Domingo, 14 de julho de 2019.
Evangelho de São Lucas 10,25-37.
A Liturgia desse domingo tem como tema central o amor e a
misericórdia com o próximo.
Para quem escuta ou lê o Evangelho sempre encontra a palavra AMOR.
Jesus veio trazer para nós o Reino dos Céus e nesse reino ensinado e pregado
por Jesus a lei maior é o Amor.
Na primeira carta de São João 4,20-21 lemos, “Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas odeia seu irmão, é mentiroso.
Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a
quem não vê. Temos de Deus este mandamento: o que amar a Deus ame também a seu
irmão”.
Na última ceia de Jesus Ele deu um novo mandamento: “Amai-vos uns aos outros como eu vos tenho
amado”! Porque novo? Porque para os judeus amar o próximo era amar um
outro judeu, as pessoas da sua família, os parentes, os amigos, os
conterrâneos. Só os da sua raça, os judeus, as outras pessoas, os pagãos, não.
Jesus ensina que devemos amar indistintamente todas as pessoas, não só os que
amamos, mas os inimigos, aqueles que nos fazem mal, que nos maltratam, que são
desagradáveis, intolerantes... Aos olhos de Jesus todo ser humano deve ser
amado. Por isso não é fácil seguir Jesus.
Um dia um mestre da lei querendo por Jesus a prova fez uma pergunta
para ver se conseguia colocar Jesus em apuros. Sua intenção não era aprender
alguma coisa, ser orientado e ensinado. Queria apenas discutir com Jesus e
tentar encontrar em sua doutrina algum ponto falho.
Jesus conta uma parábola para explicar que o amor para com o
próximo deve ser demonstrado por obras, gestos concretos de misericórdia, de
compaixão, como nos tem lembrado o papa Francisco. E devemos socorrer a todos
sem distinção alguma, mesmo que exista divergências entre as pessoas. Nosso
próximo é todo aquele que está necessitando de algo, nosso próximo é aquele do
qual me aproximo.
Na parábola aparecem quatro personagens, o homem que foi assaltado,
o sacerdote, o levita e o samaritano. O sacerdote e o levita conhecedores da
Lei, deviam ter sentimentos de caridade, mas demonstraram que eram duros de
coração, não socorrendo aquele que se encontrava em tão lastimável estado. O
sacerdote e o levita “veem”, mas o “ver” do Samaritano é diferente, somente
“vê” de verdade. O sacerdote e o levita chegam perto, mas não fazem nada, só
quem se “aproxima” é o samaritano porque sentiu compaixão e socorreu a pessoa
machucada.
Judeus e samaritanos eram inimigos. Essa inimizade vinha de muitos
anos atrás. Surgira por questões religiosas. Apesar disso, o bom samaritano
socorre aquele que era seu inimigo com verdadeiro amor, afeto, carinho e
generosidade.
O sacerdote estava preocupado com o culto, o levita com o discurso
ou ensinamento que iria proferir, apenas o samaritano “vê” a dor do outro, isso
nos ensina que para ser cristão é preciso passar pela dor do outro.
Nas viagens, os orientais levavam sempre óleo e vinho. Serviam para
curar feridas. O óleo é sedativo e o vinho um ótimo antisséptico. Essa mistura
de azeite e vinho era muito usada para
limpar e curar feridas, foi o que o samaritano usou. Depois de curar
suas feridas, levou o homem maltratado, machucado para uma pensão, cuidou
durante a noite e pagou para o dono da pensão cuidar até que voltasse e
completaria o pagamento se o dinheiro fosse pouco.
O samaritano agiu ao gosto de Jesus, o ponto de vista do samaritano
coincidiu com o de Jesus: próximo é todo aquele que necessita de auxílio, até
mesmo o estranho, o inimigo. Não importam as circunstâncias. O próximo deve ser
socorrido com todos os meios que temos à disposição.
A parábola que Jesus contou nos ensina quem é meu próximo. Mas quem
é meu próximo? Meu próximo é aquele de quem me aproximo. Esse é o ensinamento
de Jesus. Está perto de cada um de nós a possibilidade de ser próximo, de ter
olhos e ouvidos abertos à necessidade do outro.
Jesus não deu a resposta teórica ao mestre da Lei, mas contou um
fato e levou o mestre da Lei responder à pergunta que lhe fez. Qual dos três foi o próximo do homem
que caiu nas mãos dos assaltantes? O mestre da Lei respondeu: “Foi aquele que teve pena dele”! Jesus
falou: “Vá e faça o mesmo!”
O Samaritano lembra o próprio Deus. O samaritano pode ser uma
figura de Deus, que compadecido da miséria humana, manda seu Filho Jesus ao mundo
para participar da nossa vida, para sentir e passar por tudo o que o ser humano
passa, veio morar no meio de nós, se fez próximo de nós para nos curar e
restaurar a nossa dignidade de filho de Deus, criado à sua imagem e semelhança.
Para nos libertar de toda opressão do pecado e nos abrir o céu. Jesus é o Deus
conosco, o verdadeiro bom samaritano que cura as nossas feridas.
Que o Senhor ajuda-nos crescer a cada dia no amor ao próximo,
dai–nos um coração generoso, bom, para sermos misericordiosos com nossos irmãos
e aprender olhar nossos irmãos com os olhos de Jesus.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
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