21 Junho
2020
Sábado a
seguir ao segundo Domingo depois do Pentecostes
A devoção
ao Imaculado Coração de Maria é conhecida desde o século XVII, juntamente com a
devoção ao Coração de Jesus. Depois das Aparições de Nossa Senhora em Fátima,
teve grande incremento. Os dois Corações, de Jesus e de Maria, são
inseparáveis: onde está Um também está o Outro. Jesus é o Redentor da
Humanidade e Maria, a Mãe Corredentora. No dia 13 de Outubro de 1942, em plena
Segunda Guerra mundial, o papa Pio XII, correspondendo ao desejo da Senhora
manifestado em Fátima, consagrou o mundo ao seu Imaculado Coração.
Lectio
Primeira
leitura: Isaías 61, 9-11
A descendência
do povo de Deus será célebre entre as nações, e a sua posteridade entre os
povos. Todos os que os virem hão-de reconhecê-los como a linhagem abençoada
pelo Senhor. 10Rejubilo de alegria no Senhor, e o meu espírito exulta no meu
Deus, porque me revestiu com as vestes da salvação e me envolveu num manto de
triunfo. Como um noivo que cinge a fronte com o diadema, e como uma noiva que
se adorna com as suas jóias. 11Porque, assim como a terra faz nascer as
plantas, e o jardim faz brotar as sementes, assim o Senhor Deus faz germinar a
justiça e o louvor diante de todas as nações.
O nosso
texto é a terceira parte de Is. 61. Reflete a mesma situação histórica: o
cativeiro em Babilónia e a libertação. Mas o profeta vê mais longe. O dia da
vingança e o ano da misericórdia não trazem a felicidade definitiva, mas
apontam para os tempos escatológicos em que os sinais de tristeza e de aflição
serão transformados em unguento e coroa de felicidade e glória. Lucas conta-nos
que Jesus aplicou a si mesmo as palavras do profeta. Cristo inaugurou a era
messiânica. A presença do Espírito sobre ele, no momento do Batismo, foi como
que a sua consagração para a obra salvífica a que estava destinado. A Igreja
prolonga na história a função messiânica de Jesus. A Mãe de Jesus teve e tem
uma missão muito especial nessa função. E aquilo que Deus quer realizar em
todos já aconteceu em Maria, Mãe do Senhor e sua colaboradora íntima. A obra do
Messias já se completou nela, elevada ao Céu em corpo e alma, e sentada ao lado
de Cristo, coroada de glória.
Evangelho:
Lucas 2, 41-51
Os pais de
Jesus iam todos os anos a Jerusalém, pela festa da Páscoa. 42Quando Ele chegou
aos doze anos, subiram até lá, segundo o costume da festa. 43Terminados esses
dias, regressaram a casa e o menino ficou em Jerusalém, sem que os pais o
soubessem. 44Pensando que Ele se encontrava na caravana, fizeram um dia de
viagem e começaram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. 45Não o tendo
encontrado, voltaram a Jerusalém, à sua procura. 46Três dias depois, encontraram-no
no templo, sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas.
47Todos quantos o ouviam, estavam estupefactos com a sua inteligência e as suas
respostas. 48Ao vê-lo, ficaram assombrados e sua mãe disse-lhe: «Filho, porque
nos fizeste isto? Olha que teu pai e eu andávamos aflitos à tua procura!» 49Ele
respondeu-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de
meu Pai?» 50Mas eles não compreenderam as palavras que lhes disse. 51Depois
desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso. Sua mãe guardava todas
estas coisas no seu coração.
Jesus, que
vem de Deus, deve ocupar-se das coisas do seu Pai. A sua sabedoria não lhe vem
dos mestres da terra, mas de Deus. É por isso que, com 12 anos apenas, pode
dialogar com os doutores do seu povo, estando na casa de Deus, seu Pai
verdadeiro. Os seus pais, José e Maria, procuram-no angustiados. Jesus, porém,
transcende-os; deve ocupar-se das coisas do seu Pai e eles não entendem. A
presença de Deus em Jesus ultrapassa todas as hipóteses de compreensão dos
homens. Impunha-se uma cisão: Maria e José não são donos de Jesus. Ele tem um
Pai que O chama a realizar um projeto que eles não podiam, por ora,
compreender. Nascendo numa família humana, Jesus provém da profundidade do mistério
de Deus e, por isso, transcende-a. Daí a dificuldade dos pais em compreender e
conviver com Jesus, à medida que vai crescendo, como sugere Lucas (2, 35).
Meditatio
O Coração
de Maria é o refúgio dos pecadores. Deus quis muito particularmente fazer de Maria
a esperança e a salvação dos pecadores. Os Padres da Igreja não se calam sobre
este privilégio de Maria. A Idade Média, muito ávida de símbolos, comparou
Maria ao astro da noite, porque ilumina o pecador, que caminha na noite dos
seus pecados. «O sol, criado para brilhar durante o dia, é, diz o cardeal Hugo,
a figura de Jesus, cuja luz alegra os justos que vivem no grande dia da graça
divina; a lua, criada para luzir durante a noite, é a figura de Maria, cuja luz
ilumina os pecadores, mergulhados na noite do pecado». - «Se alguém, diz
Inocêncio III, se encontra miseravelmente empenhado na noite do pecado, levante
os olhos para o astro da noite, que invoque Maria!». «A divina misericórdia,
diz João Eudes, reina tão perfeitamente no Coração de Maria, que lhe faz levar
o nome de Rainha e de Mãe de misericórdia. Ganhou de tal modo o coração da
divina misericórdia, que lhe deu as chaves de todos os seus tesouros, e
tornou-a absolutamente senhora». Recusará ela a sua ajuda aos pecadores, ela
que durante a sua vida ofereceu o seu divino Filho por eles, no Templo e no
Calvário?
O Coração de Maria é saúde dos enfermos. Maria é só bondade e, assim pode esperar-se tudo da generosidade do seu Coração, a cura dos corpos como a das almas. Muitas vezes os seus benefícios revestem o brilho de um milagre, como acontece em Lourdes e em tantos outros santuários... Toda a história testemunha a misericórdia de Maria. Invocam-na na doença, no sofrimento, na provação, e os ex-votos dos nossos santuários dizem quando ela é prestável. "Maria, diz S. João Crisóstomo, é um oceano de misericórdia".
O Coração de Maria é a esperança de todos os aflitos. A divina Providência tinha reservado este papel a Maria. Foi figurada por Ester e Judite que salvaram o povo de Deus. Por toda a parte os fiéis, confiantes e reconhecidos, ergueram-lhe santuários sob os títulos graciosos de Nossa Senhora do Bom Socorro, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Maria Auxiliadora, Maria Consoladora dos aflitos. Preludiou na sua vida mortal este ministério de misericórdia, ao correr para assistir a sua prima Isabel, ao ajudar os esposos de Caná, ao assumir o encargo de prestar a S. João os seus cuidados maternais, depois da morte do Salvador. Em Caná, é a protetora das famílias. Adotando S. João, assume a tutela e o cuidado do sacerdócio e da Igreja, representados por S. João ao pé da cruz... A Igreja canta em sua honra este hino de confiança: «Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida e doçura, esperança nossa!» (Leão Dehon, OSP 3, 670s.).
O Coração de Maria é saúde dos enfermos. Maria é só bondade e, assim pode esperar-se tudo da generosidade do seu Coração, a cura dos corpos como a das almas. Muitas vezes os seus benefícios revestem o brilho de um milagre, como acontece em Lourdes e em tantos outros santuários... Toda a história testemunha a misericórdia de Maria. Invocam-na na doença, no sofrimento, na provação, e os ex-votos dos nossos santuários dizem quando ela é prestável. "Maria, diz S. João Crisóstomo, é um oceano de misericórdia".
O Coração de Maria é a esperança de todos os aflitos. A divina Providência tinha reservado este papel a Maria. Foi figurada por Ester e Judite que salvaram o povo de Deus. Por toda a parte os fiéis, confiantes e reconhecidos, ergueram-lhe santuários sob os títulos graciosos de Nossa Senhora do Bom Socorro, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Maria Auxiliadora, Maria Consoladora dos aflitos. Preludiou na sua vida mortal este ministério de misericórdia, ao correr para assistir a sua prima Isabel, ao ajudar os esposos de Caná, ao assumir o encargo de prestar a S. João os seus cuidados maternais, depois da morte do Salvador. Em Caná, é a protetora das famílias. Adotando S. João, assume a tutela e o cuidado do sacerdócio e da Igreja, representados por S. João ao pé da cruz... A Igreja canta em sua honra este hino de confiança: «Salve, Rainha, Mãe de misericórdia, vida e doçura, esperança nossa!» (Leão Dehon, OSP 3, 670s.).
Oratio
Ó minha
celeste Rainha, ó minha divina Mãe, vivei e reinai no meu coração, para aí
fazerdes viver e reinar o Coração de Jesus. Aniquilai no meu coração tudo o que
pode desagradar ao vosso divino Filho. Estabelecei nele o soberano império do
seu Coração e do vosso, para que estes dois corações, tão estreitamente unidos,
nele reinem soberana e eternamente para o puro amor de Deus e para a sua maior
glória. Ámen. (Leão Dehon, OSP 3, p. 510).
Contemplatio
A obra da
transformação do nosso coração no de Jesus e de Maria ultrapassa
incomparavelmente todas as forças humanas. Nós devemos, para o conseguirmos,
implorar com humildade e fervor o socorro da graça divina. Entreguemo-nos ao
poder do Pai e à graça do Espírito Santo, diz-nos o S. João Eudes, e peçamos ao
Coração adorável de Jesus para se unir ao nosso. E comenta neste espírito a
conhecida oração: «Ó Jesus, que viveis em Maria». - «Ó Coração sagrado, viveis
e reinais perfeitamente no Coração da vossa divina Mãe, sois tudo e tudo
operais nela; sois a sua vida, o seu coração, o seu espírito, o seu
tesouro...Mas, ó amabilíssimo Coração, tendes também um desejo imenso de viver
e de reinar no coração dos vossos filhos, e de lhes fazer viver convosco uma
vida santa e celeste. Perdoai-me todos os obstáculos que pus até agora ao cumprimento
desse desejo, pelos meus pecados e pelas minhas infidelidades sem número... De
novo me dou e me entrego todo a vós, e não quero mais respirar senão para
trabalhar sem cessar para fazer com que vivais e reinais na minha alma e em
todas as almas que vos aprouver confiar-me. Quero aplicar nisso todos os meus
pensamentos, todas as minhas palavras e todas as minhas obras». (Leão Dehon,
OSP 3, p. 522s).
Actio
Repete
muitas vezes e vive hoje a palavra:
"Viva o Coração de Jesus,
pelo Coração de Maria!" (Exclamação usada entre os Dehonianos).
"Viva o Coração de Jesus,
pelo Coração de Maria!" (Exclamação usada entre os Dehonianos).
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Imaculado Coração da Virgem Santa Maria (Sábado a seguir ao segundo Domingo depois do Pentecostes)
Imaculado Coração da Virgem Santa Maria (Sábado a seguir ao segundo Domingo depois do Pentecostes)
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