humildade e com total confiança.
No Evangelho, Marcos propõe-nos uma catequese sobre a caminhada dos discípulos em missão no mundo… Marcos garante-nos que os discípulos nunca estão sozinhos a enfrentar as tempestades que todos os dias se levantam no mar da vida… Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer a oposição das forças que se opõe à vida e à salvação dos homens.
A segunda leitura garante-nos que o nosso Deus não é um Deus indiferente, que deixa os homens abandonados à sua sorte. A vinda de Jesus ao mundo para nos libertar do egoísmo que escraviza e para nos propor a liberdade do amor mostra que o nosso Deus é um Deus interveniente, que nos ama e que quer ensinar-nos o caminho da vida.
A primeira leitura fala-nos de um Deus majestoso e omnipotente, que domina a natureza e que tem um plano perfeito e estável para o mundo. O homem, na sua pequenez e finitude, nem sempre consegue entender a lógica dos planos de Deus; resta-lhe, no entanto, entregar-se nas mãos de Deus com humildade e com total confiança.
No Evangelho, Marcos propõe-nos uma catequese sobre a caminhada dos discípulos em missão no mundo… Marcos garante-nos que os discípulos nunca estão sozinhos a enfrentar as tempestades que todos os dias se levantam no mar da vida… Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer a oposição das forças que se opõe à vida e à salvação dos homens.
A segunda leitura garante-nos que o nosso Deus não é um Deus indiferente, que deixa os homens abandonados à sua sorte. A vinda de Jesus ao mundo para nos libertar do egoísmo que escraviza e para nos propor a liberdade do amor mostra que o nosso Deus é um Deus interveniente, que nos ama e que quer ensinar-nos o caminho da vida.
LEITURA I – Job 38,1.8-11
Leitura do Livro de Job
O Senhor respondeu a Job do meio da
tempestade, dizendo:
«Quem encerrou o mar entre dois batentes,
quando ele irrompeu do seio do abismo,
quando Eu o revesti de neblina
e o envolvi com uma nuvem sombria,
quando lhe fixei limites e lhe tranquei portas e ferrolhos?
E disse-lhe:
‘Chegarás até aqui e não irás mais além,
aqui se quebrará a altivez das tuas vagas’».
«Quem encerrou o mar entre dois batentes,
quando ele irrompeu do seio do abismo,
quando Eu o revesti de neblina
e o envolvi com uma nuvem sombria,
quando lhe fixei limites e lhe tranquei portas e ferrolhos?
E disse-lhe:
‘Chegarás até aqui e não irás mais além,
aqui se quebrará a altivez das tuas vagas’».
AMBIENTE
O Livro de Job é um clássico da literatura
universal, não só pela sua extraordinária beleza literária, mas também pelas
questões que aborda e que tocam o âmago da existência humana. A história serve
de pretexto para reflectir sobre certos temas fundamentais sobre as quais o
homem sempre se interroga, como são a questão do sofrimento do justo inocente,
a situação do homem diante de Deus e a atitude de Deus face ao homem.
Apresenta-nos a história de um homem bom e justo (Job), repentinamente atingido por um vendaval de desgraças que lhe rouba a riqueza, a família e a própria saúde. No corpo central do livro (cf. Job 3,1-37,24), Job interroga-se acerca da origem do sofrimento que o atingiu e do papel de Deus no seu drama pessoal. Alguns dos amigos de Job procuram responder às suas questões, apresentando as explicações dadas pela teologia oficial: o sofrimento é sempre o resultado do pecado do homem; assim, se Job está a sofrer, é porque pecou… Com a veemência que vem de uma consciência em paz, Job recusa conclusões tão simplistas e demonstra a falência da doutrina oficial para explicar o seu drama pessoal. Com um apurado sentido crítico, Job vai desmontando os dogmas fundamentais da fé de Israel e recusando esse Deus “contabilista” que Se limita a registar as acções boas e más do homem para lhe pagar em conformidade. Deus não pode ser isso; e o caso concreto de Job prova-o.
Rejeitada a explicação tradicional para o drama do sofrimento, Job dirige-se directamente àquele que lhe pode fornecer as respostas: o próprio Deus. No seu discurso, muito crítico, cruzam-se a animosidade, a violência, as queixas, o inconformismo, a dúvida, a revolta, com a esperança, a fé e a confiança em Deus. Quando, finalmente, Deus enfrenta Job, recorda-lhe o seu lugar de criatura, limitada e finita; mostra-lhe como só Ele conhece as leis que regem o universo e a vida, mostra-lhe a sua preocupação e o seu amor com cada ser criado; convida-o a não se pôr em bicos de pés, a ocupar o seu lugar de criatura e a não pôr em causa os desígnios de Deus para o mundo, já que esses desígnios ultrapassam infinitamente a capacidade de compreensão e de entendimento de qualquer criatura. Deus tem uma lógica, um plano, um projecto que ultrapassa infinitamente aquilo que cada homem (também Job) poderá entender.
A história termina com Job a perceber o seu lugar, a reconhecer a transcendência de Deus e a incompreensibilidade dos seus projectos, a entregar-se nas mãos de Deus com humildade e confiança.
O texto que nos é proposto faz parte do discurso com que Deus responde a Job (cf. Job 38,1-40,2). Nesse discurso, Deus coloca a Job uma série de questões sobre a terra, o mar, os grandes mistérios da natureza e da vida; a finalidade não é obter respostas de Job, mas levá-lo a perceber os seus limites, a sua ignorância, a sua incapacidade para entender o mistério insondável de Deus e os projectos que Deus tem para o mundo e para os homens.
Apresenta-nos a história de um homem bom e justo (Job), repentinamente atingido por um vendaval de desgraças que lhe rouba a riqueza, a família e a própria saúde. No corpo central do livro (cf. Job 3,1-37,24), Job interroga-se acerca da origem do sofrimento que o atingiu e do papel de Deus no seu drama pessoal. Alguns dos amigos de Job procuram responder às suas questões, apresentando as explicações dadas pela teologia oficial: o sofrimento é sempre o resultado do pecado do homem; assim, se Job está a sofrer, é porque pecou… Com a veemência que vem de uma consciência em paz, Job recusa conclusões tão simplistas e demonstra a falência da doutrina oficial para explicar o seu drama pessoal. Com um apurado sentido crítico, Job vai desmontando os dogmas fundamentais da fé de Israel e recusando esse Deus “contabilista” que Se limita a registar as acções boas e más do homem para lhe pagar em conformidade. Deus não pode ser isso; e o caso concreto de Job prova-o.
Rejeitada a explicação tradicional para o drama do sofrimento, Job dirige-se directamente àquele que lhe pode fornecer as respostas: o próprio Deus. No seu discurso, muito crítico, cruzam-se a animosidade, a violência, as queixas, o inconformismo, a dúvida, a revolta, com a esperança, a fé e a confiança em Deus. Quando, finalmente, Deus enfrenta Job, recorda-lhe o seu lugar de criatura, limitada e finita; mostra-lhe como só Ele conhece as leis que regem o universo e a vida, mostra-lhe a sua preocupação e o seu amor com cada ser criado; convida-o a não se pôr em bicos de pés, a ocupar o seu lugar de criatura e a não pôr em causa os desígnios de Deus para o mundo, já que esses desígnios ultrapassam infinitamente a capacidade de compreensão e de entendimento de qualquer criatura. Deus tem uma lógica, um plano, um projecto que ultrapassa infinitamente aquilo que cada homem (também Job) poderá entender.
A história termina com Job a perceber o seu lugar, a reconhecer a transcendência de Deus e a incompreensibilidade dos seus projectos, a entregar-se nas mãos de Deus com humildade e confiança.
O texto que nos é proposto faz parte do discurso com que Deus responde a Job (cf. Job 38,1-40,2). Nesse discurso, Deus coloca a Job uma série de questões sobre a terra, o mar, os grandes mistérios da natureza e da vida; a finalidade não é obter respostas de Job, mas levá-lo a perceber os seus limites, a sua ignorância, a sua incapacidade para entender o mistério insondável de Deus e os projectos que Deus tem para o mundo e para os homens.
MENSAGEM
O nosso texto começa por apresentar Jahwéh a
responder a Job “do meio da tempestade” (vers. 1). É o quadro habitual das
teofanias (cf. Ex 19,16); serve para emoldurar a manifestação aos homens do
Deus todo-poderoso, o soberano de toda a terra.
Portanto, Jahwéh manifesta-se a Job; o objectivo dessa manifestação é responder às questões de Job e fazer Job perceber a insensatez das suas críticas. Depois de se apresentar como o grande arquitecto que construiu a terra (cf. Job 38,4-7), Jahwéh refere-se ao seu papel no sentido de controlar o mar. Foi Ele quem “encerrou o mar entre dois batentes” (vers. 8) e que lhe “fixou os limites” (vers. 10).
As antigas lendas mesopotâmicas sobre a criação apresentavam as “águas salgadas” (representadas pela deusa Tiamat) como um monstro criador do caos e da desordem; na sua luta para organizar o cosmos, Marduk, o deus mesopotâmico da ordem lutou contra o mar, venceu-o e pôs-lhe limites.
O Povo bíblico foi, naturalmente, influenciado pelos mitos de criação mesopotâmicos; por isso, viu no mar uma realidade assustadora, indomável, orgulhosa, desordenada, onde residiam os poderes caóticos que o homem não conseguia controlar… No entanto, os catequistas de Israel sempre asseguraram que a Palavra criadora de Jahwéh impôs às águas tumultuosas do mar, de uma vez para sempre, os seus limites (“Deus disse: ‘reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus num único lugar, a fim de aparecer a terra seca’. E assim aconteceu” – Gn 1,9). Jahwéh não precisou de lutar furiosamente contra o mar, como Marduk, o deus dos mitos mesopotâmicos; mas limitou-Se a organizar o mundo impondo às águas, com o seu poder, um limite que elas não poderão nunca atravessar sem ordem divina. O mar, controlado e encerrado dentro dos seus limites naturais, é um testemunho do poder supremo de Deus; mostra o domínio perfeito de Deus sobre toda a criação.
Ao recordar a Job a sua acção criadora sobre o mar, Jahwéh apresenta-Se, antes de mais, intocável na sua transcendência e majestade; e mostra, depois, que tem para a criação um plano estável, amadurecido, consolidado, irrevogável… Quem é Job para pôr em causa os desígnios desse Deus criador que, com a sua Palavra, controlou o mar? Job é convidado a aceitar que um Deus de quem depende toda a criação, que até submete o mar, que cuida da criação com cuidados de pai, sabe o que está a fazer e tem uma solução para os problemas e dramas do homem… O homem, na sua situação de criatura finita e limitada, é que nem sempre consegue ver e perceber o alcance e o sentido último dos projectos de Deus.
Em conclusão: só Deus tem todas as respostas; ao homem resta reconhecer os seus limites de criatura e entregar-se nas mãos desse Deus omnipotente e majestoso, que tem um projecto para o mundo. Ao homem finito e limitado resta confiar em Deus e ver n’Ele a sua esperança e a sua salvação.
Portanto, Jahwéh manifesta-se a Job; o objectivo dessa manifestação é responder às questões de Job e fazer Job perceber a insensatez das suas críticas. Depois de se apresentar como o grande arquitecto que construiu a terra (cf. Job 38,4-7), Jahwéh refere-se ao seu papel no sentido de controlar o mar. Foi Ele quem “encerrou o mar entre dois batentes” (vers. 8) e que lhe “fixou os limites” (vers. 10).
As antigas lendas mesopotâmicas sobre a criação apresentavam as “águas salgadas” (representadas pela deusa Tiamat) como um monstro criador do caos e da desordem; na sua luta para organizar o cosmos, Marduk, o deus mesopotâmico da ordem lutou contra o mar, venceu-o e pôs-lhe limites.
O Povo bíblico foi, naturalmente, influenciado pelos mitos de criação mesopotâmicos; por isso, viu no mar uma realidade assustadora, indomável, orgulhosa, desordenada, onde residiam os poderes caóticos que o homem não conseguia controlar… No entanto, os catequistas de Israel sempre asseguraram que a Palavra criadora de Jahwéh impôs às águas tumultuosas do mar, de uma vez para sempre, os seus limites (“Deus disse: ‘reúnam-se as águas que estão debaixo dos céus num único lugar, a fim de aparecer a terra seca’. E assim aconteceu” – Gn 1,9). Jahwéh não precisou de lutar furiosamente contra o mar, como Marduk, o deus dos mitos mesopotâmicos; mas limitou-Se a organizar o mundo impondo às águas, com o seu poder, um limite que elas não poderão nunca atravessar sem ordem divina. O mar, controlado e encerrado dentro dos seus limites naturais, é um testemunho do poder supremo de Deus; mostra o domínio perfeito de Deus sobre toda a criação.
Ao recordar a Job a sua acção criadora sobre o mar, Jahwéh apresenta-Se, antes de mais, intocável na sua transcendência e majestade; e mostra, depois, que tem para a criação um plano estável, amadurecido, consolidado, irrevogável… Quem é Job para pôr em causa os desígnios desse Deus criador que, com a sua Palavra, controlou o mar? Job é convidado a aceitar que um Deus de quem depende toda a criação, que até submete o mar, que cuida da criação com cuidados de pai, sabe o que está a fazer e tem uma solução para os problemas e dramas do homem… O homem, na sua situação de criatura finita e limitada, é que nem sempre consegue ver e perceber o alcance e o sentido último dos projectos de Deus.
Em conclusão: só Deus tem todas as respostas; ao homem resta reconhecer os seus limites de criatura e entregar-se nas mãos desse Deus omnipotente e majestoso, que tem um projecto para o mundo. Ao homem finito e limitado resta confiar em Deus e ver n’Ele a sua esperança e a sua salvação.
ACTUALIZAÇÃO
¨ Convivemos diariamente com realidades
positivas e negativas, com “luzes” e “sombras”. Normalmente, as “sombras”
marcam-nos muito e constituem uma fonte de preocupação e de inquietação… O terrorismo
e a violência trazem-nos sofrimento e insegurança; as novas doenças geram medo
e inquietação; as catástrofes naturais fazem-nos sentir impotentes e indefesos;
as injustiças e arbitrariedades provocam revolta e descontentamento; o
desmoronamento de velhas estruturas políticas e sociais provocam anarquia e
caos; o fabrico e o comércio de armas de destruição em massa trazem-nos
ansiosos e preocupados… Confusos e desorientados, viramo-nos para Deus… Por
vezes, criticamos a sua indiferença face aos dramas do mundo; outras vezes,
sentimos a tentação de Lhe mostrar, de forma clara e lógica, como é que Ele
devia actuar para que o mundo fosse melhor… A leitura do Livro de Job que hoje
nos é proposta convida-nos, antes de mais, a não nos pormos em bicos de pés e a
não exigirmos a Deus que actue segundo as nossas lógicas humanas.
¨ Na verdade, o Deus que criou tudo o que
existe, que estabeleceu as leis cósmicas, que conhece os segredos de cada uma
das suas criaturas, que cuida de cada ser com cuidados de pai, que mil vezes
manifestou na história o seu amor e a sua bondade, não pode ignorar os
problemas do homem, ou deixar que a humanidade chegue a um beco sem saída. O
nosso Deus está presente na história humana e sabe para onde caminhamos. Ele
tem um projecto coerente, maduro, estável, irrevogável para o mundo e para os
homens… Por vezes, o sentido desse projecto pode escapar-nos; mas Deus sabe
para onde caminhamos e conduz-nos, através das armadilhas da história, ao
encontro da realização plena, da vida definitiva.
¨ Mergulhados no mistério insondável desse
Deus omnipotente, por vezes desconcertante e incompreensível, resta ao crente
entregar-se nas suas mãos com humildade e confiar n’Ele. O verdadeiro crente é
aquele que reconhece a pequenez e finitude que são as marcas da humanidade, que
reconhece que os projectos de Deus não podem entender-se à luz da nossa pobre
lógica humana e que se atira, confiante, para os braços de Deus; o verdadeiro
crente é aquele que, mesmo sem entender totalmente os projectos de Deus, aprende
a entregar-se a Ele, a obedecer-Lhe incondicionalmente, a vê-l’O como a razão
última da sua vida e da sua esperança.
SALMO RESPONSORIAL – Salmo 106 (107)
Refrão 1: Dai graças ao Senhor,
porque é eterna a sua misericórdia.
porque é eterna a sua misericórdia.
Refrão 2: Cantai ao Senhor, porque é eterno o
seu amor.
Os que se fizeram ao mar em seus navios,
a fim de labutar na imensidão das águas,
esses viram os prodígios do Senhor
e as suas maravilhas no alto mar.
a fim de labutar na imensidão das águas,
esses viram os prodígios do Senhor
e as suas maravilhas no alto mar.
À sua palavra, soprou um vento de tempestade,
que fez encapelar as ondas:
subiam até aos céus, desciam até ao abismo,
lutavam entre a vida e a morte.
que fez encapelar as ondas:
subiam até aos céus, desciam até ao abismo,
lutavam entre a vida e a morte.
Na sua angústia invocaram o Senhor
e Ele salvou-os da aflição.
Transformou o temporal em brisa suave
e as ondas do mar amainaram.
e Ele salvou-os da aflição.
Transformou o temporal em brisa suave
e as ondas do mar amainaram.
Alegraram-se ao vê-las acalmadas,
e Ele conduziu-os ao porto desejado.
Graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens.
e Ele conduziu-os ao porto desejado.
Graças ao Senhor pela sua misericórdia,
pelos seus prodígios em favor dos homens.
LEITURA II – 2 Cor 5,14-17
Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São
Paulo aos Coríntios
Irmãos:
O amor de Cristo nos impele,
ao pensarmos que um só morreu por todos
e que todos, portanto, morreram.
Cristo morreu por todos,
para que os vivos deixem de viver para si próprios,
mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles.
Assim, daqui em diante,
já não conhecemos ninguém segundo a carne.
Ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne,
agora já não O conhecemos assim.
Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura.
As coisas antigas passaram: tudo foi renovado.
O amor de Cristo nos impele,
ao pensarmos que um só morreu por todos
e que todos, portanto, morreram.
Cristo morreu por todos,
para que os vivos deixem de viver para si próprios,
mas vivam para Aquele que morreu e ressuscitou por eles.
Assim, daqui em diante,
já não conhecemos ninguém segundo a carne.
Ainda que tenhamos conhecido a Cristo segundo a carne,
agora já não O conhecemos assim.
Se alguém está em Cristo, é uma nova criatura.
As coisas antigas passaram: tudo foi renovado.
AMBIENTE
A Primeira Carta aos Coríntios (que criticava
alguns membros da comunidade por atitudes pouco condizentes com os valores
cristãos) provocou uma reacção extremada e uma campanha organizada no sentido
de desacreditar Paulo. Essa campanha parece ter sido instigada por missionários
itinerantes procedentes das comunidades cristãs da Palestina, que se
consideravam representantes dos Doze e que minimizavam o trabalho apostólico de
Paulo (afirmavam, inclusive, que Paulo era inferior aos outros apóstolos, por
não ter convivido com Jesus enquanto Ele andou pela Palestina com os seus
discípulos). Paulo, informado de tudo, dirigiu-se apressadamente para Corinto e
teve um violento confronto com os seus detractores. Depois, retirou-se para
Éfeso. Tito, amigo de Paulo, fino negociador e hábil diplomata, partiu para
Corinto, a fim de tentar a reconciliação.
Paulo, entretanto, partiu para Tróade. Foi aí que reencontrou Tito, regressado de Corinto. As notícias trazidas por Tito eram animadoras: o diferendo fora ultrapassado e os coríntios estavam, outra vez, em comunhão com Paulo.
Reconfortado, Paulo escreveu uma tranquila apologia do seu apostolado, à qual juntou um apelo em favor de uma colecta para os pobres da Igreja de Jerusalém. Esse texto é a nossa Segunda Carta de Paulo aos Coríntios. Estamos nos anos 56/57.
O texto que nos é proposto integra a primeira parte da Carta, onde Paulo analisa as suas relações com a comunidade de Corinto e explica os princípios que sempre nortearam a sua acção pastoral (cf. 2 Cor 1,3-7,16).
Paulo, entretanto, partiu para Tróade. Foi aí que reencontrou Tito, regressado de Corinto. As notícias trazidas por Tito eram animadoras: o diferendo fora ultrapassado e os coríntios estavam, outra vez, em comunhão com Paulo.
Reconfortado, Paulo escreveu uma tranquila apologia do seu apostolado, à qual juntou um apelo em favor de uma colecta para os pobres da Igreja de Jerusalém. Esse texto é a nossa Segunda Carta de Paulo aos Coríntios. Estamos nos anos 56/57.
O texto que nos é proposto integra a primeira parte da Carta, onde Paulo analisa as suas relações com a comunidade de Corinto e explica os princípios que sempre nortearam a sua acção pastoral (cf. 2 Cor 1,3-7,16).
MENSAGEM
O que é que realmente “move” Paulo? Qual a
razão do seu ministério? Porque é que Paulo – que até nem conheceu o Jesus
histórico, como os Doze – insiste em anunciá-lo? Paulo não estará a extravasar
as suas funções?
Paulo fez a experiência do amor de Cristo e deixou-se absorver por esse amor. A sua acção apostólica tem apenas como objectivo levar o amor de Cristo ao conhecimento de todos os homens. Cristo morreu por todos, a fim de que os homens, aprendendo a lição do amor que se dá até às últimas consequências, deixassem a vida velha, marcada por esquemas de egoísmo e de pecado. Contemplando o Cristo que oferece a sua vida ao Pai e aos irmãos, os homens não viverão, nunca mais, fechados em si mesmos; mas viverão, como Cristo, com o coração aberto a Deus e aos outros homens (vers. 14-15). É esta “boa nova” que absorve Paulo completamente e que ele quer passar a todos os seus irmãos.
Com franqueza, Paulo admite que, no passado, entendeu Cristo “à maneira humana” e não percebeu que a sua doação até à morte era expressão de um amor ilimitado; mas, depois de se ter encontrado com Cristo ressuscitado na estrada de Damasco, Paulo passou a ver as coisas de forma diferente (vers. 16).
Paulo quer anunciar – por mandato de Cristo – que a adesão a Cristo faz desaparecer o homem velho do egoísmo e do pecado e faz surgir uma nova criatura (vers. 17). A palavra grega aqui utilizada por Paulo (“ktisis”) pode significar “criação”, “criatura” ou “humanidade”… O cristão, que aderiu a Cristo, é uma nova criatura, o membro de uma nova humanidade. Identificado com Cristo, ele corre ao encontro do Homem Novo, da vida plena e verdadeira, da salvação definitiva.
É isto que “faz correr” Paulo… Ele experimentou o amor de Cristo e tornou-se uma nova criatura. Agora, ele sente que Deus o manda testemunhar essa experiência diante de todos os homens.
Paulo fez a experiência do amor de Cristo e deixou-se absorver por esse amor. A sua acção apostólica tem apenas como objectivo levar o amor de Cristo ao conhecimento de todos os homens. Cristo morreu por todos, a fim de que os homens, aprendendo a lição do amor que se dá até às últimas consequências, deixassem a vida velha, marcada por esquemas de egoísmo e de pecado. Contemplando o Cristo que oferece a sua vida ao Pai e aos irmãos, os homens não viverão, nunca mais, fechados em si mesmos; mas viverão, como Cristo, com o coração aberto a Deus e aos outros homens (vers. 14-15). É esta “boa nova” que absorve Paulo completamente e que ele quer passar a todos os seus irmãos.
Com franqueza, Paulo admite que, no passado, entendeu Cristo “à maneira humana” e não percebeu que a sua doação até à morte era expressão de um amor ilimitado; mas, depois de se ter encontrado com Cristo ressuscitado na estrada de Damasco, Paulo passou a ver as coisas de forma diferente (vers. 16).
Paulo quer anunciar – por mandato de Cristo – que a adesão a Cristo faz desaparecer o homem velho do egoísmo e do pecado e faz surgir uma nova criatura (vers. 17). A palavra grega aqui utilizada por Paulo (“ktisis”) pode significar “criação”, “criatura” ou “humanidade”… O cristão, que aderiu a Cristo, é uma nova criatura, o membro de uma nova humanidade. Identificado com Cristo, ele corre ao encontro do Homem Novo, da vida plena e verdadeira, da salvação definitiva.
É isto que “faz correr” Paulo… Ele experimentou o amor de Cristo e tornou-se uma nova criatura. Agora, ele sente que Deus o manda testemunhar essa experiência diante de todos os homens.
ACTUALIZAÇÃO
¨ Antes de mais, o texto dá conta da
preocupação de Deus com a vida e a felicidade dos homens. A vinda de Jesus ao
mundo, a sua luta contra o egoísmo e o pecado, o seu amor incondicional, a sua
morte na cruz, pretendeu libertar os homens dos velhos esquemas de escravidão e
de fechamento que impediam os homens de ter acesso à vida plena e verdadeira.
Contemplar o amor de Deus, tornado presença efectiva na vida dos homens em Jesus,
assegura-nos que Deus Se preocupa connosco e que está sempre atento à nossa
realização e à nossa felicidade. O nosso Deus não é um Deus indiferente, que
deixa os homens abandonados à sua sorte; mas é um Deus interveniente, que nos
ama e que, a cada instante, está presente ao nosso lado, a indicar-nos os
caminhos da vida.
¨ O objectivo de Deus é fazer aparecer o Homem
Novo e a Nova Humanidade. Aos homens, é pedido que aceitem a proposta de Deus,
que aceitem renunciar à vida velha do egoísmo e da escravidão e que aceitem
nascer, livres e transformados, para o amor que nos torna livres. Como é que
acolhemos esta proposta de Deus? Ela conta alguma coisa para nós?
¨ Paulo, depois de ter encontrado Jesus, de
ter aderido à sua proposta e de ter feito a experiência da liberdade e da vida
nova, tornou-se testemunha, diante dos homens, do projecto salvador e
libertador de Deus para os homens. Cada homem e cada mulher que se encontra com
Jesus e que faz a mesma experiência de Paulo, tem de tornar-se arauto das
propostas de Deus e de anunciar aos seus irmãos, com gestos concretos, essa
oferta de vida nova e verdadeira que Deus nos faz.
ALELUIA – Lc 7,16
Aleluia. Aleluia.
Apareceu entre nós um grande profeta:
Deus visitou o seu povo.
EVANGELHO – Mc 4,35-41
Deus visitou o seu povo.
EVANGELHO – Mc 4,35-41
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo
São Marcos
Naquele dia, ao cair da tarde,
Jesus disse aos seus discípulos:
«Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão
e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado.
Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta
e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água.
Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada.
Eles acordaram-n’O e disseram:
«Mestre, não Te importas que pereçamos?»
Jesus levantou-Se,
falou ao vento imperiosamente e disse ao mar:
«Cala-te e está quieto».
O vento cessou e fez-se grande bonança.
Depois disse aos discípulos:
«Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?»
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros:
«Quem é este homem,
que até o vento e o mar Lhe obedecem?»
Jesus disse aos seus discípulos:
«Passemos à outra margem do lago».
Eles deixaram a multidão
e levaram Jesus consigo na barca em que estava sentado.
Iam com Ele outras embarcações.
Levantou-se então uma grande tormenta
e as ondas eram tão altas que enchiam a barca de água.
Jesus, à popa, dormia com a cabeça numa almofada.
Eles acordaram-n’O e disseram:
«Mestre, não Te importas que pereçamos?»
Jesus levantou-Se,
falou ao vento imperiosamente e disse ao mar:
«Cala-te e está quieto».
O vento cessou e fez-se grande bonança.
Depois disse aos discípulos:
«Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?»
Eles ficaram cheios de temor e diziam uns para os outros:
«Quem é este homem,
que até o vento e o mar Lhe obedecem?»
AMBIENTE
Na primeira parte do Evangelho segundo Marcos
(cf. Mc 1,14-8,30), Jesus é apresentado como o Messias que proclama o Reino de
Deus. Marcos procura aí demonstrar como Jesus, com palavras e com gestos,
anuncia um mundo novo (o “reino de Deus”), livre do egoísmo, da opressão, da
injustiça e de tudo o que escraviza os homens e os impede de ter acesso à vida
verdadeira. O texto que hoje nos é proposto deve ser visto neste ambiente.
O nosso texto começa com a indicação de que Jesus decidiu passar “à outra margem”. A “outra margem” (do lago de Tiberíades, evidentemente) é o território pagão da Decápole. A Decápole (“dez cidades”) era o nome dado ao território situado na Palestina oriental, estendendo-se desde Damasco, ao norte, até Filadélfia, ao sul. O nome servia para designar uma liga de dez cidades, que se formou depois da conquista da Palestina pelos romanos, no ano 63 a.C.. As “dez cidades” que formavam esta liga eram helenísticas e não estavam sujeitas às leis judaicas. As cidades que integravam a Decápole (bem como os territórios circundantes a cada uma dessas cidades) estavam sob a administração do legado romano da Síria. Eram território pagão, considerado pelos judeus completamente à margem dos caminhos da salvação.
O episódio que Marcos nos narra, neste domingo, passa-se durante a travessia do Lago de Tiberíades. O Lago de Tiberíades, designado frequentemente por “Mar da Galileia”, é um lago de água doce, alimentado sobretudo pelas águas do rio Jordão, com 12 quilómetros de largura e 21 quilómetros de comprimento. As tempestades que se levantavam neste “mar” podiam aparecer subitamente e ser especialmente violentas.
Para entendermos melhor o que está em causa no episódio que hoje Marcos nos propõe, convém ter presente o que dissemos na primeira leitura a propósito do que o “mar” significava para a mentalidade judaica: era uma realidade assustadora, indomável, orgulhosa, desordenada, onde residiam os poderes caóticos que o homem não conseguia controlar e onde estavam os poderes maléficos que queriam destruir os homens… Só Deus, com o seu poder e majestade, podia pôr limites ao mar, dar-lhe ordens e libertar os homens dessas forças descontroladas do caos que o mar encerrava.
Mais do que uma crónica fiel de uma viagem de Jesus com os discípulos através do Lago de Tiberíades, a narração que Marcos nos apresenta deve ser vista como uma página de catequese. Usando elementos com uma forte carga simbólica (o mar, o barco, a tempestade, a noite, o sono de Jesus), Marcos apresenta-nos uma reflexão sobre a comunidade dos discípulos em marcha pela história. Marcos escreve numa época em que a Igreja de Jesus enfrenta sérias “tempestades” (perseguição de Nero, problemas internos causados pela diferença de perspectivas entre judeo-cristãos e pagano-cristãos, dificuldades sentidas pelas comunidades em encontrar o caminho para o futuro…); e pretende dar sugestões aos crentes acerca do caminho a percorrer.
O nosso texto começa com a indicação de que Jesus decidiu passar “à outra margem”. A “outra margem” (do lago de Tiberíades, evidentemente) é o território pagão da Decápole. A Decápole (“dez cidades”) era o nome dado ao território situado na Palestina oriental, estendendo-se desde Damasco, ao norte, até Filadélfia, ao sul. O nome servia para designar uma liga de dez cidades, que se formou depois da conquista da Palestina pelos romanos, no ano 63 a.C.. As “dez cidades” que formavam esta liga eram helenísticas e não estavam sujeitas às leis judaicas. As cidades que integravam a Decápole (bem como os territórios circundantes a cada uma dessas cidades) estavam sob a administração do legado romano da Síria. Eram território pagão, considerado pelos judeus completamente à margem dos caminhos da salvação.
O episódio que Marcos nos narra, neste domingo, passa-se durante a travessia do Lago de Tiberíades. O Lago de Tiberíades, designado frequentemente por “Mar da Galileia”, é um lago de água doce, alimentado sobretudo pelas águas do rio Jordão, com 12 quilómetros de largura e 21 quilómetros de comprimento. As tempestades que se levantavam neste “mar” podiam aparecer subitamente e ser especialmente violentas.
Para entendermos melhor o que está em causa no episódio que hoje Marcos nos propõe, convém ter presente o que dissemos na primeira leitura a propósito do que o “mar” significava para a mentalidade judaica: era uma realidade assustadora, indomável, orgulhosa, desordenada, onde residiam os poderes caóticos que o homem não conseguia controlar e onde estavam os poderes maléficos que queriam destruir os homens… Só Deus, com o seu poder e majestade, podia pôr limites ao mar, dar-lhe ordens e libertar os homens dessas forças descontroladas do caos que o mar encerrava.
Mais do que uma crónica fiel de uma viagem de Jesus com os discípulos através do Lago de Tiberíades, a narração que Marcos nos apresenta deve ser vista como uma página de catequese. Usando elementos com uma forte carga simbólica (o mar, o barco, a tempestade, a noite, o sono de Jesus), Marcos apresenta-nos uma reflexão sobre a comunidade dos discípulos em marcha pela história. Marcos escreve numa época em que a Igreja de Jesus enfrenta sérias “tempestades” (perseguição de Nero, problemas internos causados pela diferença de perspectivas entre judeo-cristãos e pagano-cristãos, dificuldades sentidas pelas comunidades em encontrar o caminho para o futuro…); e pretende dar sugestões aos crentes acerca do caminho a percorrer.
MENSAGEM
Reparemos, em primeiro lugar, no “ambiente” em
que Marcos nos situa: no mar, ao anoitecer (vers. 35). Situar o barco com Jesus
e os discípulos “no mar”, é colocá-los num ambiente hostil, adverso, perigoso,
caótico, rodeados pelas forças que lutam contra Deus e contra a felicidade do
homem. Por outro lado, a “noite” é o tempo das trevas, da falta de luz; aparece
como elemento ligado com o medo, com o desânimo, com a falta de perspectivas. O
“mar” e a “noite” definem uma realidade de dificuldade, de hostilidade, de
incompreensão.
No “barco” vão Jesus e os discípulos (vers. 36). O “barco” é, na catequese cristã, o símbolo da comunidade de Jesus que navega pela história. Jesus está no “barco”, mas são os discípulos que se encarregam da navegação, pois é a eles que é confiada a tarefa de conduzir a comunidade pelo mar da vida.
O “barco” dirige-se “para a outra margem” (vers. 35b), ao encontro das terras dos pagãos. Com este dado Marcos alude, muito provavelmente, à missão da comunidade cristã, convidada por Jesus a ir ao encontro de todos os homens para lhes levar Jesus e a sua proposta libertadora.
Durante a travessia, Jesus “dorme” (vers. 38). O “sono” de Jesus durante a viagem refere-se, possivelmente, à sua aparente ausência ao longo da “viagem” que a comunidade cristã faz pela história. Com frequência os discípulos, ocupados em dirigir o “barco”, têm a sensação de que estão sós, abandonados à sua sorte e que Jesus não está com eles a enfrentar as vicissitudes da viagem. Na verdade, Jesus está com eles no “barco”; Ele prometeu ficar com eles “até ao fim do mundo”.
A “tempestade” (vers. 37) significa as dificuldades que o mundo opõe à missão dos discípulos. É provável que Marcos estivesse a pensar numa “tempestade” concreta, talvez a perseguição de Nero aos cristãos de Roma, durante a qual foram mortos Pedro e Paulo, bem como muitos outros cristãos (anos 64-68. O Evangelho segundo Marcos deve ter aparecido nessa altura); mas a “tempestade” refere-se também a todos os momentos de crise, de perseguição, de hostilidade que os discípulos terão de enfrentar ao longo do seu caminho histórico, até ao fim dos tempos.
Jesus, despertado pelos discípulos, acalma a fúria do mar e do vento, com a sua Palavra imperiosa e dominadora (vers. 39). Já dissemos atrás que, na teologia judaica, só Deus era capaz de dominar o mar e as forças hostis que se albergavam no mar. Jesus aparece assim, como o Deus que acompanha a difícil caminhada dos discípulos pelo mundo e que cuida deles no meio das dificuldades e da hostilidade do mundo.
Depois de aclamar o mar e o vento, Jesus dirige-Se aos discípulos e repreende-os pela sua falta de fé (vers. 40: “porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?”). Os discípulos, depois da caminhada feita com Jesus, já deviam saber que Ele nunca está ausente, nem alheado da vida da sua comunidade. Eles não podem esquecer que, em todas as circunstâncias, Jesus vai com eles no mesmo “barco” e que, por isso, nada têm a temer. A comunidade de Jesus tem de estar consciente de que Jesus está sempre presente e que, portanto, as tempestades da história não poderão impedi-los de concretizar no mundo a missão que lhes foi confiada.
O nosso texto termina com o “temor” dos discípulos e a pergunta que eles fazem uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (vers. 41). O “temor” define o estado de espírito do homem diante da divindade. No universo bíblico, este “temor” não apresenta carácter de pânico ou de medo servil, mas encerra um misterioso poder de atracção que se traduz em obediência, entrega, confiança, entusiasmo. Tal atitude positiva deriva da experiência que o crente israelita tem de Deus: Jahwéh é um Deus presente, que guia o seu Povo com uma solicitude paternal e maternal. Por isso, o crente, se por um lado tem consciência da omnipotência de Deus, por outro lado sabe que pode confiar incondicionalmente n’Ele e entregar-se nas suas mãos. A resposta à questão já está, portanto, dada: o “temor” dos discípulos significa que eles reconhecem que Jesus é o Deus presente no meio dos homens, e a quem os homens são convidados a aderir, a confiar, a obedecer com total entrega.
A catequese que Marcos nos propõe é, portanto, sobre a caminhada dos discípulos, em missão no mundo… Marcos garante-nos que Cristo está sempre com os discípulos, mesmo quando parece ausente. Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer as forças que se opõem à vida e à salvação dos homens.
No “barco” vão Jesus e os discípulos (vers. 36). O “barco” é, na catequese cristã, o símbolo da comunidade de Jesus que navega pela história. Jesus está no “barco”, mas são os discípulos que se encarregam da navegação, pois é a eles que é confiada a tarefa de conduzir a comunidade pelo mar da vida.
O “barco” dirige-se “para a outra margem” (vers. 35b), ao encontro das terras dos pagãos. Com este dado Marcos alude, muito provavelmente, à missão da comunidade cristã, convidada por Jesus a ir ao encontro de todos os homens para lhes levar Jesus e a sua proposta libertadora.
Durante a travessia, Jesus “dorme” (vers. 38). O “sono” de Jesus durante a viagem refere-se, possivelmente, à sua aparente ausência ao longo da “viagem” que a comunidade cristã faz pela história. Com frequência os discípulos, ocupados em dirigir o “barco”, têm a sensação de que estão sós, abandonados à sua sorte e que Jesus não está com eles a enfrentar as vicissitudes da viagem. Na verdade, Jesus está com eles no “barco”; Ele prometeu ficar com eles “até ao fim do mundo”.
A “tempestade” (vers. 37) significa as dificuldades que o mundo opõe à missão dos discípulos. É provável que Marcos estivesse a pensar numa “tempestade” concreta, talvez a perseguição de Nero aos cristãos de Roma, durante a qual foram mortos Pedro e Paulo, bem como muitos outros cristãos (anos 64-68. O Evangelho segundo Marcos deve ter aparecido nessa altura); mas a “tempestade” refere-se também a todos os momentos de crise, de perseguição, de hostilidade que os discípulos terão de enfrentar ao longo do seu caminho histórico, até ao fim dos tempos.
Jesus, despertado pelos discípulos, acalma a fúria do mar e do vento, com a sua Palavra imperiosa e dominadora (vers. 39). Já dissemos atrás que, na teologia judaica, só Deus era capaz de dominar o mar e as forças hostis que se albergavam no mar. Jesus aparece assim, como o Deus que acompanha a difícil caminhada dos discípulos pelo mundo e que cuida deles no meio das dificuldades e da hostilidade do mundo.
Depois de aclamar o mar e o vento, Jesus dirige-Se aos discípulos e repreende-os pela sua falta de fé (vers. 40: “porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?”). Os discípulos, depois da caminhada feita com Jesus, já deviam saber que Ele nunca está ausente, nem alheado da vida da sua comunidade. Eles não podem esquecer que, em todas as circunstâncias, Jesus vai com eles no mesmo “barco” e que, por isso, nada têm a temer. A comunidade de Jesus tem de estar consciente de que Jesus está sempre presente e que, portanto, as tempestades da história não poderão impedi-los de concretizar no mundo a missão que lhes foi confiada.
O nosso texto termina com o “temor” dos discípulos e a pergunta que eles fazem uns aos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (vers. 41). O “temor” define o estado de espírito do homem diante da divindade. No universo bíblico, este “temor” não apresenta carácter de pânico ou de medo servil, mas encerra um misterioso poder de atracção que se traduz em obediência, entrega, confiança, entusiasmo. Tal atitude positiva deriva da experiência que o crente israelita tem de Deus: Jahwéh é um Deus presente, que guia o seu Povo com uma solicitude paternal e maternal. Por isso, o crente, se por um lado tem consciência da omnipotência de Deus, por outro lado sabe que pode confiar incondicionalmente n’Ele e entregar-se nas suas mãos. A resposta à questão já está, portanto, dada: o “temor” dos discípulos significa que eles reconhecem que Jesus é o Deus presente no meio dos homens, e a quem os homens são convidados a aderir, a confiar, a obedecer com total entrega.
A catequese que Marcos nos propõe é, portanto, sobre a caminhada dos discípulos, em missão no mundo… Marcos garante-nos que Cristo está sempre com os discípulos, mesmo quando parece ausente. Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer as forças que se opõem à vida e à salvação dos homens.
ACTUALIZAÇÃO
¨ A imagem de um barco cheio de discípulos
convidados por Jesus a passar “à outra margem do lago” e a dar testemunho dessa
vida nova que Deus quer oferecer aos homens é uma boa definição de Igreja.
Antes de mais, o nosso texto convida-nos a tomar consciência de que a
comunidade que nasce de Jesus é uma comunidade missionária, cuja tarefa é ir ao
encontro dos homens prisioneiros do egoísmo e do pecado para lhes apresentar a
Boa Nova da libertação. Os discípulos de Jesus não podem ficar comodamente
instalados nos seus espaços seguros e protegidos, defendidos dos perigos do
mundo e alheados dos problemas e necessidades dos homens; mas a Igreja tem de
ser uma comunidade empenhada na transformação do mundo, que se preocupa em
levar aos homens – a todos os homens, sobretudo aos pobres e marginalizados –
com palavras e com gestos a proposta libertadora do Reino.
¨ O caminho percorrido pela comunidade de
Jesus em missão no mundo é, muitas vezes, um caminho marcado por duras
tempestades. Quando a comunidade procura ser fiel à sua vocação e levar a
libertação aos homens, confronta-se frequentemente com as forças da injustiça,
da opressão e do pecado que não estão interessadas em que o anúncio libertador
de Jesus ecoe no mundo (às vezes, essas forças de injustiça e de opressão
disfarçam-se com as atraentes roupagens da “moda”, do “politicamente correcto”
ou do “socialmente aceitável”)… Por isso, a comunidade de Jesus conhece, ao
longo da sua caminhada, a oposição, a incompreensão, a perseguição, as calúnias
e até a morte… No entanto, os discípulos devem estar conscientes de que esse
cenário é inevitável e resulta da sua fidelidade ao caminho de Jesus.
¨ Muitas vezes, ao longo da caminhada, os
discípulos sentem uma tremenda solidão e, confrontados com a oposição e a
incompreensão do mundo, experimentam a sua fragilidade e impotência. Parece que
Jesus os abandonou; e o silêncio de Jesus desconcerta-os e angustia-os. O
Evangelho deste domingo garante-nos que Jesus nunca abandona o barco dos
discípulos. Ele está sempre lá, embarcado com eles na mesma aventura,
dando-lhes segurança e paz. Nos momentos de crise, de desânimo, de medo, os
discípulos têm de ser capazes de descobrir a presença – às vezes silenciosa,
mas sempre amiga e reconfortante – de Jesus ao seu lado, no mesmo barco.
¨ “Ainda não tendes fé?” – pergunta Jesus aos
discípulos… Se os discípulos tivessem fé, não teriam medo e não sentiriam a
necessidade de “acordar” Jesus. Estariam conscientes da presença de Jesus ao
seu lado em todos os momentos e não estariam à espera de uma intervenção mais
ou menos mágica de Jesus para os livrar das dificuldades. O verdadeiro
discípulo é aquele que aderiu a Jesus, que vive em permanente comunhão e intimidade
com Jesus, que está em permanente escuta de Jesus, que caminha com Jesus, que a
cada instante descobre a presença reconfortante de Jesus ao seu lado. Ele conta
sempre com Jesus e não se lembra de Jesus apenas nos momentos de dificuldade e
de crise…
¨ A intervenção de Jesus provoca o “temor” dos
discípulos. Dissemos atrás que o “temor” significa, neste contexto, que os
discípulos reconhecem que Jesus é o Deus presente no meio dos homens e a quem
os homens são convidados a aderir, a confiar, a obedecer com total entrega.
Esta “catequese” convida-nos a assumir, diante desse Jesus que nos acompanha
sempre, uma atitude semelhante (de “temor”) e a aderir incondicionalmente às
suas propostas, a confiar n’Ele, a segui-l’O nesse caminho do amor e do dom da vida
que Ele nos veio propor.
ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 12º DOMINGO
DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)
1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 12º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 12º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.
2. BILHETE DE EVANGELHO.
Seria para repousar? Seria para propor aos seus Apóstolos uma forma de retiro? O facto é que Jesus convida os seus discípulos a passar para a outra margem. A travessia do lago não é de repouso, levanta-se uma tempestade violenta e os Apóstolos estão aterrorizados. Sabem que não estão sozinhos no barco. Eles, os especialistas do lago, admiram-se com o sono de Jesus. Estão perdidos, então despertam Jesus, Ele que veio salvar os que estavam perdidos. Ele vai manifestar, então, que tem autoridade sobre todas as forças da morte, dá uma ordem: “Silêncio! Cala-te!” E fez-se uma grande calmaria. Os Apóstolos, naquele dia, não passaram apenas para a outra margem… Passaram do medo à confiança, graças ao “Passador” que tinha embarcado com eles. Nunca esqueçamos de fazer subir Cristo para o nosso barco, para passarmos com Ele…
Seria para repousar? Seria para propor aos seus Apóstolos uma forma de retiro? O facto é que Jesus convida os seus discípulos a passar para a outra margem. A travessia do lago não é de repouso, levanta-se uma tempestade violenta e os Apóstolos estão aterrorizados. Sabem que não estão sozinhos no barco. Eles, os especialistas do lago, admiram-se com o sono de Jesus. Estão perdidos, então despertam Jesus, Ele que veio salvar os que estavam perdidos. Ele vai manifestar, então, que tem autoridade sobre todas as forças da morte, dá uma ordem: “Silêncio! Cala-te!” E fez-se uma grande calmaria. Os Apóstolos, naquele dia, não passaram apenas para a outra margem… Passaram do medo à confiança, graças ao “Passador” que tinha embarcado com eles. Nunca esqueçamos de fazer subir Cristo para o nosso barco, para passarmos com Ele…
3. À ESCUTA DA PALAVRA.
Jesus no barco da nossa vida. “Ao cair da tarde…” Toda a cena da tempestade acalmada desenrola-se durante a noite. É o momento em que todas as forças do mal podem agir com toda a impunidade. O barco está “no mar”, o lugar onde residem as forças demoníacas. Enfim, a palavra de Jesus ao vento e ao mar – “acalma-te!” – significa também “exorcizar”. Dito de outro modo, Marcos quer fazer-nos compreender que, para além da brusca tempestade, os discípulos – e todos os homens – são confrontados a um combate bem mais profundo e dramático: o combate contra o mal, não somente o mal “natural”, mas sobretudo o mal que habita e trabalha no coração dos homens. Os apóstolos, ultrapassados pela violência da tempestade, simbolizam os homens ultrapassados pelo poder do mal, que parece vencer, ainda e sempre. Para vencer o mal, é preciso recorrer a um poder maior. Felizmente que Jesus está lá! Ele dispõe do poder divino! Sim, mas Ele dorme tão profundamente que as enormes vagas não o fazem despertar. O seu sono torna-se, pois, a imagem da sua morte. Tudo parece perdido: “Mestre, estamos perdidos!” Jesus acaba por “despertar”. Ora, a palavra é a mesma que Marcos empregará para dizer a Ressurreição de Jesus: “Ele despertou de entre os mortos”. Podemos, pois, compreender o sentido mais profundo deste milagre da tempestade acalmada. Jesus veio ao coração da nossa história, desceu até ao fundo do mistério do mal que se desencadeia, ainda e sempre, foi até entrar no sono da morte violenta, que os homens esvaziaram de toda a traça de amor, onde parece que não se ouve mais nada, onde o próprio Deus parece dormir, indiferente aos males dos homens: “Mestre, isto não Te diz nada?” Mas Deus, em Jesus, respeitando infinitamente a nossa liberdade, só podia fazer uma coisa: juntar-se às nossas vidas, esconder-se nas nossas tempestades e nas nossas mortes, para aí colocar a sua presença, mais forte que todas as trevas. Só após a vitória aparente da morte é que Ele manifestará o poder da sua Ressurreição. O que Ele nos pede hoje é de crer, de Lhe dar a nossa confiança: “Porque ter medo?” Com Ele na nossa vida, as forças do mal não terão a última palavra.
Jesus no barco da nossa vida. “Ao cair da tarde…” Toda a cena da tempestade acalmada desenrola-se durante a noite. É o momento em que todas as forças do mal podem agir com toda a impunidade. O barco está “no mar”, o lugar onde residem as forças demoníacas. Enfim, a palavra de Jesus ao vento e ao mar – “acalma-te!” – significa também “exorcizar”. Dito de outro modo, Marcos quer fazer-nos compreender que, para além da brusca tempestade, os discípulos – e todos os homens – são confrontados a um combate bem mais profundo e dramático: o combate contra o mal, não somente o mal “natural”, mas sobretudo o mal que habita e trabalha no coração dos homens. Os apóstolos, ultrapassados pela violência da tempestade, simbolizam os homens ultrapassados pelo poder do mal, que parece vencer, ainda e sempre. Para vencer o mal, é preciso recorrer a um poder maior. Felizmente que Jesus está lá! Ele dispõe do poder divino! Sim, mas Ele dorme tão profundamente que as enormes vagas não o fazem despertar. O seu sono torna-se, pois, a imagem da sua morte. Tudo parece perdido: “Mestre, estamos perdidos!” Jesus acaba por “despertar”. Ora, a palavra é a mesma que Marcos empregará para dizer a Ressurreição de Jesus: “Ele despertou de entre os mortos”. Podemos, pois, compreender o sentido mais profundo deste milagre da tempestade acalmada. Jesus veio ao coração da nossa história, desceu até ao fundo do mistério do mal que se desencadeia, ainda e sempre, foi até entrar no sono da morte violenta, que os homens esvaziaram de toda a traça de amor, onde parece que não se ouve mais nada, onde o próprio Deus parece dormir, indiferente aos males dos homens: “Mestre, isto não Te diz nada?” Mas Deus, em Jesus, respeitando infinitamente a nossa liberdade, só podia fazer uma coisa: juntar-se às nossas vidas, esconder-se nas nossas tempestades e nas nossas mortes, para aí colocar a sua presença, mais forte que todas as trevas. Só após a vitória aparente da morte é que Ele manifestará o poder da sua Ressurreição. O que Ele nos pede hoje é de crer, de Lhe dar a nossa confiança: “Porque ter medo?” Com Ele na nossa vida, as forças do mal não terão a última palavra.
4. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
As palavras da nossa fé. No domingo, é importante professar a nossa fé com o Credo da Igreja, para marcar a nossa pertença ao Povo de Deus que nos transmitiu estas palavras. Mas, nesta semana, se pudermos viver uma partilha à volta da questão “quem é Jesus para nós?”, poderemos tentar compor uma profissão de fé que retome o essencial desta partilha.
As palavras da nossa fé. No domingo, é importante professar a nossa fé com o Credo da Igreja, para marcar a nossa pertença ao Povo de Deus que nos transmitiu estas palavras. Mas, nesta semana, se pudermos viver uma partilha à volta da questão “quem é Jesus para nós?”, poderemos tentar compor uma profissão de fé que retome o essencial desta partilha.
UNIDOS PELA PALAVRA DE DEUS
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org
PROPOSTA PARA
ESCUTAR, PARTILHAR, VIVER E ANUNCIAR A PALAVRA NAS COMUNIDADES DEHONIANAS
Grupo Dinamizador:
P. Joaquim Garrido, P. Manuel Barbosa, P. José Ornelas Carvalho
Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos)
Rua Cidade de Tete, 10 – 1800-129 LISBOA – Portugal
Tel. 218540900 – Fax: 218540909
portugal@dehonianos.org – www.dehonianos.org
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