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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

-DAI A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR- José Salviano

29º DOMINGO TEMPO COMUM

Evangelho - Mt 22,15-21

19 de Outubro de 2014
Ano A
Dai César o que é de César- José Salviano

Os fariseus prepararam um plano fatal, um golpe mortal,  segundo eles, infalível para pegar Jesus de surpresa. Primeiro eles colocaram Jesus lá em cima, ou seja, com muita falsidade, fizeram uma porção de elogios ao Mestre. Em seguida, deram o golpe letal: É lícito ou não pagar imposto a César?
Para eles, Jesus estaria finalmente acabado. Pois qualquer resposta que Ele desse, cairia em uma armadilha sem saída.  Só que eles se esqueceram ou não  sabiam que Jesus tinha plenos poderes no Céu e na Terra. Não estavam contando com a sua divindade, sua onisciência, ou seja, o seu poder de ver o que se passava pelas suas cabeças naquele momento. E sem nenhum temor, Jesus reage dizendo a verdade sobre o que estava acontecendo ali. “Hipócritas!Por que me preparais uma armadilha?”
          Meus irmãos, a liturgia deste domingo é bastante atual, pois se refere a duas realidades opostas:  Dar a César o que dele e a Deus o que é de Deus. Ora, tudo o que temos nos veio de Deus, pela sua graça, sua generosidade e seu poder.  Na verdade, quando ofertamos algo a Deus, só estamos devolvendo um pouco do que Ele nos deu. É como o filho que compra um presente para o seu pai com o dinheiro que o pai lhe deu dias atrás. 
Pagamos aos césares dos tempos atuais o imposto devido e indevido, cujo retorno em benefício da sociedade pagante, nem sempre é  correspondente ao que deveria ser.
Ao nosso Deus colaboramos com o que podemos principalmente na hora da coleta. Confesso que já vi ao passar a cesta da coleta, pessoas de posses dar apenas algumas moedinhas, com a maior “cara de pau”.  Assim como também já vi pessoas de poucos recursos, que deram muito mais do que aqueles que possuem muito mais do que se pensa.
O imperador romano explorava o povo da Palestina com vários impostos.  Nós também pagamos vários impostos, como o IR, imposto de renda, o ICM, imposto de circulação de mercadoria, o IPI, imposto de produção industrial... Pagamos imposto e não temos uma educação de primeiro mudo, com ensino profissionalizante, que proporciona aos nossos jovens participar da produção da nossa indústria, para não ter de importar produtos manufaturados do outro lado do mudo. Pagamos imposto e não temos uma boa assistência  médico-hospitalar que satisfaça às nossas necessidades, pagamos impostos e não temos uma saúde preventiva, mas sim, curativa e mercenária. Pagamos impostos e não temos uma infra-estrutura de saneamento básico para todos os cidadãos de modo que aqueles que vivem nas favelas e nas periferias, sofrem problemas de saúde pois são infectados constantemente pelo esgoto a céu aberto.   Pagamos impostos e nossos filhos não têm uma educação para a vida, que lhes mostre a importância da escala de valores, de modo que quando crescerem não precisem usar da corrupção para vencer na vida.  Pagamos impostos e não temos a segurança que todos precisam para viver uma vida tranqüila.
O Evangelho de hoje aborda um tema e muita controvérsia, ou seja, política e religião. Sabemos que muitos “religiosos” de outras religiões, se candidatam aos cargos políticos pensando que vão aumentar a expansão da sua igreja, mas não é por aí. Pois para expandir da palavra de Deus é necessário que os seus missionários sejam justos. E como vemos na internet e nos noticiários, muitos desses tais políticos advindos de certas religiões, estão envolvidos em escândalos de corrupção. O melhor mesmo é que os catequistas de Deus não se envolvam na carreira política. Porque mesmo que seja honesto, é praticamente impossível resistir à tentação de botar a mão no dinheiro público. O justo que entrar para a política está correndo o grande risco de não poder mais continuar sendo justo. Infelizmente essa é a grande verdade que vemos na mídia. 
Refletindo mais profundamente sobre o tema da liturgia de Hoje, é hora de nos perguntar: O que estamos devendo a Deus? Resposta: Tudo!  Pois como já dissemos, tudo nos veio de Deus.  Principalmente a nossa vida. É preciso, pois devolver a Deus pelo menos uma parte de tudo o que Ele generosamente nos concedeu. Devolver ou ofertar alguns momentos da nossa vida diária em oração, o tempo não gasto, mais sim, investido na Santa Missa, (tem gente que não vê a hora da missa terminar). Uma parte do dinheiro que Deus nos deu, um pouco da energia da nossa juventude também deve ser direcionada a Deus na construção do seu Reino na Terra, etc. Assim, meus irmãos e minhas irmãs, doação de vida a Deus e ao seu Reino que também é nosso, não é coisa somente de sacerdotes e freiras. Mas sim, de todos nós. Se o mundo está do jeito que está, é porque só estamos preocupados em investir na nossa própria vida terrena, só estamos empenhados em usar os recursos (saúde, inteligência, dinheiro) que nos foi dado por Deus, para construir uma existência confortável, como se fôssemos viver aqui para sempre. É aí que nos enganamos, é aí que como cegos não enxergamos o outro lado da vida que é duradoura ou eterna, para a qual precisamos dar tudo o que podemos para merecê-la um dia.
E aos Césares do mundo atual o que estamos devendo? A primeira vista, não estamos devendo nada, mas sim, eles é quem estão nos devendo em obras, atendimento, infra-estrutura, (saúde, educação, segurança), numa devolução do dinheiro do imposto que pagamos. E ai de nós se não pagarmos, pois se tem uma coisa que funciona da nossa sociedade política, é ação pente fino “do leão” do Imposto de Renda. Nenhum cidadão trabalhador consegue escapar dela.
Na PRIMEIRA LEITURA, nós vemos que até aqueles que não têm fé, podem ter as suas ações dirigidas por Deus, em colaboração com o seu projeto de salvação da humanidade.
          Na SEGUNDA LEITURA, vemos que o corajoso Paulo e os tessalonicenses são fiéis na difusão do evangelho de forma destemida e dedicada. Pois a força de Deus estava com eles. Era a Igreja nascente que mesmo sofrendo perseguições, continuava firme a sua missão. Era Deus se servindo até de situações adversas para realizar na Terra o seu Plano de salvação, porque para Deus nada é impossível.
Portanto, só nos resta seguir  e imitar a coragem e a dedicação de Paulo na construção de um mundo melhor, menos injusto e com menos corrupção.

Coragem! Deus está com você.

Bom domingo.   José Salviano.


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