Felizes os empregados que o senhor
encontrar acordados quando chegar.
Neste Evangelho, Jesus nos faz um apelo
à vigilância. “Que vossos rins estejam cingidos e as lâmpadas acesas”. Os orientais
usam roupas largas, precisando então, para o trabalho, amarrá-las à cintura.
Portanto, o sentido é a espera atenta e já preparado para trabalhar. Lâmpadas
acesas é a graça de Deus, na qual precisamos sempre andar, pois não sabemos o
dia nem a hora da chegada do Reino de Deus.
A redenção é comparada com uma festa de
casamento, na qual Jesus, como Deus, é o noivo e nós a noiva. Mas este
casamento (a redenção) só acontece concretamente para nós se estivermos atentos
e sempre preparados.
Na parábola, quando o senhor bate na
porta, não dá mais tempo de se preparar. O mesmo acontece conosco: quando o
Senhor Deus bater à nossa porta, não haverá mais tempo de nos prepararmos. Daí
a necessidade da vigilância constante, nas vinte e quatro horas do dia, nos sete
dias da semana, nos 365 dias do ano, sempre.
Isso não é fácil, mas compensa, porque,
se o Senhor nos encontrar preparados, a situação vai se inverter: nós seremos
os “senhores” e ele o servo nosso. “Ele mesmo vai cingir-se, fazê-los sentar-se
à mesa e, passando, os servirá”. Que coisa bonita! Mostra que Jesus não está
interessado em nada, a não ser na nossa salvação. Como ele mesmo disse: “Quem é
maior, o que está à mesa, ou aquele que serve? Não é o que está à mesa? Eu
estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).
Existem até religiões que dizem saber
quando o Senhor virá, ou quando será o fim do mundo. Mas Jesus disse várias
vezes que ninguém tem condições de saber isso. O que precisamos é atender ao
seu apelo e viver sempre preparados.
Não podemos ficar nem um minuto com a
nossa lâmpada apagada, pois a qualquer momento poderá acontecer a chegada do
Reino de Deus. O nosso encontro com Deus acontece não só na nossa morte, mas de
muitas outras formas. A vida é cheia de momentos altos, em que devemos dar um
forte testemunho. E isso acontece de repente. Por isso que os santos diziam:
“Eu temo o Senhor que passa”. Ou “Quando Jesus passar eu quero estar no meu
lugar”.
A nossa vida futura é muito mais
importante que esta, por isso precisamos pensar um pouco nela e viver sempre
preparados.
A vigilância é também atitude própria de
quem ama. É a lâmpada acesa do amor que nunca se apaga. Quantas mães, esposos e
namorados passam o dia e a noite olhando pela janela para ver se seu amado ou a
sua amada está chegando! O nosso amor a Deus vai nessa linha, e muito mais.
Havia, certa vez, uma casa bonita, mas o
quintal deixava muito a desejar. Era um terreno abandonado, maltratado,
oferecendo um aspecto desolador.
Numa manhã de feriado, o marido, sem ter
o que fazer, pensou: Já que minha esposa foi visitar seus pais, eu vou melhorar
esse quintal. Pegou a enxada, cavou fundo, revirou a terra, quebrou os torrões,
misturou com adubo... No dia seguinte, ao voltar do trabalho, traria sementes
de verduras e estaria pronta a horta.
A esposa voltou à noite e nada viu. Mas
no outro dia cedo, ao ver o terreno preparado, teve uma idéia: plantar flores.
Correu ao mercado, plantou sementes e as plantou. O marido, por sua vez,
plantou as sementes de verduras. Sem saber os planos um do outro, ficaram
esperando os resultados.
Quando as verduras começaram a pintar de
verde a terra, apareceram os pesinhos de flor. O marido pensou ser uma praga,
por isso arrancou tudo. Com igual raciocínio, a mulher arrancou as verduras. E
continuaram esperando... mas nada!
No lar em que o casal não tem diálogo
acontece isso de muitas formas diferentes, principalmente na educação dos
filhos. O que um faz o outro tira, dando tudo errado. E o prejuízo é muito
maior que perder umas sementes.
O amor matrimonial é como uma plantinha,
que deve ser regada todos os dias pela oração e pelo diálogo. Que o Senhor não
nos pegue de surpresa!
Maria Santíssima era vigilante; ela
tinha a atenção amorosa de quem se prepara para o encontro com um grande amor.
Por isso, no fim de sua vida terrena nem precisou morrer e já passou direto
para a convivência com a Santíssima Trindade, já que ela é filha de Deus Pai,
esposa de Deus Espírito Santo e mãe de Deus Filho. Vamos pedir a Maria que nos
ajude a ser vigilantes.
Felizes os empregados que o senhor
encontrar acordados quando chegar.
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