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de Novembro - Terça - Evangelho - Lc
14,15-24
Bom dia!
Esse evangelho sempre me trás algo diferente todas
as vezes que o leio. Dessa vez não teve como não associá-lo a uma canção do
Padre Fábio de Melo que é interpretada por Ele mesmo e pela Adriana chamada
Milagres. Vou tentar me fazer compreender.
Imagino o tempo do gênesis, lembro-me da fidelidade
de Noé e do motivo do dilúvio. Sabemos sim que o livro do gênesis é repleto de
tradições e da forma que o povo compreendia o mundo ao seu redor, mas o motivo
do dilúvio, mesmo perdoado por Deus, sobreviveu à enchente:
“(…) O Senhor respirou um agradável odor, e disse
em seu coração: ‘Doravante, não mais amaldiçoarei a terra por causa do homem
porque os pensamentos do seu coração são maus desde a sua juventude, e não
ferirei mais todos os seres vivos, como o fiz’“. (Gênesis 8, 21)
Deus sempre se mostrou amoroso, até mesmo no
dilúvio. Em vários momentos da história do seu povo Ele mudou um desígnio ou o
destino trágico pela fé de apenas um ou de um grupo de fieis. E assim foi com
Noé.
Imagino construir uma arca de cerca de 130 metros,
três andares, (…). Creio eu que na construção ele só pode contar com os seus.
Tamanha obra dependeria de muitos braços fortes, mas como no evangelho do
banquete, cada um a sua maneira e motivo, pôs-se a se desculpar. Esses “santos”
homens e mulheres, que as vezes nos remetem a nós mesmos, cheios de
atribuições, sem tempo, acabam não sendo convidados ao banquete sendo assim
distribuído àqueles em que Jesus encontrar disposição.
O Senhor nunca pediu que tivéssemos que nos
sobrecarregar de tarefas e assim abandonar aqueles que dependem de nós
(família, trabalho, estudo), mas que optássemos pelo que AGORA Ele nos chama.
Quantos eu conheço que “constroem arcas” todos os dias enquanto outros tantos
só olham? Esposas ou esposos que “levam nas costas” seu casamento, a educação
dos filhos, as finanças, (…) enquanto o (a) outro (a) apenas olha; comunidades
que descarregam sobre poucos a atribuição de muitos… (hunf)
Mas há na minha opinião uma classe de “santos” que
são terríveis. Aqueles cuja a “santidade” de vida já lhes concedeu o céu.
Deixo claro que esse equívoco não é exclusividade de católicos. São aqueles que
não ajudam a comunidade, a igreja, (…) se enfiam em suas pastorais e movimentos
e fogem de toda a responsabilidade sobre a igreja. São aqueles que vivem uma
doutrina particular chamada “só olho pra frente”. Enchem Deus de pedidos, mas
ao ser chamado para o banquete, correm.
Daí surgiu a lembrança da música que citei acima em
especial um trecho que diz assim:
“(…) Quem faz da santidade uma vaidade
possivelmente já esqueceu Que muitas prostitutas nos precedem na entrada do
reino dos céus. Eu me recordo de Jesus do jeito como olhava os pecadores e me
surpreendo ao vê-lo assim tão frágil lhes pedindo alguns favores”. (Milagres –
Padre Fábio de Melo)
Não estou aqui a apontar ninguém, mas a perguntar:
O que Deus hoje (AGORA) lhe chama a fazer?
Se temos coordenadores, políticos e representantes
que temos é porque não nos dispusemos a assumir o chamado do banquete e por que
também eles, bons ou ruins, aptos ou não, aceitaram a missão de construir a
arca. Se desvirtuam ou desvirtuaram do caminho, como fizeram Salomão, Davi,
(…), ai já são outros quinhentos, pois terão que se resolver com quem os
convidou. É claro que não justifica, mas creio eu que pelo menos eles
dispuseram. E nós?
Um imenso abraço fraterno.
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