24
de Outubro - Sexta - Evangelho -
Lc 12,54-59
Neste
Evangelho, Jesus nos chama a atenção para uma incoerência nossa, que é fruto do
pecado: Somos avançados no conhecimento das ciências naturais, e muito
atrasados no conhecimento das coisas mais importantes, como Deus, a justiça, o
amor e o Evangelho.
Essa
advertência vale de modo especial hoje, em que a humanidade cresceu muito no
conhecimento das ciências naturais, e parece que até regrediu no conhecimento
dos valores indispensáveis à nossa felicidade.
A
parábola da caminhada com o adversário para o magistrado reforça a necessidade
de andarmos sempre com as contas em dia com Deus, pois quando estivermos diante
do Juiz, que é Cristo, não haverá mais tempo de corrigirmos os nossos erros, ou
de pedir perdão a Deus.
As
pessoas conhecem o tempo cronológico, mas não procuram conhecer o tempo da
graça. Vivem pesquisando a natureza, a fim de utilizá-la, mas não conhecem o
Autor da natureza, e a passagem dele pela nossa vida.
Em
resumo, as pessoas aprofundam-se na ciência, mas não na sabedoria. A ciência
não envolve a vida humana no seu conjunto, que tem duas partes: a terrena e a
eterna.
“Não
dizeis vós: Ainda quatro meses e aí vem a colheita? Pois eu vos digo: Levantai
os olhos e vede os campos, como estão dourados, prontos para a colheita!” (Jo
4,35-36). Estão aí as duas realidades: a simples ciência e a sabedoria.
Sinais
claros desse pecado do homem moderno: Doutores procurando cartomante. Pessoas
letradas valorizando o “ter” e se esquecendo do “ser”. Pais que colocam os
filhos, fora do horário escolar, em cursos caros, mas que ensinam coisas
fúteis, e se esquecem da catequese. Pessoas que se dizem católicas, mas
desprezam os mandamentos de Deus e da Igreja, como a indissolubilidade do
matrimônio e o respeito à vida intra-uterina. Combate à AIDS com propagandas
dispendiosas, mas sem citar o principal, que é o uso do sexo conforme o plano
de Deus. A multiplicação de seitas, sendo que está tão claro nos Evangelhos que
Jesus fundou uma Igreja só e deu as chaves do Céu para S. Pedro.
“Estou
ciente de que o bem não habita em mim, isto é, na minha carne. Pois querer o bem
está ao meu alcance, não, porém, realizá-lo. Não faço o bem que quero, mas faço
o mal que não quero” (Rm 8,18-19). Se temos alguma conta a acertar com Deus,
vamos fazê-lo logo, porque amanhã poderá ser tarde!
Cristo
nos deixou todos os meios para vencermos o mal e fazermos o bem: a oração, o
sacramento da confissão, a Eucaristia, a vida em Comunidade, a leitura da
Bíblia...
Certa
vez, um homem estava construindo uma casa. Passou alguém e lhe perguntou: “Por
que você está construindo esta casa?” “Para eu morar!” respondeu ele. “E para
que você vive?” perguntou o outro. O homem pensou um pouco, depois disse:
“Desculpe-me, mas não sei responder”.
Nós
sabemos para que fazemos as coisas do dia-a-dia, mas não pensamos no principal:
para que vivemos!
Certa
vez um padre, que era novo na Paróquia, viu um menino passar correndo na rua em
frente à igreja. Estranhou aquilo e saiu para ver. O garoto correu uns três
quarteirões e voltou correndo para trás.
Ao
passar em frente à igreja, o padre o chamou, mas ele não atendeu, e foi
correndo no sentido contrário, mais três quarteirões. E voltou novamente.
Ao
passar em frente à igreja, o padre correu atrás dele, segurou-o pela mão, firme
mas carinhosamente, e lhe perguntou: “Menino, de onde você vem?” Ele respondeu:
“Não sei!” “Para onde você vai?” “Não sei!” “Quem é você?” “Não sei!” “O que
você está fazendo, por que você está correndo assim, pra lá e pra cá?” “Não
sei!”
Um
senhor que morava em frente à igreja viu a cena e disse para o padre: “Senhor
padre, esse menino é bobo!”
Que
nós não sejamos bobos, aprofundando-nos nas ciências da terra, correndo pra lá
e pra cá, mas sem nos preocupar em responder as perguntas fundamentais da nossa
vida, que são aquelas que o padre fez ao menino!
As
poucas palavras de Maria Santíssima que a Bíblia nos trouxe mostram que ela
entendia muito das coisas de Deus e do sentido profundo da vida. Que ela nos
ajude a dedicarmos os nossos talentos às coisas mais importantes.
Vós
interpretais a terra... Como não sabeis o que é justo?
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