16 de Maio-2020
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terça-feira, 12 de maio de 2020
-FAZER DO SOFRIMENTO UMA ORAÇÃO-José Salviano.
Evangelho Jo 15,18-21
O mundo nos convida, nos vende,
uma vida de conforto, de menor esforço, nada de sacrifícios, nada de
negação de si mesmo, principalmente dos instintos.
E esta vida de menor esforço e de muito conforto, tem sérios efeitos colaterais. Ela nos
atrofia de forma cada vez mais
gradativa, de tal modo que nos sentimos
cada vez mais frágeis, sem forças para levantar do sofá, da cadeira, da cama, e
ir fazer as coisas pequenas que temos de fazer diariamente.
Jesus não enganou os seus discípulos, prometendo-lhes uma vida confortável sem nenhum sofrimento.
Ele deixou bem claro que se o perseguiram, também os seus seguidores poderiam
ser perseguidos.
Contudo, Ele prometeu estar conosco até o fim dos tempos. Ele nos
prometeu estar sempre do nosso lado para o que der e vier. Confiemos, pois na
proteção e na ajuda do Pai que nunca nos
abandonará.
O sofrimento é bom. Ele nos fortalece, nos purifica, nos faz ficar mais preparados, nos
leva a descobrir novos meios de cura, de
sobrevivência. Enfim, o sofrimento nos fortalece para a caminhada terrestre.
Em um avião havia pessoas de
várias origens. Pessoas ricas, pessoas da classe média, pessoas
crentes, e pessoas totalmente descrentes, pessoas completamente acostumadas ao conforto e a
lei do mínimo esforço.
Dentre eles, estava um veterano de guerra, que já havia sobrevivido aos mais cruéis perigos em
sua experiência quase mortal.
Dentre aqueles atrofiados pela tecnologia, pelo controle remoto,
pelo chuveiro quente, pela comida
preparada por outros, etc, havia um jovem cheio de saúde, forte, porém,
sem nenhuma experiência diante de
qualquer dificuldades desta vida
terrena.
E eis que o referido avião
caiu em uma área não
habitada da América do Sul,
próximo ao mar.
Gritos, desespero, uns ajudando, socorrendo os outros,
pegando os feridos, momento de grande desespero, sem nenhuma palavra
voltada para Deus Pai...
E depois daquele primeiro
momento de pânico, muitos sem
querer acreditar no que estava acontecendo, aquele homem experiente, que
socorreu muitos deles, simplesmente estava sentado no chão, com os
olhos fechados, ele estava rezando a Deus. Ele agradecia por estar vivo, por estar em um lugar que com certeza
havia meios de sobrevivência, haviam
frutas, raízes, água, animais para ser
caçados, enfim nem tudo estava perdido.
Já todos os demais, se
achavam completamente arrasados,
derrotados, em seus últimos momentos de vida...
E foi assim, ao longo daquela temporada de sobrevivência no meio
natural, automaticamente aquele
sobrevivente da guerra tornou-se o líder e ajudou a todos a sobreviverem ao pânico, a
fome, ao desespero, ensinando-os a
buscar comida, água, a curar as feridas, e acima de tudo a superar o sofrimento causado por
aquela aventura a qual todos chamavam de grande tragédia, de
terrível desgraça!
Diante de tantos choros e reclamações, aquele homem ajudava e acalmava a todos com seriedade, e às vezes
com um breve sorriso amigável no seu
rosto.
E aquele outro jovem atleta
“preparado” na academia, porém despreparado para sobreviver naquela experiência desafiadora?
Toda a sua arrogância de super-homem havia se transformado em pó, em cinzas, e
ele se sentia completamente
fracassado, com muita vergonha da sua namorada que idolatrava os seus músculos e sua força de
gigante!
Para nada, hombre! Toda
aquela força, de nada servia diante
daquela nova realidade vital, pois o seu cérebro, estava mesmo era
acostumado ao conforto como todos os demais sobreviventes, com exceção do soldado.
Na verdade, com toda a sua força, naqueles dias ele se sentia o
mais fraco dos homens. E decidiu se juntar ao soldado para ajudar no que fosse
preciso, no objetivo de manter vivos a todos, e providenciar um possível
resgate.
Final desta história, baseada em fatos reais. Um outro jovem técnico
em eletrônica conseguiu recuperar o rádio do avião, e se comunicou
com a cidade mais próxima dali, e
conseguiram depois de 8 dias de turismo com muito sofrimento a serem resgatados e salvos por helicópteros e barcos da força aérea.
Ao chegarem em suas casas, aquelas pessoas já não estavam mais em
desespero, nem traumatizadas, porém orgulhosas por terem sobrevivido, por terem
aprendido que o orgulho não vale nada, e que o sofrimento nos faz crescer, nos fortalece, nos prepara para enfrentar dificuldades maiores ao longo
desta vida terrena.
O sofrimento é bom, principalmente
quando nós o transformamos em uma oração. Quando nós o oferecemos ao Pai pelos
nossos pecados. Quando dizemos em pleno desespero: Pai, seja feita a vossa
vontade!
Quando no meio da tempestade de areia, pedimos com fé e devoção, o
socorro de Deus, em nome de Jesus Cristo.
Aquele veterano de guerra foi um exemplo disso. Ele enfrentou tudo
com toda calma, e acalmou os que estavam
em pânico, em desespero, e contribuiu para que todos sobrevivessem até a
chegada do resgate.
Transforme você também, o seu sofrimento em uma oração!
Fica com Deus, José Salviano
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