25 Julho
2019
Lectio
Primeira leitura: Êxodo 19, 1-2.9-11.16-20
Na terceira Lua-nova depois da saída dos
filhos de Israel da terra do Egipto, naquele mesmo dia, chegaram ao deserto do
Sinai. 2Partiram de Refidim e chegaram ao deserto do Sinai e acamparam no
deserto. Israel acampou lá, diante da montanha. 9O Senhor disse a Moisés: «Eis
que Eu venho ter contigo no coração da nuvem, para que o povo oiça quando Eu
falar contigo e também acredite em ti para sempre.» E Moisés transmitiu ao
Senhor as palavras do povo. 10O Senhor disse a Moisés: «Vai ter com o povo, e fá-los
santificar hoje e amanhã; que eles lavem as suas roupas. 11Que estejam prontos
para o terceiro dia, porque no terceiro dia o Senhor descerá aos olhos de todo
o povo sobre a montanha do Sinai. 16E eis que, no terceiro dia, ao amanhecer,
houve trovões e relâmpagos e uma nuvem pesada sobre a montanha, e um som muito
forte de trombeta, e todo o povo que estava no acampamento tremia. 17Moisés fez
sair o povo do acampamento ao encontro de Deus, e colocaram-se no sopé da
montanha. 18A montanha do Sinai estava toda coberta de fumo, porque o Senhor
tinha descido sobre ela no fogo; e o seu fumo subia como o fumo de um forno, e
toda a montanha tremia muito. 19O som da trombeta era cada vez mais forte.
Moisés falava, e Deus respondia-lhe no trovão. 20O Senhor desceu sobre a
montanha do Sinai, no cimo da montanha. O Senhor chamou Moisés ao cimo da
montanha, e Moisés subiu.
O texto que hoje escutamos prepara a grande
teofania em que será concluída a aliança do Sinai. Esta aliança é um pacto de
confiança recíproca entre Deus e Israel, que supõe uma ligação especial, com
obrigações mútuas, que caracterizarão esse povo e essa fé. O acontecimento é
preparado com abundância de pormenores, que servem para realçar a majestade de
Deus, a sua absoluta soberania, o respeito que inspira, a atitude de temor e de
reverência que suscita no povo.
O Deus do Sinai é ainda um Deus que infunde temor: é preciso permanecer longe d´Ele, não se Lhe pode ver o rosto, está rodeado por trovões, relâmpagos e fogos. Todas estas imagens sublinham a transcendência de Deus, um Ser que permanece sempre para além e acima de nós, das nossas concepções e imaginações. Moisés conseguiu resistir na presença de Deus, solitário, no cimo do Sinai, depois de quarenta dias e quarenta noites de jejum.
Quão diferente é o Deus do Novo Testamento! É um Deus que revela outros aspectos da sua divindade, tais como a bondade, a graça, o perdão, a paternidade divina manifestada em Jesus.
O Deus do Sinai é ainda um Deus que infunde temor: é preciso permanecer longe d´Ele, não se Lhe pode ver o rosto, está rodeado por trovões, relâmpagos e fogos. Todas estas imagens sublinham a transcendência de Deus, um Ser que permanece sempre para além e acima de nós, das nossas concepções e imaginações. Moisés conseguiu resistir na presença de Deus, solitário, no cimo do Sinai, depois de quarenta dias e quarenta noites de jejum.
Quão diferente é o Deus do Novo Testamento! É um Deus que revela outros aspectos da sua divindade, tais como a bondade, a graça, o perdão, a paternidade divina manifestada em Jesus.
Evangelho: Mateus 13, 10-17
Naquele tempo, 10aproximando-se de Jesus, os
discípulos disseram-lhe: «Porque lhes falas em parábolas?» 11Respondendo,
disse-lhes:«A vós é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu, mas a eles não
lhes é dado. 12Pois, àquele que tem, ser-lhe-á dado e terá em abundância; mas
àquele que não tem, mesmo o que tem lhe será tirado. 13É por isso que lhes falo
em parábolas: pois vêem, sem ver, e ouvem, sem ouvir nem compreender.
14Cumpre-se neles a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas não
compreendereis; e, vendo, vereis, mas não percebereis. 15Porque o coração deste
povo tornou-se duro, e duros também os seus ouvidos; fecharam os olhos, não
fossem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e
converter-se, para Eu os curar. 16Quanto a vós, ditosos os vossos olhos, porque
vêem, e os vossos ouvidos, porque ouvem. 17Em verdade vos digo: Muitos profetas
e justos desejaram ver o que estais a ver, e não viram, e ouvir o que estais a
ouvir, e não ouviram.»
Que pretendia Jesus, ao servir-se de parábolas
que os seus ouvintes não podiam entender? Esta questão preocupava os cristãos
das primeiras comunidades, que sentiam a necessidade de explicar e interpretar
essa forma de anúncio inacessível de modo imediato e, por outro lado,
enfrentavam a oposição e o escândalo do povo eleito que, em grande parte, não
tinha acolhido o Messias. A resposta já foi apontada na parábola do semeador:
há quem esteja disponível e há quem resista à palavra de Jesus. Essa atitude
interior faz toda a diferença. Há quem se converta e atinja a bem-aventurança,
e há quem não se converta, ouvindo sem compreender e vendo sem perceber. Deus
anunciara a Isaías (6, 9s.) as dificuldades que o profeta havia de encontrar na
sua missão. Tudo isso se verificou na vida do profeta, mas, sobretudo, na vida
de Jesus e, depois d´Ele, na vida da Igreja. A Bíblia aponta a Deus como causa
primeira dos eventos, mas não é Ele que determina a docilidade ou a dureza do
coração do homem. Isso depende do próprio homem, chamado a assumir, em primeira
pessoa, a responsabilidade pelas suas opções diante da palavra que lhe é
dirigida.
Meditatio
As leituras Deus de hoje mostram-nos que Deus
tem vários modos de Se revelar e de manifestar a sua vontade. No Sinai,
manifesta-se na fúria da natureza, em «trovões e relâmpagos e uma nuvem pesada
sobre a montanha, e um som muito forte de trombeta» (v. 16). Era neste cenário
que «Moisés falava, e Deus respondia» (v. 19).
No evangelho, Jesus fala de modo muito simples e humano, uma vezes explicitamente e outras em parábolas, conforme os ouvintes. Verdadeiramente, como diz o autor da Carta aos Hebreus, «muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho» (Heb 1, 1-2). Mas, como quer que a voz de Deus se faça ouvir, é fundamental estar atentos, e acolher a Palavra com docilidade: a esses «é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu» (v. 11). Mas, os que fechas os ouvidos à Palavra, os que lhe resistem, estão condenados, porque «fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para Eu os curar», diz o Senhor. É fácil fazer ouvidos surdos ao Senhor, quando outras vozes nos agradam mais. Mas não passam de vozes, de ar em movimento!
A essência de Deus e da manifestação da sua vontade pertencem ao mundo divino, sobrenatural. Com as nossas forças, com a nossa razão, não podemos compreender ou ter uma ideia sobre a realidade divina. Precisamos da iluminação de Deus, que nos permite ver mais além do que a nossa razão humana. Vem em nossa ajuda a fé, a capacidade dada por Deus ao homem, que lhe permite acolher com humildade e reconhecimento tudo quanto Deus lhe queira revelar.
No evangelho, Jesus fala de modo muito simples e humano, uma vezes explicitamente e outras em parábolas, conforme os ouvintes. Verdadeiramente, como diz o autor da Carta aos Hebreus, «muitas vezes e de muitos modos, falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Filho» (Heb 1, 1-2). Mas, como quer que a voz de Deus se faça ouvir, é fundamental estar atentos, e acolher a Palavra com docilidade: a esses «é dado conhecer os mistérios do Reino do Céu» (v. 11). Mas, os que fechas os ouvidos à Palavra, os que lhe resistem, estão condenados, porque «fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com o coração, e converter-se, para Eu os curar», diz o Senhor. É fácil fazer ouvidos surdos ao Senhor, quando outras vozes nos agradam mais. Mas não passam de vozes, de ar em movimento!
A essência de Deus e da manifestação da sua vontade pertencem ao mundo divino, sobrenatural. Com as nossas forças, com a nossa razão, não podemos compreender ou ter uma ideia sobre a realidade divina. Precisamos da iluminação de Deus, que nos permite ver mais além do que a nossa razão humana. Vem em nossa ajuda a fé, a capacidade dada por Deus ao homem, que lhe permite acolher com humildade e reconhecimento tudo quanto Deus lhe queira revelar.
Oratio
Senhor, dai-nos a graça de sabermos ouvir e
seguir a tua voz, de reconhecer a tua luz, para que possamos usufruir da
bem-aventurança prometida: «Felizes os olhos que vêem o que estais a ver.
Porque muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o
que ouvis e não o ouviram!» (Lc 10, 23). Quão grande é, Senhor, o dom que nos
concedes na tua palavra escrita e na tua Palavra viva,
Jesus, o Verbo do Pai! Obrigado, Senhor! Obrigado! Amen.
Jesus, o Verbo do Pai! Obrigado, Senhor! Obrigado! Amen.
Contemplatio
Os Magos dão-nos uma grande lição de
docilidade e de conformidade à vontade divina. A sua docilidade mostra primeiro
que estavam habitualmente recolhidos, calmos, interiores. Estavam atentos às
luzes e às graças divinas. A estrela maravilhosa foi vista por um grande número
de pessoas, no entanto somente os três reis Magos, que merecem verdadeiramente
o nome de sábios, é que seguiram a sua direcção. Recordaram-se da predição de
Balaão: uma estrela surge de Jacob (Num 24,17). As almas agitadas, distraídas,
não compreendem os conselhos divinos. Numa água tranquila e clara, o sol pode
reflectir-se com toda a sua grandeza, beleza e brilho, pode aí fazer penetrar
os seus raios benfazejos, do mesmo modo que toda a ligeira brisa aí é sentida.
Não é assim com as águas turvas, agitadas pelo furacão, revoltas em ondas de
espuma: estas águas representam as almas agitadas pelo pecado, pelas paixões e
pelos maus hábitos. Os Magos seguem atrás de uma estrela, sem saberem aonde é
que ela os conduz; mas uma luz interior os esclarece e seguem-na docilmente.
Imitemos a sua fidelidade em seguirem as inspirações da graça. Eles acreditam
no que Deus lhes revelou, por mais misterioso e obscuro que isso lhes pareça.
Empreendem uma longa e difícil viagem. Submetem-se a grandes sacrifícios e a
grandes fadigas para irem adorar o Menino Salvador. Deus não tem necessidade
das nossas oferendas, mas ama um coração generoso e dedicado. Assim eles serão
recompensados encontrando o Menino divino e sua Mãe. (Leão Dehon, OSP 3, p.
29s.).
Actio
Repete frequentemente e vive hoje a palavra:
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e ouvir o que estais a ouvir» (Mt 13, 17).
«Muitos profetas e justos desejaram ver o que estais a ver, e ouvir o que estais a ouvir» (Mt 13, 17).
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos nós. Abraços fraternos.
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