Domingo, 31 de maio de 2020.
Evangelho de São João 20,19-23.
Na liturgia de hoje celebramos a Solenidade de Pentecostes, na qual
Jesus cumpriu a promessa aos seus discípulos de não deixá-los órfãos, sozinhos:
“Eu enviarei sobre vós aquele que meu Pai prometeu” (Lc 24, 49), o Espírito
Santo. Celebramos também a festa do Início da Igreja missionária, os discípulos
pela força do Espírito são enviados à missão. O Espírito impulsionou-os a abrir
as portas, a sair, ir a lugares distantes, desconhecidos, a arriscar-se em
favor do Evangelho. Somos convidados a nos alegrar e assumir a
mesma missão de Jesus.
Jesus aparece aos apóstolos, fechados no cenáculo, na tarde do
domingo, no dia da ressurreição. Com a ressurreição de Jesus começa um novo
tempo inaugurado pela vitória de Jesus
sobre a morte. Os apóstolos estavam reunidos em comunidade, mas estão de
portas fechadas, porque estão com medo dos judeus, medo de serem perseguidos
por serem discípulos de Jesus, estão inseguros. Jesus aparece vivo entre eles e saúda os apóstolos
como os judeus costumam saudar, usa as mesmas palavras que dissera antes de
morrer: “Desejo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo14,27). O primeiro fruto da
morte redentora do Senhor foi trazer a paz aos corações aflitos, angustiados
dos seus discípulos. Jesus transmite a grande mensagem pascal. O Senhor é o
Deus da Paz. A paz de Jesus preenche o coração dos seus discípulos e produz paz
mesmo entre as maiores aflições.
A reação dos discípulos reunidos em comunidade ao ver Cristo
ressuscitado é de alegria. Alegria que ninguém poderá tirar. Aquela
pequena comunidade se torna fortalecida e sente que está pronta para a missão que Jesus recebeu do Pai e
passa agora para seus discípulos: Jesus diz: “Como o Pai me enviou, assim também eu envio vocês”. E dizendo
isto Jesus sopra sobre eles
comunicando o Espírito Santo, dizendo: “Recebei
o Espírito Santo”. Com o sopro capacitou-os para assumirem sua própria
missão de reconciliar a humanidade a Deus. O sopro de Jesus nos recorda que
quando Deus criou o homem soprou nele, comunicando-lhe a vida e o homem
tornou-se um ser vivente. E assim, podemos entender que Jesus soprando sobre os
apóstolos está agindo como Deus criador, dá-lhes o Espírito, infunde neles uma vida nova, que eles terão de comunicar
aos outros esta vida nova e perdoar. Receberam o encargo de continuar a missão de Jesus, as ações de Jesus a
todos os povos. Esse sopro foi a
antecipação parcial do dom de Pentecostes.
Agora é a ação do Espírito Santo que vai garantir a missão da
comunidade dos discípulos. É o Espírito Santo que vai manter viva a fé, a
esperança, a coragem, a perseverança.
O sopro é símbolo da vida que
Jesus comunicou e que ele dá a todos. Também nós precisamos pedir, desejar,
acolher o Espírito Santo todos os dias para termos forças na nossa caminhada de
sofrimento, dor, doenças, tristezas, angústias, aflições..., mas também para a
nossa caminhada de cristãos, para sermos seguidores de Jesus, para levar a boa
nova a todos sem desanimar, com coragem, com força, com esperança..., com
perseverança.
Jesus, por sua paixão e
ressurreição reconciliou o mundo com Deus, pagou a dívida do homem para com
Deus. Nós, discípulos missionários de Jesus devemos fazer o mundo conhecer essa
reconciliação. Todos unidos no mesmo Espírito, na diversidade dos dons e
carismas seremos sinal da presença de Deus no mundo por meio da Igreja,
comunidade dos seguidores de Jesus.
Jesus resume o projeto do Pai assim: “Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados; os pecados
daqueles que vocês não perdoarem não serão perdoados” porque Jesus quer a
Salvação de todos.
Animados pelo Espírito Santo
os discípulos terão de continuar a missão de Jesus, os discípulos terão que
percorrer o mesmo caminho de Jesus, terão a mesma missão, anunciar o perdão, doar a própria vida. Agora
eles estão cheios da força e do poder do Espírito Santo que o próprio Jesus
lhes comunicou. Os discípulos continuarão como Jesus, a manifestar por atos e
obras, o grande amor gratuito e generoso do Pai. E por isso terão o mesmo
destino de Jesus, serão perseguidos, presos, flagelados e muitos serão mortos.
Porque muitos aceitarão sua pregação, mas muitos permanecerão com o coração endurecido,
rejeitarão o amor do Pai se voltando contra os discípulos.
Naquela tarde do domingo da ressurreição, Jesus se manifestou vivo
aos discípulos reunidos em comunidade. A
partir da ressurreição de Jesus, o dia do Senhor é o domingo. Jesus marca para
todos nós, ainda hoje, um encontro semanal na missa do domingo. Jesus quer nos
ver reunidos em comunidade, para nos comunicar sua graça, o seu amor, a sua
paz, o seu Espírito. Porque é só quando estamos unidos é que o Espírito Santo
nos vem.
Comungar do corpo e sangue do Senhor nos une ao Espírito Santo que
nos dá sabedoria e fortaleza, que nos impulsiona e anima para a missão, que nos
leva ao amor verdadeiro. Quando termina a celebração da santa missa somos
enviados. A missa terminou, aí começa nossa missão de ser solidário com o
irmão, estar a serviço do irmão, num mesmo Espírito, numa só fé, num só amor,
num só coração.
Abraços em Cristo!
Maria de Lourdes
Eu, Jair Ferreira da Cidade de Cruz das Almas, da Diocese Nossa Senhora do Bom Sucesso, leio e reflito sobre as leituras diária dessa equipe(José Salviano, Helena Serpa, Olívia Coutinho, Dehoniamos, Jorge Lorente, Vera Lúcia, Maria de Lourdes Cury Macedo, Adélio Francisco) colocando em prática no meu dia-dia, obrigado a todos que doaram um pouco do seu tempo para evangelizar, catequizar e edificar o reino de Deus, que o Senhor Jesus Cristo continue iluminando a todos. Abraços fraternos.
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