26 de abril Quarta - Evangelho - Jo 3,16-21
Bom dia!
Nada mais cabível para quem caminha para pentecostes – Ser novo!
Ser novo ou nascer de novo é se empenhar em atitudes e gestos
novos; é buscar um coração renovado; é traçar metas e tempos para abandonar os
hábitos antigos; é parar de só falar e fazer; parar de prometer e escrever o
que pretende fazer; é antes de tudo rezar para que tudo caminhe sob a batuta de
Deus.
A vida é como uma composição musical: Fazemos a letra, mas é a vida
que toca! Escrevemos cada linha, cada frase, cada verso, mas depois de pronta,
somos reflexos do que escrevemos ou fazemos. Quem põe o ritmo é a motivação do
Espírito Santo dentro de cada um de nós. Um Espírito nono é inquieto. (…) O
vento sopra onde quer, e ouve-se o barulho que ele faz, mas não se sabe de onde
ele vem, nem para onde vai. A mesma coisa acontece com todos os que nascem do
Espírito
Uma nova melodia só poderá surgir de uma nova letra, de um
novo verso, (…). Trocar algumas notas muda apenas a forma de se cantar, mas não
altera em nada a letra da canção. Para mudar é preciso reescrever a letra que a
vida cantará.
“(…) Ninguém põe um remendo de pano novo numa veste velha, porque
arrancaria uma parte da veste e o rasgão ficaria pior. Não se coloca tampouco
vinho novo em odres velhos; do contrário, os odres se rompem, o vinho se
derrama e os odres se perdem. Coloca-se, porém, o vinho novo em odres novos, e
assim tanto um como outro se conservam“. (Mateus 9, 16-17)
Talvez os grandes erros que cometemos serão versos que não
conseguiremos apagar da nossa mente, mas também NÃO DEVERÃO SER O REFRÃO DA
NOSSA MÚSICA.
Como mecanismo de defesa temos mania de relembrar o refrão (erros)
dos outros. O entanto, repetir toda hora o refrão é hábito de quem só olha os
defeitos dos outros, dos invejosos, dos medíocres… Todos têm coisas boas a
serem exploradas na letra de sua canção, mas não conseguem crescer sufocadas
pelos refrões.
Lembrei de uma história que ouvi o padre Fábio de Melo contar no
seu programa direção espiritual. Contava ele que uma tribo africana que
conheceu compõe uma canção para cada pessoa que nasce. Cada um tem sua própria
canção. Nos momentos marcantes da vida dessa pessoa essa música é cantada por
seus parentes e amigos. Mas o que me chamou atenção foi o fato relatado que
quando alguém se desvia na conduta TODA a tribo se reúne, colocando-a no centro
de uma grande roda, onde cantam a canção da pessoa para que ele recorde quem é
e também a alegria do seu nascimento, tentando trazê-lo de volta a realidade,
resignificando o seu passado.
Ser novo também carece que deixemos que os outros também tenham a
oportunidade de mudar a letra da sua canção a qualquer momento. Como cristãos
devemos fazer o possível para que isso aconteça, ou seja, criar situações
favoráveis e agradáveis para que isso ocorra. Dar oportunidade ao novo, trazer
pessoas novas, convidar novos integrantes, chamar pessoas a dividir a
responsabilidade…
Ser novo é ser querigmático, é encantar, é promover… Ser velho é
ter apego a um lugar, uma postura, a um cargo. Ser novo é não ter medo de
sentar novamente no banco e receber as graças, é avançar, é sonhar…
“(…) Sentimos a urgência de desenvolver em nossas comunidades um
processo de iniciação na vida cristã que comece pelo kerygma que guiado pela
Palavra de Deus, que conduza a um encontro pessoal, cada vez maior, com Jesus
Cristo, perfeito Deus e perfeito homem, experimentado como plenitude da
humanidade e que leve à conversão, ao seguimento em uma comunidade eclesial e a
um amadurecimento de fé na prática dos sacramentos, do serviço e da missão”.
(Documento de Aparecida §289)
Para sermos por completos novos devemos cooperar para que outros
também sejam. Somos uma tribo que não canta a canção dos outros. Vamos mudar
esse paradigma.
Um imenso abraço fraterno
Nenhum comentário:
Postar um comentário