25 de Outubro - Evangelho - Lc 13,1-9
Este Evangelho traz hoje uma realidade de
nossa fé, que é escatológica. Esca… O quê? “Escatológica” significa a realidade
dos fins dos tempos, da segunda vinda de Jesus, do julgamento final, da vida
depois da morte e da ressurreição da carne.
A Escatologia pode ser definida como um termo
moderno que indica a parte da teologia que considera as fases ‘finais’ ou
‘extremas’ da vida humana ou do mundo: morte, juízo universal, pena ou castigo
extraterrenos e fim do mundo. Os filósofos usam às vezes esse termo para
indicar a consideração dos estágios finais do mundo ou do gênero humano
(ABBAGNANO, Nicola, Dicionário de Filosofia, 1999).
Interpretando dois fatos de crônicas, Jesus desenvolve outra das
exigências da vida cristã na espera escatológica: fazer penitência e emendar-se
do mal feito, ou seja, um apelo à conversão. Lucas é o evangelista que enfatiza
o amor e a misericórdia de Deus. Jesus aparece várias vezes exercendo o amor e
a misericórdia neste Evangelho.
Nestes dois fatos Jesus lê os sinais dos tempos: a morte pode
chegar de improviso, assim também como a segunda vinda de Jesus – disso Ele
mesmo falou algumas vezes.
Esta “tensão” espiritual ocorre de maneira muito positiva. Podemos
comparar com a tensão necessária e indispensável que precisa ter a corda de um
violão, para que nenhuma nota comprometa toda a música ou peça que precisa ser
tocada. Essa é a tensão espiritual que precisamos viver em nossa vida, sempre
esperando o Senhor que vai chegar… Ou eu que posso ir ao encontro do Senhor!
Entendeu?
De igual modo, o chamado e o juízo de Deus podem dar-se quando
menos esperarmos. Daí a lição clara: converter-se e fazer penitencia para não
ser surpreendido por acontecimentos decisivos.
Também a parábola da figueira estéril é um convite preciso a não
viver uma existência vazia, porém, frutificar e enriquecer-se para o dia
chamado “do Senhor”. A paciência de Deus, que sabe esperar que o homem se
converta e frutifique, impele-nos a dar valor ao dom da vida.
A realidade da morte – sempre possível – não é um “espantalho”, mas
o mais instante e seguro sinal dos tempos que cada homem deve saber
interpretar. Pensando na morte e nos preparando para ela (pois acreditamos na
vida eterna) encontramos forças para resistir ao mal e praticar o bem.
E Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira
plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse
ao vinhateiro: ‘Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e
nada encontro. Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra? ’ Ele, porém,
respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e
colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a
cortarás’” (cf. Lc
13,6-9).
Eu e você somos esta figueira que Deus tem plantado em meio a Sua
grande vinha. Já pensou porque numa plantação de vinha alguém teria uma única
figueira? Será que esta figueira seria particular, dele, para que ele
desfrutasse dos figos desta figueira? Ou seja: os cristãos devem, como
escolhidos por Deus, ser santos, diferentes e exemplos no mundo, que é a grande
plantação de vinha.
Nós somos a “figueira” que o Senhor escolheu
para dar frutos a Ele. Lembre-se desta Palavra: “Eu não rogo que os tires do
mundo, mas que os guardes do maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do
mundo. Consagra-os pela verdade: a tua palavra é a verdade. Assim como tu me
enviaste ao mundo, eu também os enviei ao mundo” (cf. Jo 17,15-18).
Nesta semana, a Liturgia da Palavra nos chamou à vigilância. Hoje,
completa chamando-nos à conversão.
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