9 de Novembro-DOMINGO- Evangelho - Jo 2,13-22
No evangelho de João percebe-se uma exaltação dos
samaritanos e uma censura aos judeus. Assim, por um lado, temos a narrativa do
diálogo de Jesus com a mulher samaritana, em pleno dia, à beira do poço, que
termina com todo os moradores desta região da Samaria vindo aclamar Jesus,
professando nele sua fé. Por outro lado, Nicodemos, um dos chefes dos fariseus,
vem conversar com Jesus, ocultando-se na penumbra da noite, e não entende a sua
mensagem. O evangelho de hoje menciona que estava próxima a Páscoa “dos
judeus”, dando a entender que Jesus se distancia do sistema religioso que a
promove, sediado em Jerusalém. Nesta primeira viagem de Jesus a Jerusalém o
destaque é a perda de sentido do Templo. Em vez de lugar de oração, o Templo
tornou-se um lugar de comércio e exploração do povo piedoso. A situação não era
nova, pois o profeta Jeremias, muito tempo antes, já fizera tal denúncia (Jr
7,11). O culto no Templo, com o acesso de multidões de peregrinos durante o
ano, era fonte de riqueza para o comércio em Jerusalém e, principalmente para a
casta religiosa, que recolhia imensos valores como dízimos, ofertas, e
sacrifícios dos fieis. O Templo, desde sua primeira construção por Salomão,
tinha um anexo, o Tesouro (ou Gazofilácio), onde eram acumuladas estas riquezas.
Com Jesus a presença de Deus não está no Templo, mas sim no próprio Jesus e em
cada membro da comunidade (segunda leitura) que vive o serviço e a partilha,
com amor e misericórdia.
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