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terça-feira, 30 de julho de 2019

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM-C-JUNTAR TESOUROS NA TERRA-José Salviano


18º DOMINGO DO TEMPO COMUM-C
4 de Agosto de 2019

Evangelho Lc 12,13-21


-O JUNTAR TESOUROS NA TERRA- Lc 12,13-21 -José Salviano

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Eles também precisam ser salvos.


E disse-lhe um da multidão: Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança.
Mas ele lhe disse: Homem, quem me pôs a mim por juiz ou repartidor entre vós?
E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.
E propôs-lhe uma parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com abundância;
E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
E disse: Farei isto: Derrubarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
E direi a minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
Mas Deus lhe disse: Louco! esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem ficará?
Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus.



Lucas 12:13-20


Então aquele homem ambicioso trabalhou, e trabalhou, não fez outra coisa na vida além de acumular riquezas. Ele se especializou em fazer isso de tal forma, que foi considerado um campeão em gerar riquezas. Não se importou com a sua saúde, com a família, muito menos com o amor aos filhos, porque para ele tudo se reduzia a um grande comércio, e todas as relações entre as pessoas se resumia em um constante TOMA LÁ DÁ CÁ. Afeto, carinho, fraternidade, são coisas sem a menor importância. Religião, muito menos.  Só o respeito. O respeito, apenas. O respeito a Deus para ele, é uma coisa até importante. Porém, isso não devia atrapalhar de modo algum,  a sua corrida louca e insana pela busca de mais lucros e rendimentos.

Fábricas, lojas, navios, iates, muitos, muitos imóveis em sua cidade e também em outras, shoppings, empresas de transportes. Sua riqueza se multiplicou de forma assustadora, e, ao contrário do que se possa pensar, o seu sono não era uma pausa repousante, pois vivia aterrorizado com a possibilidade de estar sendo lesado pelos seus gerentes espalhados pelas suas múltiplas empresas.  Não era um homem tranquilo, sereno, muito menos feliz. Vivia atormentado por vários tipos de medo: Medo de ser sequestrado, ou de ter um filho nas mãos de bandidos exploradores exigindo resgate, medo de possíveis crises econômicas, medo de não poder contar com a confiança de seus empregados, mais o seu maior  medo era daqueles que poderiam lhe pedir doações, esmolas, e algum tipo de ajuda. Por isso, vivia praticamente isolado, nem se vestia tão bem quanto o podia, para não chamar a atenção, não gostava de festas, evitava todo tipo de desperdício, economizava em tudo na maior mesquinharia, só era gentil e "amoroso" com quem lhe poderia proporcionar algum tipo de lucro. Em suma, aquele homem, gênio, uma verdadeira máquina de acumular riquezas, não viveu a vida. Não desfrutou sua existência, nem mesmo quando era jovem.  Porque diversão significava desperdício de tempo e dinheiro, duas coisas que para ele eram inaceitáveis. 

            E PARA QUEM FICARÁ O QUE TU ACUMULASTE?

E assim, suas vistas se escureceram, e o final de sua vida chegou... Com os movimentos limitados pela artrose, pela artrite, vistas cansadas, surdez de um dos ouvidos, esclerose, mau humor, irritabilidade com todos, só uma coisa ele tinha em abundância: DINHEIRO! MUITO DINHEIRO. Aquele rico e pobre homem sempre acreditou que com dinheiro se podia comprar tudo. Por isso, durante toda a sua vida, ele não perdeu tempo com diversão. Só trabalhava, só acumulava.  Assim, depois de uma certa idade, ele acreditando  poder COMPRAR TUDO! Buscou  recuperar o tempo perdido nos vários anos de uma corrida louca em busca da riqueza! Mas, infelizmente,  isso não foi possível, constantemente ficava muito irritado quando era recusado quando fazia algumas de  suas propostas indecentes...
    
A essa altura os seus filhos, herdeiros naturais, não paravam de brigar pela divisão da herança. Cada um pretendia ficar com a mais rendosa parte, com a melhor fatia do grande bolo.  A divisão deveria ser igual para todos mesmo para um dos filhos que era um vagabundo e boêmio total.  Quanta fortuna, gerando tanta infelicidade entre um família que via a cada dia, o seu grande afortunado e velho pai,  indo embora aos poucos, e deixando tudo para aqueles que não trabalharam para acumular tanto valor...

Tomai cuidado contra todo tipo de ganância!  É o recado, o conselho, de Deus, que  Jesus nos trás no Evangelho de hoje. Pois foi exatamente por causa disso, por causa das consequências da usura exacerbada, que Jesus nos fez essa grande e tão importante advertência.  Riqueza, ao contrário do que pensam os pobres, nem sempre é motivo de tranquilidade, de paz e de felicidade.  E a pior coisa, é que a ganância quase sempre tira o ser humano do caminho da salvação eterna. "Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus.

 " Descansa, come, bebe, aproveita!' Mas Deus lhe disse: 'Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?"


A riqueza em sim não é má. Ela pode e deve ser usada para o progresso, é preciso que haja ricos que constroem  fábricas pois sem elas não existe crescimento da economia, nem  empregos para os pobres...  O problema do acúmulo da riqueza consiste no que ela pode fazer no psiquismo, ou na cabeça do dono dela. Aquele que levou sua vida toda acumulando riqueza de forma egoísta, e às custas da exploração dos menos favorecidos pela sorte, e nada aplicou dessa sua fortuna pelo bem da humanidade, muito menos para aliviar o sofrimento daqueles que vivem na miséria parcial e total, agiu como um loco, como disse Jesus: ": 'Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?"
 Ele acumulou uma fortuna somente para ele, mais não poderá desfrutar dela, e o principal motivo é que morrerá e deixará tudo aí para os outros. 

Porque a nossa vida não se resume em acumular riquezas. "A VIDA DE UM HOMEM NÃO CONSISTE NA ABUNDÂNCIA DE BENS."

Caríssimas e caríssimos.
Na  liturgia desse domingo Jesus nos convida a uma reflexão forte sobre a nossa atitude diante dos bens materiais. Porque eles, em geral, juntamente com e o dinheiro, em particular, não são maus em si, ou de  modo absoluto.  Eles podem ser usados para o bem. Jesus,  em uma outra passagem do Evangelho, nos aconselhou a fazer amigos com o dinheiro.
Nós fazemos amigos com nossos bens materiais ou espirituais, com os talentos que nos foram dados por Deus, como o dom de cantar, de escrever, de curar,  quando os colocamos não somente ao nosso serviço, não somente para ganhar dinheiro, mas também ao serviço da sociedade, em benefício do irmão carente, e daqueles que não foram favorecidos pela sorte como nós. Deus nos presenteia com algum tipo de talento exatamente para isso: Para que o usemos não somente em nosso benefício, mas também em benefício do irmão.
Aí, o dinheiro se torna motivo de libertação, de alegria e de vida para si e para os demais irmãos. Desse modo podemos nos  tornar até amigos dos pobres, e viveremos em paz com  Deus. Pois "toda vez em que destes uma esmola a um pobre, foi a mim que destes".

É impossível agradar a Deus sem agradar ou ajudar aquele que necessita, aquele que é nosso irmão e clama por uma ajuda. Ajuda essa que não nos custa muito ou quase nada. Pois tudo aquilo que sobra na nossa casa, na nossa vida, pode crer que está faltando na casa e na vida de alguns dos nossos irmãos em cristo. Portanto, não podemos contar com a amizade do Pai se não matamos a fome dos seus filhos, nossos irmãos necessitados que estão em nossa volta, já que Esse mesmo Pai nos proporcionou talentos suficientes para construir um verdadeiro império de bens materiais, que não deve ser usado somente em nosso benefício.

A Carta de São Paulo aos Colossenses nos dá uma receita ideal de como deveremos ser: Diz nos ele: "Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto...aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres." 
Irmãos. Até podemos aspirar o progresso pessoal, desde que não nos esqueçamos daqueles que do nosso lado vivem da miséria, na carência parcial ou total de bens indispensáveis a uma vida digna com qualidade.
" Portanto, fazei morrer o que em vós pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça, que é idolatria."

Podemos até cumular bens materiais, mas sem idolatrar o dinheiro e a tudo o que com ele podemos comprar. Usemos tudo como se não os estivéssemos usando. Ter um carro não é pecado nem luxo. Luxo é ter um super carro, e pecado é humilhar o irmão que não pode ter nem uma bicicleta.

"Já vos despojastes do homem velho e da sua maneira de agir e vos revestistes do homem novo, que se renova segundo a imagem do seu Criador..."
É isso aí, meus irmãos. Mudemos as nossas atitudes em relação ao que possuímos, e sejamos pessoas novas. Homens novos e mulheres novas em relação à nossa mentalidade com relação aos bens materiais, e a nossa compaixão diante daqueles que sofrem.
Vai e faça o mesmo.

E tenha um bom e santo domingo.


José Salviano.



3 comentários:

  1. Excelente a reflexão. Vai me ajudar muito na preparação da celebração da palavra neste final de semana na comunidade.

    Julio Cezar

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  2. Eu sempre recorro ás suas reflexões antes de presidir uma celebração.É uma ferramenta muito útil àqueles que levam a palavra para sua comunidade. Abraço em Cristo.

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  3. Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos. Abraços fraternos.

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